MegaExpresso

Petrobras é alvo de processo na CVM após renúncia de presidente – Edição da Tarde

De acordo com informação da Folha de S. Paulo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu nesta segunda-feira (20/06) processo administrativo para investigar a divulgação de notícias sobre a Petrobras, que confirmou a renúncia de seu presidente, José Mauro Coelho.

O órgão responsável pela fiscalização do mercado financeiro também questionou a Petrobras sobre movimentações atípicas com suas ações, após identificar alta nos números de negociações no fim da semana passada.

Apenas na sexta-feira (17/06), após anúncio de reajustes no preços da gasolina e do diesel, a estatal perdeu R$ 27,3 bilhões em valor de mercado, segundo a plataforma de dados financeiros Economática.

O processo aberto nesta segunda é da supervisão responsável por analisar a divulgação de comunicados, notícias ou fatos relevantes por companhias com ações negociadas em Bolsa. A CVM não comenta o teor dos processos. As notícias sobre a decisão de Coelho começaram a circular ainda no domingo (19/06). O comunicado oficial foi divulgado pela Petrobras pouco antes das 10h, levando à suspensão das negociações com ações da estatal na Bolsa de São Paulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Minuto Mega Minuto Mega

Petrobras estuda usar renúncia de Coelho para tornar Paes de Andrade CEO antes de assembleia

O Valor Econômico informa que o atual conselho de administração da Petrobras estuda, no momento, aproveitar a renúncia de José Mauro Coelho como presidente da petroleira, e conselheiro da empresa — ambas confirmadas hoje (20/06) pela estatal em comunicado ao mercado — para eleger Caio Paes de Andrade como conselheiro interino antes mesmo de realização da assembleia geral extraordinária (AGE), dizem fontes a par do tema.

Com isso, estaria aberto o caminho para que Paes de Andrade “queime etapas” no processo de ocupar o cargo como presidente da petroleira, e assim assumir a presidência antes da reunião de acionistas. A ideia é usar a renúncia de Coelho como conselheiro da Petrobras para tornar Andrade presidente de forma mais rápida, de acordo com a reportagem.

Mudança de presidente da Petrobras será inócua para controlar os preços, segundo análise do Estadão

De acordo com análise publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, a única certeza que vem da substituição do presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, pelo novo indicado pelo governo, Caio Paes de Andrade, atual secretário de Desburocratização do Ministério da Economia é que os preços do combustível continuarão altos como estão. Será, mais uma vez, uma medida inócua.

Nunca é demais lembrar, ressalta a análise, que o preço dos combustíveis está alto por conta da conjuntura internacional. O preço do petróleo em todo o mundo disparou com a demanda maior após o fim das medidas restritivas provocadas pela pandemia de covid-19, e ganhou ainda mais fôlego com a guerra da Ucrânia.

Os preços da Petrobrás estão atrelados ao mercado internacional, uma medida tomada em 2016 para blindar a empresa das ingerências do governo, que levaram a perdas bilionárias durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.

Intervenção que levou à saída de Coelho revela um Brasil pouco confiável para investimento

Em seu blog no Globo, a jornalista Míriam Leitão afirma que a saída de José Mauro Coelho da presidência da Petrobras era previsível por conta do aumento da violência dos ataques dos últimos dias, após o reajuste dos combustíveis. Ela ressalta que Coelho se junta a Roberto Castello Branco e ao general Silva e Luna como mais um presidente demitido da estatal pelo presidente Jair Bolsonaro.

Ele já estava demissionário após apenas 40 dias no cargo, mas permanecia no posto até que o nome do novo presidente indicado, Caio Mário de Andrade, fosse aprovado pelo Comitê de Pessoas da Petrobras. Mas ele foi tão atacado que decidiu antecipar a saída e deixa, assim, a Petrobras, escreve Míriam Leitão.

Para ela, a Petrobras transformou-se em local de instabilidade frequente e o custo disso, além da perda de valor da empresa, é falta de confiança no Brasil como um local de investimento.

Decisão do Cade sobre Gaspetro agita mercado do gás

O colunista Lauro Jardim, do Globo, informa que promete ser quente a reunião desta quarta-feira (22/06) no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que vai decidir sobre a compra da Gaspetro pela Compass, um negócio crucial para o mercado de gás no Brasil.

A aposta do mercado é na aprovação da operação, um negócio de R$ 2 bilhões envolvendo 19 empresas de gás espalhadas pelo país, que tem a Gaspetro como acionista. Ainda de acordo com Lauro Jardim, alguns conselheiros avaliam em conversas privadas que o presidente do Cade, Alexandre Cordeiro, deveria se dizer impedido de participar das discussões e até mesmo de votar, uma vez que ele participou ativamente da chamada ‘decisão de concentração’.

Cordeiro era o superintendente-geral do Cade, quando houve a negociação com a Petrobras para a venda dos seus ativos e, também, numa etapa seguinte, o grupo Cosan (dono da Compass) foi autorizado a participar do leilão.

O mercado de gás de uma forma geral, a própria Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP0 — que pela primeira vez foi ao órgão recomendar o veto à transação em nota técnica — e até mesmo o Comitê de Monitoramento da Abertura do Mercado de Gás Natural vêm fazendo críticas ao processo, alertando sobre controle das operações pela Cosan e riscos de práticas anticoncorrenciais.

Alta nos preços de terras encarece projetos de linhas de transmissão

Reportagem do Valor Econômico indica que a disparada recente no preço das terras em polos agrícolas – uma consequência direta da valorização de commodities no mercado internacional – está afetando novos projetos de linhas de transmissão de energia e tornou-se um fator monitorado de perto pelas empresas interessadas no próximo leilão do setor.

Segundo executivos de uma das maiores transmissoras locais, que pediram anonimato à reportagem, o custo fundiário deve chegar a mais de 10% do custo de implantação dos novos “linhões” e pode atingir até 15% no caso de alguns dos lotes oferecidos. As indenizações pagas aos donos de terras onde são instaladas as torres costumavam ficar, normalmente, em cerca de 5% do investimento total nos projetos.

Os preços têm subido mais aceleradamente em áreas de grãos (soja e milho) no Centro-Oeste, de café em Minas Gerais, de arroz e aves ou suínos no Sul, além de áreas de pastagem em todo o país. Relatório da consultoria IHS Markit aponta que o valor médio de terras rurais, no primeiro trimestre de 2022, foi de R$ 22.160 por hectare. Isso representa um aumento nominal de 39,5% na comparação com a média de R$ 15.889 por hectare relativamente a 2021.

PANORAMA DA MÍDIA

O Ibovespa apresenta recuperação pontual nesta segunda-feira (20/06), depois de perder os 100 mil pontos no final da semana anterior. Enquanto as incertezas vindas do exterior seguem orbitando as decisões de investimento no curto prazo, agentes também monitoram o imbróglio envolvendo a Petrobras e avaliam possíveis impactos mais disseminados nos negócios locais. Às 13h20, o Ibovespa subia 0,62%, aos 100.446 pontos, tocando os 98.409 pontos na mínima intradiária e os 100.481 pontos na máxima. (Valor Econômico)