A alta do dólar fez a dívida das companhias abertas no Brasil subir 20% no primeiro trimestre deste ano. A Petrobras representa um terço da dívida líquida total, segundo levantamento feito pela consultoria Economatica, a pedido da revista Exame. Os dados mostram a situação financeira de empresas que vão ser destacadas na edição 2020 de Melhores e Maiores.
A reportagem da revista Exame faz uma retrospectiva e mostra que as grandes empresas brasileiras começaram o ano com mais dívida. Se em dezembro de 2019 a dívida bruta das 275 maiores empresas na Bolsa B3 era de R$ 1 trilhão, em março deste ano o valor já tinha subido para R$ 1,2 trilhão, ou 20% mais. Já a dívida líquida (o total de compromissos financeiros menos o caixa líquido) somava R$ 801 bilhões – sem contar a Petrobras, que sozinha tinha uma dívida líquida de R$ 380 bilhões, a maior entre as companhias abertas do país.
Outra estatal que se destaca é a Eletrobras, que tem reduzido o valor de suas obrigações. “A dívida da Eletrobras é legado de grandes investimentos executados sem muito crivo econômico-financeiro, como projetos no setor de distribuição que não deram certo”, afirmou Ilan Arbetman, analista da corretora Ativa Investimentos.
“Mas, desde 2018, os esforços da empresa vêm sendo reconhecidos no mercado.” Mudanças de governança e de direcionamento de projetos, assim como a venda de uma série de ativos, estão por trás da redução da dívida da Eletrobras.
Einar Rivero, gerente de relacionamento institucional da Economatica, ressaltou que é por meio das dívidas que as empresas conseguem alavancar seus projetos. Ele apontou que o aumento das dívidas neste ano tem mais a ver com a alta do dólar – no primeiro trimestre, a moeda americana subiu 29% em relação ao real.
Light reverte lucro e tem prejuízo
A Light registrou prejuízo líquido de R$ 44,7 milhões no segundo trimestre, revertendo lucro de R$ 10,8 milhões obtidos no mesmo período de 2019. A receita da companhia foi de R$ 2,54 bilhões, queda de 9,8% na comparação anual.
Segundo a companhia, o resultado foi afetado pelo pior desempenho no segmento de distribuição, cujo mercado total de energia no trimestre foi de 5.837 gigawattshora (GWh), 15,6% inferior ao segundo trimestre de 2019, sob impacto, principalmente, dos efeitos decorrentes da pandemia da covid-19, assim como pela menor temperatura média registrada no período. A Light estima em R$ 120 milhões o impacto da covid-19 na empresa. Foram registradas quedas de consumo em todos os segmentos.
Em geração, apesar da queda de 2,1% na receita, o recuo de 14,7% nas despesas operacionais, devido ao menor gasto com compra de energia no mercado livre, compensou o resultado final do segmento. As informações são do Valor Econômico.
Lucro da Copel sobe 360% no segundo trimestre
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) registrou lucro líquido de R$ 1,594 bilhão no segundo trimestre de 2020, o que representa uma alta de 359,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os números foram divulgados ontem (14/08) pela empresa, após o fechamento do mercado de ações.
O resultado foi impulsionado principalmente por uma decisão judicial favorável à Copel Distribuição, transitada em julgado em 16 de junho, que reconheceu à empresa o direito de excluir o ICMS da base de cálculo do PIS e Cofins. Isso refletiu em um crédito de R$ 809,1 milhões no tópico “outras receitas operacionais”. As informações são do portal Gazeta do Povo, do Paraná.
CPFL Energia: impactos da covid-19 pressionam resultados do segundo trimestre
O desempenho da CPFL Energia no segundo trimestre deste ano reflete o impactos já esperados para o setor elétrico com a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus: queda no consumo e aumento da inadimplência. O grupo, que possui atuação nos segmentos de distribuição, transmissão, geração e comercialização de energia, no entanto, teve mais de 70% do lucro vindo da distribuição, justamente o segmento mais penalizado pelo surto global, informa o site do jornal O Estado de S. Paulo.
A empresa registrou queda de 10,1% nas vendas de energia no trimestre, ante igual período de 2019, na área de concessão das distribuidoras do grupo, que operam nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, sendo que o volume diretamente vendido pelas concessionárias recuou 9,1%, enquanto a quantidade de energia entregue aos consumidores dos livres, faturada por meio da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD), recuou 11,9%.
A redução nas vendas da distribuição se refletiu em uma receita operacional líquida 6,7% menor no segundo trimestre, para R$ 6,56 bilhões entre abril e junho, na comparação com igual etapa do ano passado. A queda só não foi maior pela melhora no faturamento do segmento de geração convencional, que cresceu 8,2%. Já a geração renovável recuou 4,2%, com a menor produção de energia eólica e a estratégia de sazonalização das geração das pequenas hidrelétricas. O segmento de comercialização e serviços, por sua vez, faturou 12,7% menos.
Conta de luz será considerada na hora de pedir empréstimo
A associação de distribuidores de energia elétrica (Abradee) informou ontem (13/08) que irá assinar na próxima semana um acordo com as companhias para que o histórico de pagamento das faturas comece a ser usado na análise de concessão de empréstimos e produtos financeiros.
O cadastro positivo começou a funcionar em janeiro, mas coletando apenas informações do sistema bancário. A estratégia é um dos esforços para tentar reduzir as taxas de juros pagas pelos brasileiros. (portal Brasil Econômico)
Enel não vai cortar luz de consumidores inadimplentes em São Paulo
A Enel informou que não irá suspender o fornecimento de energia de energia por inadimplência de clientes da cidade de São Paulo e da Grande São Paulo até o fim de agosto. Em nota, a distribuidora afirmou que a medida foi adotada para que os consumidores tenham mais tempo para negociar o parcelamento das suas contas.
Os avisos de corte voltarão a ser enviados em setembro, impressos na conta de luz. Após a notificação, o cliente terá o prazo de 15 dias para negociar seus débitos. A medida faz parte de um acordo firmado entre a Enel e o Procon-SP, com o objetivo resolver as quase 55 mil reclamações registradas por consumidores que tiveram problemas em suas contas de energia elétrica nos últimos meses.
De março a maio, a concessionária suspendeu a leitura presencial dos medidores dos clientes por conta das medidas de distanciamento social, realizando as cobranças pela média mensal de consumo dos últimos 12 meses. O novo cálculo gerou cobranças incorretas, pois, segundo o Procon, em muitos casos foi verificada uma diferença entre a média do último ano e o consumo real do período. (portal Infomoney)
PANORAMA DA MÍDIA
A reportagem de capa da edição da revista Veja que chegou hoje (14/08) às bancas é sobre o teto de gastos públicos, que tem ocupado o debate na cúpula do governo federal e entre lideranças parlamentares. A revista destaca que a “a visão de que o governo pode gastar sem restrições para impulsionar a economia leva a um caminho que o Brasil já percorreu diversas vezes – e ele nunca termina bem”.
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O portal de notícias G1 informa que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) divulgado pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (14/08) mostra que a economia brasileira registrou queda de 10,94% no segundo trimestre de 2020. O indicador é considerado uma “prévia” do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
O resultado oficial do PIB do segundo trimestre será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1º de setembro. Se a retração do PIB se confirmar no segundo trimestre deste ano, o Brasil terá entrado oficialmente em “recessão técnica”, ou seja, recuo do nível de atividade por dois trimestres consecutivos.