O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem (05/12) que a Petrobras vai anunciar uma série de “pequenas reduções” no preço dos combustíveis a partir desta semana. Ele não deu detalhes sobre quanto será o percentual de diminuição. “A Petrobras começa esta semana a anunciar a redução no preço do combustível. Nesta semana já começa a anunciar”, disse o presidente, em entrevista ao portal Poder 360, enquanto visitava um clube em Brasília.
A reportagem ressalta que o alto preço de combustíveis, sobretudo do diesel, tem sido alvo de reclamações de prefeitos de todo o país. Eles pedem ajuda federal para evitar o aumento do preço das passagens do transporte público em ano eleitoral. O Ministério da Economia já discute a questão com as instituições que representam as gestões municipais.
Brasil é prioridade na carteira global da norueguesa Equinor
Em entrevista ao Valor Econômico, o vice-presidente executivo da área internacional de exploração e produção da Equinor, Al Cook, informou que a em empresa está em processo de reposicionamento estratégico, de olho na transição energética, e que decidiu reduzir pela metade o número de países onde atua no setor de óleo e gás.
No Brasil, pelo contrário, a ideia é continuar a crescer. Depois de anunciar, este ano, investimentos de US$ 8 bilhões – em conjunto com a ExxonMobil e Petrogal – para começar a produção no campo de Bacalhau, no pré-sal da Bacia de Santos, a petroleira norueguesa trabalha no desenvolvimento de novos projetos até 2030, e mira com atenção o leilão dos volumes excedentes da cessão onerosa das áreas de Sépia e Atapu, marcado para 17 de dezembro.
A reportagem explica que a Equinor é uma das 11companhias habilitadas para a rodada, que vai demandar desembolsos de R$ 11,1 bilhões em bônus de assinatura. Al Cook disse ao Valor que vê Sépia e Atapu como “ótimos campos”, do tipo “que qualquer companhia de óleo e gás do mundo olha”. A decisão de participar da licitação, no entanto, dependerá dos cálculos de retorno. “Basearemos nossa decisão em como podemos gerar valor”, afirmou o executivo.
Retomada de obras da refinaria Abreu e Lima, alvo da Lava-Jato, ainda está indefinida
A Petrobras ainda não definiu quando abrirá a licitação para as obras de conclusão da Refinaria Abreu e Lima, suspensas desde que a Operação Lava-Jato expôs um esquema de corrupção envolvendo dirigentes da estatal e empreiteiras responsáveis pela construção, entre elas Odebrecht, Camargo Corrêa e OAS.
Anunciada no mês passado, com a divulgação do novo plano de investimentos da companhia, a retomada do empreendimento tem como objetivo viabilizar a venda da refinaria, tornando o ativo mais atraente para investidores. A Petrobras estima que gastará US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões hoje) para concluir as obras. (Folha de S. Paulo)
PANORAMA DA MÍDIA
Mesmo com PIB fraco, BC deve manter política de juros altos – esta é a manchete da edição de hoje (06/12) do Valor Econômico. A reportagem ressalta que o Brasil deve voltar a conviver, em 2022, com juros de dois dígitos. Pesquisa feita pelo Valor entre 29 de novembro e 3 de dezembro, entre 111 instituições financeiras e empresas de consultoria, mostra que, na média, a expectativa é que a taxa básica de juros (Selic) chegue a 11,75% no próximo ano. Parte relevante das projeções – 31,5% do total – acredita que vá a 12% ao ano.
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Reportagem do jornal O Globo mostra que o brasileiro nunca recorreu tanto ao rotativo do cartão de crédito quanto agora. Esse tipo de financiamento — o mais caro do mercado — alcançou R$ 21,6 bilhões concedidos em outubro, maior valor da série histórica do Banco Central e 29,9% superior ao do mesmo mês de 2019, antes da crise provocada pela Covid-19.
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A Folha de S. Paulo informa que o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, autorizou o avanço de sete projetos de exploração de ouro numa região praticamente intocada da Amazônia, gesto inédito do Conselho de Defesa Nacional nos últimos dez anos. Cabe ao ministro do GSI dar aval ou o não a projetos de mineração na faixa de fronteira, numa largura de 150 km.
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Por não aplicarem neste ano ao menos 25% da receita em educação, como obriga a Constituição, oito de cada dez prefeitos do país correm o risco de serem enquadrados na Lei de Responsabilidade Fiscal e até se tornarem inelegíveis por improbidade administrativa, informa o jornal O Estado de S. Paulo. A quase 20 dias do fim do ano, eles apelam agora aos deputados por uma isenção de responsabilidade, já aprovada pelo Senado.
O argumento usado pelos municípios é o de que não havia no que investir, já que as escolas ficaram fechadas quase o ano todo, reduzindo os gastos, por exemplo, com limpeza, transporte e material escolar. Para educadores, no entanto, o recurso deveria ter sido usado em tecnologia, infraestrutura para a volta presencial e na recuperação da aprendizagem.