A Petrobras divulgou na noite de sábado (05/03) a lista com os nomes indicados pela União, acionista controladora, ao conselho de administração e ao conselho fiscal da companhia. O documento confirma a indicação de Luiz Rodolfo Landim Machado à presidência do conselho.
O Valor Econômico ressalta que a mudança ocorre em um momento em que a Petrobras tem sofrido pressão de investidores para elevar o preço dos combustíveis, à medida que o petróleo se aproxima de US$ 120 o barril na esteira da guerra na Ucrânia. Por outro lado, o presidente Jair Bolsonaro disse esta semana, em sua habitual transmissão ao vivo na última quinta-feira, que a companhia poderia reduzir seus lucros para impedir uma explosão nos preços dos combustíveis.
Além de Landim, atual presidente do Flamengo e ex-funcionário de carreira da estatal, a lista tem como candidatos para membros do conselho de administração o atual presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna e os atuais membros do conselho Márcio Andrade Weber, Murilo Marroquim de Souza, Ruy Flaks Schneider e Sonia Julia Sulzbeck Villalobos. Na lista, há dois novos nomes, o de Carlos Eduardo Lessa Brandão e Luiz Henrique Caroli. Brandão atua como conselheiro independente, com passagens pelos conselhos da Companhia de Distribuição de Gás do Rio de Janeiro e da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Já Caroli é almirante de esquadra da Marinha do Brasil desde 2016. Ver mais no site da Agência Petrobras.
Preço do petróleo toca R$ 139
As cotações do petróleo voltaram a disparar no mercado internacional ontem (08/03), após o governo dos Estados Unidos confirmar que discute com países da Europa a proibição da importação de petróleo da Rússia, em resposta à invasão na Ucrânia.
Dados da agência Bloomberg apontam que o barril do petróleo tipo Brent chegou a bater a máxima de US$ 139,13 (R$ 706,11) na noite deste domingo no Brasil, com a reabertura dos mercados na Ásia. A alta reflete o temor de investidores pelos potenciais impactos econômicos da guerra. Às 21h19, a commodity oscilava em alta de 9,22%, cotada a US$ 129,00 (R$ 654,70). (Valor Econômico)
Estados Unidos e União Europeia discutem proibição de importações de petróleo russo
Os Estados Unidos estão discutindo com a Europa a possibilidade de proibir importações de petróleo russo, disse ontem (06/03) o secretário de Estado Anthony Blinken. O governo Biden está sob pressão dos legisladores americanos para dar esse passo após a invasão da Ucrânia pela Rússia. (Folha de S. Paulo)
“Energia renovável fica mais atrativa no atual cenário”
Em entrevista ao Valor Econômico, o ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e atual presidente da consultoria PSR, Luiz Barroso, afirmou enxergar oportunidades, principalmente no Brasil, para as energias renováveis com a alta dos preços de petróleo e gás causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
Com o cenário de aumento de preços dos combustíveis fósseis, a busca por energia limpa e por maior eficiência no consumo deve se acelerar, assim como o desenvolvimento de novas tecnologias, acredita. “O acesso a tecnologias da transição energética é uma ferramenta geopolítica”, ressalta. Nesse contexto, o especialista afirma que o Brasil poderá passar a dar maior atenção aos biocombustíveis, além do gás do pré-sal, como forma de ficar menos dependente do gás natural liquefeito (GNL), que é importado.
Do lado do planejamento energético, ele também acredita que a crise levará a um questionamento sobre a integração energética na Europa e, consequentemente, à busca por redução da dependência europeia do gás russo, o que pode ampliar exportações de regiões como o norte da África e os Estados Unidos.
Bureau Veritas busca posicionar-se no mercado eólico offshore
Reportagem do portal Energia Hoje ressalta que a perspectiva de abertura de espaço para eólicas offshore, com a entrada em vigor do decreto 10.946/2022, já mobiliza agentes do mercado, interessados no aquecimento da atividade que o segmento vai verificar com os novos projetos.
A reportagem explica que até o momento, mais de 30 usinas que totalizam 80 GW estão com processos de licenciamento ambiental em andamento no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Atenta às oportunidades que o novo segmento pode criar, a empresa Bureau Veritas já se posiciona para a certificação desses empreendimentos, que entrarão no cenário nos próximos anos.
De acordo com Rafael Andrioli, diretor de Negócios da certificadora, o time da empresa no país é capaz de atender inicialmente a demanda de até 40 projetos. O executivo contou à reportagem que a empresa já vem conversando com desenvolvedores de projetos, investidores, associações e projetistas, entre outros players. “Para os próximos anos, com o apoio das nossas estruturas globais, principalmente da europeia, temos todas as possibilidades de crescer localmente conforme a expansão desse negócio”, disse Andrioli. A expectativa é que os primeiros parques saiam do papel a partir de 2023.
Impasses com paraguaios desafiam novo diretor-geral brasileiro de Itaipu
O Valor Econômico traz hoje (07/03) uma reportagem a respeito dos desafios que o Almirante Anatalicio Risden Junior enfrentará no comando da Itaipu Binacional, com a missão de sentar à mesa com os paraguaios – que detém 50% da companhia – para negociar as novas tarifas da hidrelétrica, ainda sem consenso para os mercados brasileiros e paraguaios.
A reportagem explica que a parte que o Paraguai não usa da energia, pelo Tratado de Itaipu, deve vender ao Brasil, e nessa cessão o país vizinho sempre foi firme na questão de alterar as tarifas. Isto deveria estar aprovado desde outubro do ano passado, mas ainda não houve acordo em chegar a uma base. Enquanto isso não acontece, a usina usa uma tarifa provisória do ano anterior, que é de US$ 22,60 por quilowatt, valor congelado desde 2009. Ao Brasil interessa que o valor caia.
IPCC: disputa pela água e seca vão aumentar para o setor elétrico
A principal mensagem do segundo volume do sexto relatório do IPCC – o painel científico para o clima da ONU – lançado no final de fevereiro – é que o planeta Terra enfrentará uma série de riscos climáticos inevitáveis durante as próximas duas décadas, provocados pelo aquecimento global de 1,5°C. O alerta é para impactos adicionais severos, alguns dos quais serão irreversíveis.
O documento, dividido entre impactos, adaptação e vulnerabilidade, aponta que para evitar a perda crescente de vidas, biodiversidade e infraestrutura crítica é necessária uma ação ambiciosa e acelerada de adaptação às mudanças climáticas, com cortes rápidos em emissões de gases de efeitos estufa. “Este relatório é um alerta terrível sobre as consequências da inação”, afirmou Hoesung Lee, presidente do IPCC, durante apresentação do estudo. O levantamento indica que a seca já é uma ameaça crescente em algumas partes do Brasil. As áreas do Nordeste sujeitas ao fenômeno, por exemplo, aumentaram em 65% no período 2010-2019 em comparação a 1950-1059.
Ao mesmo tempo em que projeta a diminuição da pluviosidade geral em grande parte do país e em 22% no Nordeste caso as emissões forem elevadas, o estudo aponta para elevação no número de chuvas extremas. Enchentes, deslizamentos de terra e outras ocorrências devem crescer, sendo um ponto de atenção às empresas que distribuem energia elétrica, ou mesmo para as transmissoras e geradoras. Acre, Rondônia, Sul do Amazonas e Pará são os estados e regiões que mais devem sofrer com o aumento do risco dessas inundações. As informações foram publicadas pelo Canal Energia.
PANORAMA DA MÍDIA
O jornal O Estado de S. Paulo informa que o governo avalia anunciar ainda nesta semana um novo programa de subsídios aos combustíveis, com validade de três a seis meses, para compensar a alta do petróleo no mercado internacional e evitar o repasse do preço para a bomba. Segundo fontes que participam das discussões, o que está na mesa de negociação é reeditar o modelo adotado em 2018, quando o governo do então presidente Michel Temer subsidiou o consumo de diesel e, assim, deu fim à greve dos caminhoneiros.
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O principal destaque da edição desta segunda-feira (07/03) dos jornais Valor Econômico e O Globo é a intensificação do ataque de tropas russas a cidades ucranianas. Ações militares tiveram como alvo populações civis em localidades nas imediações de Kiev, capital da Ucrânia, e se destinaram, também, a anular esforços de retirada de milhares de pessoas dos locais atingidos pelos bombardeios.
Segundo a ONU, o número de civis mortos desde o início da invasão, em 24 de fevereiro, chegou a 364, incluindo pelo menos 20 crianças. O Ministério de Defesa Russa disse que será negociada, mais uma vez, a abertura de corredores humanitários em várias cidades ucranianas, incluindo a capital Kiev, a partir da manhã desta segunda-feira (07/03).
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A Folha de S. Paulo informa ter conversado com interlocutores do governo federal, a respeito da posição do presidente Jair Bolsonaro e de representantes do agronegócio frente à invasão da Ucrânia pela Rússia. Segundo os interlocutores citados pela reportagem, declarações simpáticas ao presidente russo, Vladimir Putin, por parte de Bolsonaro e pressões do agronegócio têm sido determinantes para que o Itamaraty inclua acenos à Rússia em suas manifestações oficiais na ONU sobre o conflito.