A Petrobras pretende investir US$ 78 bilhões entre os anos de 2023 e 2027. A estatal apresentou seu novo plano de negócios após aprovação do conselho de administração, que se reuniu ontem (30/11). O jornal O Globo informa que o novo plano, como já era esperado, foca os investimentos na produção de petróleo no pré-sal e destina recursos para a exploração na chamada Margem Equatorial, na região Norte do Brasil.
Segundo a estatal, o segmento de exploração e produção (E&P) representa 83% do total de investimentos, seguido pelo refino, gás e energia com 12%, comercialização e logística com 2%, e 3% destinados ao corporativo. O novo plano prevê, ainda, forte venda de ativos. A expectativa de desinvestimentos oscila entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões no quinquênio.
A reportagem ressalta que o novo plano já nasce velho, conforme definiu uma fonte do grupo técnico de transição do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva. Isso porque o grupo de transição já sinalizou que pretende alterar o plano e focar os investimentos da estatal em energias renováveis e em refino.
A estatal destacou ainda que vai destinar US$ 4,4 bilhões (6% do total) para projetos direcionados a iniciativas em baixo carbono. Entre as iniciativas estão a reinjeção de gás carbônico nos campos, redução de captação de água doce, iniciativas de biorrefino (diesel renovável e bioquerosene de aviação) e o aprofundamento de estudos nos novos negócios de eólicas offshore (mar), hidrogênio e captura de carbono.
Conta do subsídio ao setor elétrico vai ficar impagável, diz Tolmasquim
O jornal O Estado de S. Paulo informa que o coordenador do grupo de trabalho da transição para Minas e Energia, Maurício Tolmasquim, fez duras críticas à concessão de subsídios para segmentos do setor elétrico, como a geração distribuída de energia solar. Tolmasquim disse que os custos desse benefício ao consumidor só têm crescido e podem se tornar insustentáveis.
A discussão foi intensificada pela proposta de prorrogação das facilidades para geração distribuída, principalmente solar, que tramita no Congresso. Na opinião de Tolmasquim, a saída será fazer um acordo, reunindo agentes do setor e congressistas, no sentido de frear os subsídios e a “engorda” da conta de luz em um país que, contraditoriamente, tem baixo custo de geração e altos preços ao consumidor.
“Cada associação tenta passar a sua medida. É a lei da selva, e quem paga é o consumidor. É um drama que esse país está vivendo. Estamos perdendo competitividade na economia, comprometendo o poder de compra das famílias. E até usina a carvão vai receber benefício”, criticou.
PANORAMA DA MÍDIA
PT admite rever prazo e impacto fiscal da proposta, informa a manchete de hoje (1º/12) do jornal O Globo. De acordo com a reportagem, o processo de desidratação da PEC da Transição, de R$ 198 bilhões já começou. O próprio PT admite, oficialmente, reduzir o prazo em que o programa Bolsa Família ficará fora do teto de gastos, de quatro para dois anos.
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O primeiro mês após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi marcado por um breve período positivo para os ativos domésticos, logo após o resultado das urnas, mas o cenário mudou com as sinalizações de aumento de gastos sem contrapartida fiscal. Em novembro, o impacto foi ruim para ações, renda fixa prefixada e atrelada à inflação, enquanto títulos pós-fixados, dólar e ouro se destacaram positivamente, por serem considerados defensivos. No acumulado do ano, renda fixa (incluindo poupança) e bolsa ganham da inflação. (Valor Econômico)
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Pelo quarto ano consecutivo, o desmatamento na Amazônia, em um ano, ultrapassou os 10 mil km². Os dados do programa Prodes, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), divulgados ontem (30/11), mostram que foram ao chão 11.568 km² de floresta de agosto de 2021 a julho de 2022. O número, porém, é 11% inferior à taxa do período anterior e interrompe uma sequência de crescimento que vinha desde 2018. (Folha de S. Paulo)
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O presidente Jair Bolsonaro mandou suspender o pagamento das emendas do orçamento secreto após seus aliados no Congresso fecharem alianças com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A ordem no Palácio do Planalto é não pagar mais nada neste ano. Na prática, a medida deixa o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sem capacidade de honrar os acordos feitos para bancar sua reeleição ao comando da Casa. (O Estado de S. Paulo)