A notícia foi destaque na edição de ontem (05/06) dos principais jornais do país. Os reservatórios de ao menos oito usinas hidrelétricas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste podem estar praticamente vazios até novembro, segundo um alerta feito na véspera pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), por meio de uma nota técnica.
A previsão é que ocorra a chamada “perda do controle hidráulico”, o que implicaria em restrições ao atendimento energético nos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste. “Considerando-se as previsões de afluência (entrada de água) obtidas com a chuva de 2020, prevê-se a perda do controle hidráulico de reservatórios da bacia do rio Paraná no segundo semestre de 2021″, afirma o documento.
A nota diz, ainda, que os principais reservatórios da bacia do rio Paraná devem chegar ao fim do período seco em níveis de armazenamento considerados críticos. O documento foi enviado ao Ministério de Minas e Energia e à Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA).
Pelo relatório, os reservatórios de Furnas, Itumbiara, São Simão, Nova Ponte e Emborcação devem esgotar seus volumes úteis antes do fim do período seco. Já os de Mascarenha de Moraes, Marimbondo e Água Vermelha devem terminar o período seco com nível bem crítico de armazenamento. Os diretores do operador do sistema recomendam flexibilizações para impedir que os reservatórios fiquem totalmente vazios e que isso afete o fornecimento de energia. (Folha de S. Paulo)
O cenário que preocupa o governo se desenha na bacia do Rio Paraná, que engloba as bacias dos rios Paranaíba, Grande, Tietê e Paranapanema. O setor elétrico considera os reservatórios dessa bacia estratégicos para a operação do sistema, já que eles são responsáveis por 53% da capacidade de armazenamento de água do sistema nacional. Independentemente da capacidade instalada dessas usinas, elas são importantes porque seus reservatórios historicamente permanecem cheios, gerando energia o tempo todo.
“Essas usinas e respectivos reservatórios são de extrema importância para a operação do sistema, pois os recursos neles estocados são capazes de garantir energia nos períodos secos, quando não há contribuições significativas das usinas instaladas na região Norte do país”, esclarece o ONS. (O Globo)
La Niña e redução dos ‘rios voadores’ da Amazônia dificultam saída da crise hídrica
Reportagem do jornal O Globo informa que a chuva prevista para amanhã (07/06) em Curitiba não deverá melhorar a seca recorde na bacia do rio Paraná. A recuperação dos principais reservatórios de hidrelétricas no Centro-Sul do país, que poderão estar secos em novembro, segundo alerta do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), não se resolverá em pouco tempo, afirmam cientistas.
Tampouco a crise hídrica, resultado do somatório de fenômenos climáticos acumulados nos últimos anos na região, com raízes tão profundas que chegam à Amazônia. A estiagem que ameaça a geração de energia é a mais recente prova da dependência da economia brasileira do ambiente, destaca o climatologista Carlos Nobre, conhecido mundialmente por seus estudos das mudanças climáticas. Além da segurança energética, dependem da chuva o agronegócio exportador e o abastecimento de água nas cidades.
O pesquisador explica que o que a Bacia do Paraná sofre agora é o ápice de uma crise agravada pelo fenômeno La Niña, uma das grandes anomalias do clima. Começou em 2019 e só veio intensificar a redução das precipitações na parte da alta da bacia, identificada desde 2014 devido à redução dos chamados rios voadores, os canais da umidade da Amazônia que ajudam a alimentar as chuvas em boa parte do Centro-Sul do país.
Os rios voadores se formam quando os ventos vindos do Atlântico atravessam a Amazônia e recebem a umidade da floresta. Eles viajam junto aos Andes e descem em direção ao sul do continente, chegando ao sul do Brasil.
Indústria quer que governo pague por ‘racionamento voluntário’ de energia
O jornal O Globo informou ontem (05/06) que integrantes do Ministério de Minas e Energia se reuniram na sexta-feira (04/06) com representantes empresariais para discutir um incentivo à economia de energia de grandes consumidores, como as indústrias de alumínio, aço, celulose, petroquímica, entre outras.
As empresas aceitam fazer uma espécie de racionamento voluntário de energia, reduzindo produção e mudando turnos de trabalhadores para deslocar o consumo energético para horários fora do pico. A energia poupada seria vendida ao governo para ser usada no sistema elétrico.
Retração do consumo energético pode frear recuperação da economia
Na sequência de reportagens sobre a crise hídrica nas regiões Sudeste e Centro-Oeste publicadas ontem (05/06), o jornal O Globo informou que conversas entre o governo e empresas, para criar um programa de redução de consumo energético voluntário, mediante compensação financeira, apontam para um limite à recuperação da economia esperada este ano. A redução do consumo de energia deve afetar a produção da indústria e de serviços, os setores que mais empregam.
Itinerário para a energia limpa
Na seção Notas & Informações da edição de ontem (05/06), o jornal O Estado de S. Paulo trouxe informações a respeito do estudo Rede Zero 2050 – Um Itinerário para o Setor Global de Energia, da Agência Internacional de Energia (o texto está em inglês).
De acordo com o jornal, trata-se do primeiro roteiro abrangente detalhando ações para impulsionar rapidamente a energia limpa e reduzir os combustíveis fósseis, criando, ao mesmo tempo, milhões de empregos e garantindo o desenvolvimento econômico inclusivo. O estudo estabelece mais de 400 marcos indicando o que e quando precisa acontecer para realizar a transição para a energia limpa.
O jornal explica, ainda, que no modelo proposto, os grupos de energia precisariam interromper novos projetos de exploração de petróleo, gás e carvão – embora seja necessário continuar os investimentos nas fontes existentes. “O caminho é estreito, mas é factível”, disse o diretor da AIE, Fatih Birol. “Precisamos de um salto histórico em investimento. O seu cerne deve ser a energia limpa.”
A AIE afirma que as tecnologias necessárias para realizar cortes substantivos nas emissões na próxima década já existem, e as políticas para orientar o seu desenvolvimento já foram testadas.
Reestruturação no BNDES visa focar na agenda de privatizações, diz Montesano
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou na sexta-feira (04/06) a reestruturação de sua diretoria. O presidente Gustavo Montezano mudou os nomes e atribuições das diretorias.
Com isso, houve uma dança das cadeiras entre os diretores. Sai Leonardo Cabral, atual diretor de Privatizações. Quem assume é Fabio Abrahão, que já cuidava das concessões e agora absorve as atribuições da extinta diretoria de Cabral.
Segundo Montezano, a mudança vem para fortalecer três pilares: execução dos projetos de privatização que já estão na carteira, crédito à infraestrutura e socioambiental. “Temos 120 projetos em carteira, Objetivo agora é executar e entregar a carteira”, afirmou o executivo. Conforme explicou, a saída de Cabral, que vinha cuidando do processo de privatizações, não muda nada em relação à privatização da Eletrobras e dos Correios, duas prioridades na agenda. (O Globo)
Produtores rurais investem em energia solar para economizar na conta de luz, no Paraná
Reportagem do portal G1 (o link inclui vídeo), com a conta de luz cada vez mais cara e de olho em iniciativas sustentáveis, agricultores do Paraná estão recorrendo a fontes de energia que causem menos impacto ao meio ambiente.
Em culturas como a avicultura, suinocultura, pecuária leiteira e aquicultura, que dependem de estruturas que utilizam bastante eletricidade, a energia solar pode ser vantajosa para o agricultor, segundo Luiz Eliezer Ferreira, do departamento técnico e econômico da Federação da Agricultura do Paraná. Além do consumo na propriedade, os custos pagos pela energia elétrica também precisam ser considerados na hora de pensar em fazer o investimento.
“Nós temos uma das tarifas mais altas do mundo, no setor elétrico. Então, o custo da energia mais alto já traz alguma viabilidade para os sistemas solares. Na área rural, a gente chegou a fazer alguns estudos com um avicultor de Cianorte e um produtor de leite de Castro (ambos, municípios paranaenses) e fizemos algumas simulações. A conta de energia deste produtor pode até zerar”, explicou o técnico.
PANORAMA DA MÍDIA
O jornal O Globo traz, na edição deste domingo (06/06), uma entrevista com o ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos. Um dos temas abordados foi a decisão do Exército de isentar o general da ativa Eduardo Pazuello, de uma punição por ter participado de uma “motociata” com o presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro. Segundo Ramos, a decisão foi “extremamente pensada”. Ele também afirma que o presidente tem a prerrogativa de editar medidas contra o isolamento e que fez “a coisa correta” na pandemia.
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O jornal O Estado de S. Paulo informa que, pela primeira vez, a maioria dos calouros da Universidade de São Paulo (USP) vem de escolas públicas. A reportagem ressalta que a mudança ocorre em decorrência de uma política de reserva de vagas, que colocou como meta chegar em 2021 com ao menos 50% de estudantes desse perfil em todos os cursos. O índice geral atingido foi de 51,7%.
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Reportagem publicada hoje (06/06) pela Folha de S. Paulo revela que, em um vídeo publicado em março no YouTube, o bispo da igreja Universal, Renato Cardoso, aparece pedindo contribuições para cobrir os custos da igreja, afetada pelo sumiço de fiéis durante restrições impostas pela pandemia de codi-19.
Com a pergunta “vocês preferem o auxílio emergencial ou o auxílio providencial?”, o bispo estimula a doação do benefício concedido pelo governo para aqueles que perderam renda. Terceiro na hierarquia, Cardoso comanda a Universal no Brasil.