A Petrobras enviou uma carta ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) em que confirma a previsão de que o centro de proteção à fauna em Oiapoque (AP) ficará pronto em março. A construção da unidade é uma das condições para que a petroleira avance no pedido de licenciamento ambiental para explorar petróleo na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial.
O Valor Econômico informa que, no documento, protocolado no sistema do Ibama na noite de sexta-feira (14/3), a Petrobras diz que a unidade poderá ser vistoriada pelo órgão ambiental em 7 de abril.
Em 27 de fevereiro, o Valor apurou que a área técnica do Ibama produziu novo parecer em que recomenda a rejeição do pedido de licenciamento ambiental da Petrobras para perfurar a área. A decisão final cabe ao presidente do instituto. O documento ainda está sob sigilo e não consta no sistema do Ibama.
Leilão de petróleo em área perto de Noronha causa racha entre ministérios de Silveira e Marina
A Folha de S. Paulo informa que o Ministério de Minas e Energia (MME), liderado por Alexandre Silveira, negou um pedido formal feito pelo Ministério do Meio Ambiente, de Marina Silva, para que fosse retirada do próximo leilão de petróleo a oferta de dezenas de blocos localizados na bacia Potiguar, uma região do oceano próxima à cadeia montanhosa que forma o arquipélago de Fernando de Noronha.
Conforme informações obtidas pela Folha, o chamado GTPeg (Grupo de Trabalho Interinstitucional de Atividades de Exploração e Produção de Óleo e Gás), ligado ao MMA, enviou um parecer técnico à pasta de Minas e Energia, em janeiro, no qual solicitava a exclusão dos 31 blocos de petróleo dessa região, devido à reanálise dos impactos e riscos ambientais envolvidos.
O MME, no entanto, decidiu manter as ofertas para o leilão que ocorrerá daqui a três meses, em 17 de junho. Nas últimas semanas, o MME enviou um “pedido de reconsideração” à pasta comandada pela ministra Marina Silva, argumentando, sob seu ponto de vista, os motivos de os blocos serem mantidos na oferta. A avaliação técnica dentro do Meio Ambiente, porém, é a de que esses blocos precisam ser retirados do leilão, apesar de um posicionamento formal ainda não ter sido dado pela pasta.
A reportagem explica que o motivo do racha entre as pastas de Minas e Energia e Meio Ambiente tem origem em uma “manifestação conjunta” assinada pelos dois ministérios em fevereiro e junho de 2020, durante a gestão Jair Bolsonaro, quando ambos deram sinal verde para a oferta dos blocos. Essa manifestação, que tem validade de cinco anos, é uma exigência do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), para que os blocos possam ser leiloados.
Acidentes com exploração de petróleo no mar do Brasil batem recorde em 2024
As medidas de segurança que costumam marcar a exploração marítima de petróleo não têm impedido o aumento no número de acidentes envolvendo esse tipo de operação na costa do Brasil, conforme indica reportagem da Folha de S. Paulo. O setor registrou, em 2024, um recorde de ocorrências desde o início de sua série histórica, em 2011.
Os dados são os mais recentes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ao todo, foram registrados 731 acidentes em alguma etapa de exploração de petróleo em alto mar, no ano passado. Isso equivale a uma média de dois acidentes por dia. Em 2023, o setor havia contabilizado 718 acidentes. E, no ano anterior, foram 598 ocorrências.
A maior parte dos acidentes registrados em 2024 ocorreu na chamada etapa de instalação de produção, com 384 registros. Na sequência, aparecem ocorrências em instalações de sondas, com 134 acidentes. Atividades ligadas a embarcações de apoio tiveram 91 ocorrências, mesma quantidade relacionada à fase de exploração dos poços. A instalação de sistemas submarinos contabilizou 23 casos, e outros oito eventos não tiveram origem determinada registrada.
Eletrobras lucra R$ 1,1 bi no 4º trimestre e anuncia dividendos adicionais
A Eletrobras divulgou na quinta-feira (13/3) lucro líquido de R$ 1,1 bilhão no quarto trimestre de 2024, 24,5% superior sobre o mesmo período de 2023, de acordo com seu relatório de resultados. Considerando ajustes, no entanto, o indicador recuou 54,7% na mesma comparação, para R$ 517 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) regulatório ajustado da companhia foi de R$ 5,4 bilhões no período, avanço de 90,6% ano a ano. Com ajustes, essa linha caiu 6,4%, a R$ 5,1 bilhões. (Folha de S. Paulo)
Negociação de acordo com União deve ser concluída em duas semanas, diz vice jurídico da Eletrobras
A negociação entre a Eletrobras e a União, que envolveu o aumento de vagas do governo no conselho de administração da companhia e a conclusão da usina nuclear Angra 3, deve ser concluída em pelo menos duas semanas, estimou o vice-presidente jurídico da empresa, Marcelo de Siqueira.
Segundo o executivo, que participou de teleconferência com analistas sobre os resultados do quarto trimestre de 2024, os termos de conciliação entre as partes estão sendo discutidos internamente. Após a conclusão das negociações, uma assembleia geral extraordinária (AGE) pode ser convocada pela Eletrobras para que os acionistas possam votar sobre o acordo.
Siqueira disse ainda que o tema pode ser levado para a assembleia geral ordinária (AGO), que está prevista para 29 de abril, dependendo da conclusão das negociações. Aprovado pelos acionistas, o acordo será levado para homologação pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O Valor Econômico explica que o acordo é o desfecho de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) impetrada pela União em 2023 contra a limitação do voto da União em 10% do capital da Eletrobras, mesmo tendo cerca de 45% de participação.
Com o acordo, a limitação ficou mantida, mas a União passará a ter três dos dez assentos no conselho de administração. A Eletrobras também fica desobrigada de investir, proporcionalmente, na conclusão de Angra 3 e deve sair do capital social da Eletronuclear, estatal controladora da usina.
Preços voláteis da energia elétrica levam cautela à Eletrobras
Reportagem do Valor Econômico destaca que depois de registrar o terceiro maior lucro da história da companhia, de R$ 10,38 bilhões, a Eletrobras vai enfrentar 2025 com cautela diante da volatilidade dos preços da energia elétrica. O cenário mais turbulento tem sido causado pela redução das chuvas e aumento da geração de eólicas e solares, o que deve levar a maior companhia de geração e transmissão de energia elétrica do país a trabalhar com premissas mais conservadoras de negócios.
O quadro de preços voláteis se dá em meio à descotização das hidrelétricas da Eletrobras: quando foi privatizada, em 2022 a companhia deixou de ter a energia remunerada pelas distribuidoras (cotas) na proporção de 20% ao ano entre 2023 e 2027.
ONS: Perspectivas de afluência estão abaixo da média em todo o país
O boletim do Programa Mensal da Operação (PMO) para a semana operativa entre os dias 15 e 21 de março estima que os níveis de Energia Natural Afluente (ENA), ao final do mês, estarão abaixo da média para o período em todos os subsistemas. A região com o índice mais elevado deve ser o Norte, com 98% da Média de Longo Termo (MLT). O Sudeste/Centro-Oeste deve ser de 56% da MLT; seguido pelo Sul, com 45% da MLT; e pelo Nordeste, com 24% da MLT. As projeções apontam para um possível final antecipado do período tipicamente úmido.
As estimativas para os níveis de Energia Armazenada (EAR) ao final do mês estão estáveis. Três subsistemas seguem com a projeção de superar 60%: Norte (95,8%), Nordeste (77,6%) e Sudeste/Centro-Oeste (67,5%). No caso desses subsistemas, os índices são similares àqueles do mesmo período do ano passado. A região que deve apresentar o menor percentual é o Sul, com 36,7%.
O cenário prospectivo para a demanda de carga segue indicando expansão no Sistema Interligado Nacional (SIN) e em todos os subsistemas. Os percentuais projetados na revisão atual são superiores aos divulgados previamente. O crescimento da carga no SIN deve ser 4,2% (86.994 MWmed). A região Sul se mantém na dianteira e pode apresentar a aceleração mais elevada, 7,8% (15.831 MWmed); seguida pelo Norte, com 5,4% (7.796 MWmed). Por fim, estão o Sudeste/Centro-Oeste, 3,6% (49.490 MWmed); e o Nordeste, 1,9% (13.878 MWmed). Os percentuais comparam as projeções de março de 2025 com os resultados verificados no mesmo período de 2024.
O Custo Marginal de Operação (CMO) mantém o padrão verificado nas semanas anteriores, zero no Nordeste e Norte e R$ 397,17 no Sudeste/Centro-Oeste e Sul. Os valores do CMO refletem, entre outros pontos, a possibilidade de redução nos percentuais de afluência nas próximas semanas. (Fonte: ONS)
PANORAMA DA MÍDIA
Folha de S. Paulo: Em 2024, pela primeira vez na história, o Brasil exportou mais da metade de sua produção de petróleo, consolidando-se como um país exportador da commodity e tornando-se alternativa ao suprimento europeu após o início de sanções à venda pela Rússia devido à Guerra da Ucrânia. A alta nas comercializações é motivada principalmente por exportações privadas, mas a Petrobras já prevê uma série de investimentos para melhorar sua logística e reduzir custos e emissões no transporte de sua produção para o exterior.
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O Estado de S. Paulo: A usina hidrelétrica de Itaipu vai bancar obras orçadas em R$ 752 milhões na Universidade Federal Latino-americana (Unila), projetada por Oscar Niemeyer em Foz do Iguaçu, no Paraná. A verba, de acordo com especialistas, poderia ser usada para cortar a tarifa de luz. Isso porque esses gastos da usina, chamados de “outras despesas de exploração”, incluem despesas “socioambientais”, que não têm relação com a geração de energia, mas contribuem para deixar a conta mais cara.
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Valor Econômico: O comportamento da produtividade do trabalho mudou entre 2023 e 2024, embora a economia brasileira, no seu agregado, tenha crescido de forma similar nos dois anos. Em 2024, a produtividade por hora efetivamente trabalhada variou apenas 0,1%, ante alta de 2,3% no ano anterior, quando subiu acima da média histórica do país. Os dados são do Observatório da Produtividade Regis Bonelli, do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre).
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O Globo: Depois da chegada do 5G ao país, com promessas que ainda não se refletiram no dia a dia da maioria dos brasileiros que usam internet móvel, a conexão via satélite se tornou a nova fronteira de expansão das telecomunicações. Com a rede de alta velocidade móvel da quinta geração ainda limitada a médias e grandes cidades, a banda larga vinda direto do espaço vem atraindo o interesse de gigantes internacionais do setor para oferecer conexão estável e veloz no interior e em áreas remotas do Brasil, onde a infraestrutura tradicional de cabos e antenas está longe de chegar.