O diretor financeiro da Petrobras, Rodrigo Araujo, disse que os cerca de R$ 4,2 bilhões que a companhia pagará em bônus de assinatura pelos volumes excedentes da cessão onerosa de Sépia e Atapu não comprometerão a alavancagem da petroleira. Segundo ele, o saldo financeiro líquido da participação da estatal na rodada será, ao fim, positivo.
O diretor afirmou que a compensação financeira que a Petrobras receberá pelos investimentos já feitos nos dois ativos será maior que o montante a ser pago em bônus. “No líquido, no ano [de 2022] haverá uma entrada em caixa, e não uma saída”, disse a jornalistas. O pagamento do bônus será feito com o dinheiro em caixa da companhia, no início de 2022. Já a compensação deve entrar no caixa ao longo do ano que vem.
Questionado se a Petrobras poderá fazer distribuição de dividendos extraordinários com os recursos obtidos com a compensação financeira de Sépia e Atapu, o executivo respondeu que “eventualmente pode haver alguma distribuição adicional, a depender do cenário”. Araujo comentou também que a Petrobras está “bastante confortável” com o resultado do leilão de hoje (17/12). Sépia e Atapu, segundo ele, são projetos “bastante resilientes e competitivos”. As informações são do Valor Econômico.
Shell: com aquisição na cessão onerosa, empresa aumenta posição em águas profundas no Brasil
A Shell aumentou sua posição em águas profundas no Brasil ao participar do segundo leilão da cessão onerosa na manhã desta sexta-feira (17/12), afirmou a companhia em nota. A petroleira anglo-holandesa tem 25% de participação no consórcio que levou a área de Atapu, formado também pela Petrobras, a operadora com 52,5% de participação, e pela TotalEnergies, com 22,5%.
As companhias ofereceram bônus de assinatura de R$ 4 bilhões pela área, além de um óleo-lucro para a União de 31,68%. Com isso, a Shell tem participação em mais de 30 contratos de exploração e produção no país. De acordo com dados de novembro da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a companhia é a segunda maior produtora de petróleo do país, com uma extração de 324,6 mil barris por dia. (Valor Econômico)
Compra da Focus abre opção de hidrogênio verde para a Eneva no futuro
A compra da Focus Energia pela Eneva por R$ 960 milhões – e que deve ser concluída oficialmente em março de 2022 – marca a entrada da companhia no segmento de energias renováveis, com um novo pipeline maduro de projetos envolvendo o complexo solar Futura, de 3 GW na Bahia, e algumas centrais hidrelétricas em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, somando mais 78 MW.
Reportagem do Canal Energia informa que, com 1,8 GW atuais entre três termelétricas, a aquisição tem o objetivo, segundo o diretor financeiro, Marcelo Habibe, de diversificar o portfólio da empresa e trabalhar com a complementariedade dos negócios a partir de uma carteira mais equilibrada entre os ambientes de contratação, combinando a segurança e previsibilidade do mercado regulado com a possibilidade de mais upsides e preços de comercialização no mercado livre.
“Com essa combinação esperamos ter acesso a grandes consumidores industriais de gás, além de começar a pensar na opcionalidade do hidrogênio verde no futuro a partir de uma escala maior dos projetos renováveis”, comentou ontem (16/12) o executivo, durante evento a analistas e investidores. A ideia é tentar entender e capacitar a companhia para outras alternativas energéticas no futuro, dando uma visibilidade maior a estratégia de longo prazo.
Ministério da Justiça abre investigação sobre cartel de preços de etanol no Nordeste
O Ministério da Justiça abriu, na última segunda-feira (13/12), uma investigação para apurar a suspeita de que um cartel de empresas esteja agindo para combinar os preços de etanol no Nordeste. A informação foi publicada hoje (17/12) no blog do jornalista Lauro Jardim, do Globo.
Ele informou, ainda, que a medida consta em nota técnica da pasta, que também notificou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para que tome providências sobre o tema. Eventuais punições serão feitas em forma de multa sobre o faturamento das companhias envolvidas. De acordo com o documento, o ministério encontrou indícios da combinação numa reunião online realizada em 12 de agosto, um workshop promovido pelo Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool-PB).
Deputados do RJ criam nova taxa para setor de petróleo e gás
Reportagem do jornal Valor Econômico indica que empresas do Rio de Janeiro voltaram a ser surpreendidas pela Taxa de Fiscalização da Exploração e Produção de Petróleo e Gás (TFPG). Essa cobrança havia sido instituída no Estado em 2016. No ano passado, em abril, no entanto, foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Só que agora, nesta semana, a Assembleia Legislativa resolveu recriar a mesma taxa e enviou o texto, ontem (16/12), para sanção do governador.
Conforme explica a reportagem, a principal diferença entre as duas edições da TFPG está no valor a ser cobrado. Antes era baseado na produção de barril de petróleo ou unidade de gás. Agora será fixo: 1.370.000 UFIR (unidade fiscal de referência) por mês, o que equivale a cerca de R$ 5 milhões. Se a lei for sancionada, esses valores terão que ser recolhidos pelas concessionárias de petróleo e gás.
PANORAMA DA MÍDIA
Apertos monetários e preocupações com a variante ômicron da covid-19 no exterior minavam a resistência do mercado acionário brasileiro na manhã desta sexta-feira (17/12). Em meio a dúvidas, investidores vendiam ativos arriscados, como ações e moedas de países emergentes. Depois de ter fechado em alta na véspera, apesar da queda do mercado americano, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, caía 1,01%, a 107.230 pontos, às 11h01 desta sexta. O dólar subia 0,40%, a R$ 5,7030, refletindo a busca de investidores por segurança em um cenário global de menor liquidez. (Folha de S. Paulo)
*****
Na última sessão deste ano, a Câmara dos Deputados aprovou ontem (16/12) um programa de parcelamento de dívidas tributárias para as micro e pequenas empresas do Simples, a regulamentação do Diferencial de Alíquota do ICMS (Difal), utilizada para dividir a arrecadação do comércio eletrônico interestadual, e descongelou o prazo de cálculo de benefícios trabalhistas dos servidores públicos da saúde e segurança pública, que estão suspensos por lei desde o início da pandemia.
O Refis para as empresas do Simples e microempreendedores individuais (MEIs), inclusive em recuperação judicial, foi aprovado por 382 votos a 10 e seguiu para sanção presidencial. O programa permitirá a renegociação de cerca de R$ 50 bilhões em dívidas do Simples, vencidas até o mês anterior à entrada em vigor da lei. O prazo de pagamento é de até 180 meses (15 anos) após o pagamento da entrada, sem redução nos acréscimos legais. (Valor Econômico)
*****
O presidente Jair Bolsonaro (PL) entrará em seu quarto ano de mandato sem cumprir a promessa, feita na campanha e reiterada durante o governo, de corrigir a tabela do Imposto de Renda. Sem a correção, 15,1 milhões de pessoas que deveriam ser isentas terão que pagar o imposto em 2022, segundo cálculos da Unafisco Nacional (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil). O número considera a defasagem de 134% acumulada desde 1996, quando a correção anual deixou de ser feita. (portal UOL)