Pesquisa realizada pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), e divulgada ontem (26/11), aponta que 990.103 moradores da Amazônia Legal não têm energia elétrica em casa. No Pará, essa é a realidade de mais de 409 mil pessoas, apesar de o estado ter diversas hidrelétricas, entre elas, a de Tucuruí e de Belo Monte, considerada a maior hidrelétrica 100% nacional.
O IEMA desenvolveu uma metodologia analítica georreferenciada para permitir estimar e acompanhar a evolução desse número, em diferentes demarcações territoriais e classes populacionais como povos indígenas, extrativistas, quilombolas e assentados.
“Com os resultados desse trabalho, é possível planejar o montante de recursos para suprir o problema, em quanto tempo se quer atingir a universalização da energia elétrica na Amazônia e como ir além do acesso à energia para o bem-estar social ao promover também as atividades produtivas comunitárias”, explica Pedro Bara, pesquisador do IEMA. A reportagem é do portal G1 e inclui infográficos e tabelas que indicam as localidades onde falta luz na Amazônia.
Crise da Bolívia faz Petrobras perder negócios com russos
A Petrobras anunciou ontem (26/11) o encerramento de negociações para a venda de duas fábricas de fertilizantes à companhia russa Acron. As empresas não informaram o motivo, mas a Folha de S. Paulo apurou que a instabilidade política na Bolívia inviabilizou o negócio. O país vizinho seria o fornecedor de gás natural da Acron.
De acordo com a reportagem, apesar de acordos prévios com o governo do então presidente Evo Morales, os russos não conseguiram fechar contrato para fornecimento firme do combustível. O gás é matéria-prima para a produção de fertilizantes nitrogenados. A Petrobras negociava com a Acron duas unidades: a Araucária Nitrogenados, já em operação no Paraná, e a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados3, projeto em Mato Grosso do Sul criado ainda em governos petistas e com obras paralisadas desde 20i5. A Acron náo se pronunciou sobre o assunto.
A inauguração da última turbina de Belo Monte e os novos projetos hidrelétricos
O Valor Econômico informa que o presidente Jair Bolsonaro participará hoje (27/11) da inauguração da 18ª e última turbina da usina Belo Monte, no rio Xingu (PA). A reportagem destaca que o setor elétrico fecha o ciclo dos grandes projetos de geração hídrica, mas o governo apostará, a partir de agora, nos empreendimentos de médio porte.
São projetos com potência média de 600 megawatts (MW), variando entre 100 MW e 1.000 MW. O secretário de Planejamento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros, afirmou que o Sudeste e o Centro-Oeste ainda dispõem de forte potencial de fonte hídrica. Segundo ele, as duas regiões dispõem de 15 gigawatts (GW) – ou 15 mil MW – em capacidade de geração a ser explorada.
Projeto que rescinde contrato da Enel Goiás começa a tramitar na Assembleia Legislativa
O jornal O Popular, de Goiás, informa que o projeto que rescinde o contrato de concessão com a empresa italiana Enel e permite ao governo estadual encampar o serviço de distribuição de energia em Goiás começou a tramitar ontem (26/11) na comissão mista da Assembleia Legislativa. O projeto é considerado inconstitucional por parlamentares, por legislar sobre assunto de competência da União.
Esse tema tem sido pauta para reportagens e análises na imprensa há vários dias. Hoje (27/11), a Folha de S. Paulo ressalta o apoio do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), ao projeto em tramitação no Legislativo goiano.
Segundo o governador, a qualidade do serviço piorou após a chegada da Enel em 2017, o que vem prejudicando não só consumidores residenciais, mas também a indústria goiana. A reportagem explica que dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram, porém, que a frequência e a duração das interrupções vêm caindo desde que a Enel assumiu a concessão, embora se mantenham acima do limite estipulado.
PANORAMA DA MÍDIA
Declarações feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na segunda-feira (25/11), em Washington, tiveram forte impacto ontem no mercado financeiro e na área política. Paulo Guedes afirmara que o real mais fraco, isto é, desvalorizado em relação ao dólar, é consequência do novo regime fiscal do país: “Com política fiscal mais forte e juro mais baixo, a taxa de câmbio de equilíbrio é mais alta”, disse o ministro. (Valor Econômico)
O dólar chegou à taxa recorde de R$ 4,269. O tema é o destaque de hoje (27/11) nos principais jornais do país. Em editorial, o jornal O Estado de S. Paulo criticou o ministro Paulo Guedes, pelas declarações sobre o câmbio: “Com a alta do dólar, um alarme tem soado repetidamente no mercado cambial, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, reage como se nada inquietante pudesse estar ocorrendo, mesmo com a quebra de recordes. A moeda americana chegou a R$ 4,213 na segunda-feira, mas o ministro negou qualquer preocupação. Era até um bom sinal, segundo ele – um efeito de uma política fiscal mais forte combinada com juros menores. O brasileiro, disse o ministro, deveria acostumar-se a dólar mais alto e juro mais baixo. O mercado reagiu estabelecendo novo recorde na terça-feira, com a cotação de R$ 4,269, e ao mesmo tempo derrubando as ações na bolsa de valores.”
A Folha de S. Paulo destaca que a fala do ministro cria instabilidade de curto e longo prazo entre investidores. O jornal informa, ainda, que repetidos pronunciamentos de autoridades brasileiras, inclusive de Paulo Guedes, sobre medidas semelhantes ao Ato Institucional nº 5 (AI-5), editado durante a ditadura militar, “criaram um cenário de risco institucional para investidores de longo prazo”.
No Globo, a jornalista Míriam Leitão analisa: “O que assusta é o quanto o ministro da Economia desconhece sobre a relação entre economia e política, entre democracia e fatores de risco atualmente avaliados pelos fundos de investimento. Se houver um outro AI-5, ou que nome tenha uma violenta repressão policial militar às liberdades democráticas, os investidores fugirão do Brasil. A economia não é uma ilha que possa manter seu equilíbrio sobre escombros da civilização.”