A Folha de S. Paulo informa que, apesar das crescentes pressões pela redução da produção de combustíveis fósseis no mundo, a Petrobras manterá em seu novo plano estratégico para os próximos cinco anos a decisão de não investir em projetos de geração de energia renovável.
A estratégia é questionada por especialistas diante da maior resistência global ao petróleo e da recuperação financeira da companhia, que é hoje a quarta maior pagadora de dividendos entre as petroleiras negociadas em Bolsa, em Nova York. “A COP26 deu um sinal muito claro para a indústria”, diz Roberto Kishinami, coordenador do Instituto Clima e Sociedade (ICS). “Pela primeira vez, a resolução final da conferência trouxe uma referência explícita a combustíveis fósseis.”
A reportagem explica que a Petrobras abandonou em 2019 a ideia de investir em geração de energias renováveis, na contramão de algumas de suas concorrentes, principalmente as europeias, alegando que as operações não davam lucro e que precisava focar em ativos mais rentáveis para reduzir sua dívida.
Desde então, a empresa já vendeu participações em usinas eólicas e produtoras de biocombustíveis. Atualmente, negocia ativos de geração hidrelétrica e seu braço para a produção de biodiesel. Sem dar detalhes do plano, o gerente executivo de Estratégia da Petrobras, Rafael Chaves, disse à Folha que o plano deve avançar na estratégia da companhia em relação às mudanças climáticas, mas não há previsão de guinada estratégica. “Certamente, vamos trazer evolução nesse olhar para a sustentabilidade nesse plano, mas não vai ter mudança radical”, afirmou o executivo. “A gente não pode ignorar: o Brasil tem o pré-sal, que é um ativo maravilhoso, gera emprego, renda, tributos e retorno para a sociedade.”
Falta de consenso trava mudanças no setor elétrico
Reportagem publicada na edição deste sábado (20/11), do jornal O Estado de S. Paulo, mostra como a falta de consenso político e de coordenação do governo têm emperrado, há seis anos, o avanço no Congresso de projetos que trazem novas regras para o setor elétrico. As resistências atrasam mudanças como a permissão para todos os consumidores terem acesso ao mercado livre de energia, onde o cliente pode comprar diretamente das geradoras ou de comercializadoras.
A reportagem explica que a abertura do mercado livre e outras atualizações nas regras estão previstas em dois textos semelhantes, ambos com origem em uma consulta pública conduzida no governo Michel Temer. As propostas também abrem espaço para a chamada “modernização do setor elétrico”, que é colocada como prioritária pela equipe de energia do governo federal.
Com apoio do governo, o projeto de lei 414/202 foi aprovado no Senado e está parado na Câmara desde o início deste ano. O texto prevê que os consumidores poderão negociar energia de forma livre com os geradores, sem a necessidade de uma distribuidora, em até três anos e meio após a sanção da lei. Hoje, esse tipo de negociação está restrita a grandes consumidores, como indústrias. Já o projeto de lei 1.917/2015, conhecido como “PL da portabilidade da conta de luz”, determina que essa liberação deve ser feita em até seis anos.
Propaganda oficial quer melhorar imagem da energia nuclear
Em ascensão no governo do presidente Jair Bolsonaro, a energia nuclear vai ganhar uma campanha publicitária promovida pela Eletronuclear, com o objetivo de reforçar a importância das usinas nucleares para o abastecimento e a estabilidade na matriz elétrica brasileira, com destaque para a retomada das obras de Angra 3, unidade que tem previsão de entrar em operação no final de 2026, início de 2027.
A esse respeito, o jornal O Estado de S. Paulo informa que a campanha começa na semana que vem e vai até a primeira quinzena de dezembro. O coordenador de Comunicação Institucional da estatal, Marco Antônio Alves, afirma que a importância da energia nuclear ganhou ainda mais força com a crise hídrica, que, segundo ele, evidenciou a necessidade do país ter energia firme na base do sistema.
PANORAMA DA MÍDIA
A Polícia Federal pediu abertura de inquérito ao Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a participação de parlamentares em desvio de verbas do orçamento secreto, após a Controladoria-Geral da União (CGU) ter detectado irregularidades em repasses referentes à compra de tratores. Caso a investigação seja autorizada, o primeiro passo será identificar os autores das emendas de relator que são alvo de suspeita. (O Globo)
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Universidade incluem mais alunos negros, mas só 3% têm equidade racial entre professores. Análise feita pelo jornal O Estado de S. Paulo compara a proporção de docentes negros com a de habitantes negros no estado. Além de democratizar o acesso, especialistas dizem que diversidade melhora o ambiente acadêmico.