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Petrobras sai de vez da BR Distribuidora com mais R$ 11,3 bilhões – Edição da Manhã

A Petrobras levantará R$ 11,3 bilhões com a venda de suas últimas ações na BR Distribuidora. Os papéis, que equivalem a 37,5% do capital da companhia, foram precificados em reunião do conselho de administração realizada ontem (30/06). A operação deve ser concluída amanhã, informa a Folha de S. Paulo.

Em comunicado publicado pela Agência Petrobras, a estatal informa que o preço por ação ordinária de emissão da Petrobras Distribuidora S.A. foi fixado no valor de R$ 26, no âmbito da oferta pública de distribuição secundária de ações de titularidade da petrolífera. O montante total da operação será de R$11.358.750.000,00.

Ainda de acordo com o comunicado ao mercado, a Petrobras informa que “não será realizado nenhum registro da oferta ou das ações em qualquer agência ou órgão regulador do mercado de capitais de qualquer outro país, exceto no Brasil, junto à CVM. As ações não foram e não serão registradas sob o Securities Act de 1933 e não poderão ser ofertadas ou vendidas nos Estados Unidos sem o seu registro ou uma isenção de registro”.

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O percentual das ações a ser ofertado pela Petrobras será de 37,5% do capital social da BR Distribuidora, que corresponde à totalidade da participação atualmente detida pela Petrobras na BR. As ações passarão a ser negociadas na B3 amanhã (02/07).

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Reservatórios devem terminar julho abaixo do nível de 2001

Os reservatórios de usinas hidrelétricas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste devem atingir níveis inferiores aos de 2001, ano em que houve racionamento de energia, até o fim de julho. A projeção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em nota técnica obtida pelo Valor Econômico, indica que eles vão chegar ao dia 31 do próximo mês com apenas 26,6% de sua capacidade máxima. Na mesma data de 2001, o volume útil dos reservatórios no subsistema Sudeste/Centro-Oeste estava em 26,8%. É a primeira vez, nas últimas duas décadas, em que o patamar de armazenamento fica abaixo do verificado naquele ano.

Apesar da crise hídrica, especialistas sempre apontam diferenças entre o momento atual e o ano do racionamento no governo Fernando Henrique Cardoso. Naquela ocasião, cerca de 85% da matriz elétrica brasileira era baseada em hidrelétricas e havia menos capacidade de transferência de energia entre regiões do país. Desde então, a rede de transmissão mais do que duplicou e a participação das hidrelétricas caiu para 60%, com o avanço de usinas térmicas e fontes renováveis, como as eólicas.

Alta no preço da energia aumenta busca por eficiência

Reportagem publicada hoje (01/07) pelo Valor Econômico indica que a crise hídrica e o consequente aumento nos preços da energia elétrica estão impulsionando a busca por eficiência energética, principalmente nos setores mais afetados pela pandemia, como comércios, escolas, hotéis e shoppings.

De acordo om a reportagem, tecnologias que otimizam o uso da energia por meio da análise dos dados de consumo, por exemplo, têm atraído consumidores. Empresas e institutos de pesquisa que oferecem serviços de eficiência começaram a notar um aumento da demanda entre o fim do ano passado e o primeiro trimestre de 2021, quando os consumidores se deram conta da possibilidade do agravamento da crise no setor elétrico. A eficiência ajuda a racionalizar o consumo para reduzir gastos com eletricidade.

Desde o começo do ano os clientes do mercado livre, que escolhem o próprio fornecedor, intensificaram a busca por economia, pois tiveram aumento nos encargos pagos para o acionamento das térmicas, devido à crise hídrica que afetou as hidrelétricas. Agora, com o aumento de 52% no valor cobrado pela bandeira tarifária vermelha nível 2 a partir de hoje, a expectativa é de um aumento também na busca por soluções que ajudem a racionalizar o consumo no mercado cativo, suprido pelas distribuidoras.

Com BB e Petrobras, dividendos de estatais devem ultrapassar previsão de R$ 16,9 bilhões 

Com a melhora na expectativa de resultados do Banco do Brasil e Petrobras, o Tesouro Nacional já trabalha com o cenário de que vai receber mais do que os R$ 16,9 bilhões projetados em dividendos das empresas estatais neste ano, informa o Valor Econômico.

De janeiro a maio, as estatais transferiram R$ 13,968 bilhões em dividendos para o Tesouro Nacional, mais que o dobro do montante repassado em todo o ano de 2020 (R$ 6,577 bilhões). Somente em maio foram transferidos mais de R$ 8 bilhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal. Apesar das receitas em cinco meses já estarem próximas da estimativa de R$ 16,9 bilhões para o ano, o Tesouro não considera, no momento, revisar a previsão.

A reportagem ressalta que o BB registrou lucro líquido ajustado de R$ 4,9 bilhões no primeiro trimestre de 2021, o que representou aumento de 44,7% ante o mesmo período do ano anterior, ficando acima de projeções de analistas. Já a Petrobras fechou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 1,17 bilhão, revertendo o prejuízo histórico de R$ 48,52 bilhões registrado em igual período do ano passado.

PANORAMA DA MÍDIA

Gestores anda veem ganho na B3 antes da fase eleitoral – esse é o principal destaque da edição de hoje (01/07) do Valor Econômico. Segundo a reportagem, o mercado de ações encerrou o semestre abaixo das máximas históricas, aos 126.802 pontos – ganho de 6,54% no período –, mas ainda assim recompensou os investidores que optaram pela renda variável. A maior parte dos índices da B3 teve valorização expressiva na primeira metade do ano, mesmo em meio a um ciclo de alta dos juros e ao recrudescimento da pandemia de covid-19. Gestores de recursos ainda veem espaço para ganhos num cenário de avanço da vacinação no país e retomada da economia, que já se reflete nas revisões para cima do Produto Interno Bruto (PIB).

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O cenário político do país é o principal destaque de hoje (01/07) do jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com a reportagem, diante do avanço das investigações na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid e de denúncias de corrupção na compra de vacinas, o Palácio do Planalto age para manter de pé a aliança com o centrão e evitar a ampliação da crise política, que tem no líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), o personagem central.

A pressão se agravou ontem, com a apresentação do superpedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, assinado por partidos de esquerda, centro-direita e parlamentares de direita que romperam com o governo, além de integrantes de movimentos sociais, reunindo mais de 100 representações já protocoladas na Câmara.

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A Folha de S. Paulo também traz como destaque as denúncias de corrupção na área da Saúde, envolvendo a compra de vacinas, e informa que auxiliares de Jair Bolsonaro discutem nos bastidores como blindar o presidente. As crises constantes têm atingido uma de suas bandeiras eleitorais de que não haveria irregularidades em sua gestão.

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O jornal O Globo informa que as suspeitas sobre a atuação do ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, já eram conhecidas do governo desde o ano passado. O ex-ministro Eduardo Pazuello chegou a decidir demitir Dias após suspeitas de irregularidades na aquisição de testes da covid-19, mas ele foi mantido após pressão política.

Ontem (30/06), a exoneração de Dias foi publicada após denúncias de que ele teria pressionado pela aprovação célere da vacina indiana Covaxin. O Globo apurou que a exoneração, que já havia sido comunicada à Casa Civil, foi revertida em outubro de 2020 a pedido do então presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), diretamente ao Palácio do Planalto.