Comercializadoras de energia elétrica estão revendo para baixo suas projeções para a demanda por eletricidade neste ano e até em 2020, por causa do desempenho da economia abaixo do previsto e da fraca atividade industrial. Este é o foco de matéria publicada hoje (06/06) pelo jornal DCI – Diário do Comércio, Indústria e Serviços.
A reportagem ressalta que o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,2% entre janeiro e março, comparado com os três meses anteriores. Nesse cenário, as projeções de órgãos do governo, como a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), para a demanda por energia elétrica, deverão ser corrigidas. As projeções divulgadas no final de abril apontavam para alta de 3,4% na carga de energia elétrica, na comparação anual, caso a expansão do PIB fosse de 2,2%.
“Temos visto que o que foi projetado pela EPE não tem se realizado, então imaginamos algum tipo de correção da carga”, afirmou o diretor da Ecom Energia, Paulo Toledo, entrevistado pelo DCI. A empresa projeta que a previsão da EPE, de alta de 3,4% da carga de energia em 2019, deverá ser cortada até setembro em 0,8 a 1 ponto percentual.
A EPE prevê alta de 3,8% no consumo de energia em 2020. Para o diretor da True Comercializadora, Gustavo Arfux, as contínuas revisões do PIB, para baixo, indicam que haverá impacto também em 2020.
STF retoma hoje julgamento sobre critérios de privatização
O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu ontem (05/06) o julgamento que vai decidir o futuro do processo de privatização de empresas estatais. Até agora, a votação dos ministros está empatada em dois a dois. A discussão será retomada hoje, com o posicionamento dos outros sete ministros.
Os sites dos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo destacam que a tendência é que a Corte declare a necessidade de licitação e de lei específica apenas para a venda do controle acionário de “estatais-mães”, como Petrobras e Eletrobras. A venda de ações que não implique perda do controle ou de subsidiárias e controladas poderia ser feita sem essas condições.
Novas usinas em MS mudam relação entre setor elétrico e área ambiental
Reportagem publicada hoje (06/06) pelo Valor Econômico conta como a aproximação entre empreendedores e a área ambiental de Mato Grosso do Sul, em uma experiência de avaliação ambiental integrada, conseguiu minimizar embates geralmente existentes em projetos de construção de novas usinas hidrelétricas.
Pela primeira vez, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o inventário de um conjunto de pequenas centrais hidrelétricas foi feito com a participação do órgão responsável pelo licenciamento desde o início. O resultado foi animador para os dois lados.
A reportagem explica que a análise preliminar do Instituto de Meio Ambiente (Imasul) reduziu de 11 para sete o número de aproveitamentos prospectados no rio Pardo e em seus afluentes. Em vez de 197 megawatts (MW) de capacidade instalada, a geração potencial teve que cair para 130 MW. O primeiro passo foi descartar empreendimentos com maior risco de perda de biodiversidade, rotas de fuga mais complicadas para peixes em migração ou uma relação desfavorável entre o tamanho do futuro reservatório e a produção de energia.
Dessa forma, os projetos que passaram pela triagem inicial já têm uma espécie de “pré-viabilidade”. Ou seja, o aceno do órgão ambiental de que as pequenas hidrelétricas restantes não têm restrições tão sensíveis a ponto de inviabilizar a emissão de licença prévia. Na prática, a sinalização é de que, feitos os estudos detalhados apontando iniciativas de compensação e mitigação dos riscos, não haveria barreira ao avanço no processo de licenciamento. “Vamos buscar esse modelo nos demais estados”, afirmou o diretor-geral da Aneel, André Pepitone.
Ainda desconhecida nas empresas, a eficiência energética reduz desperdício
A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) argumenta que simples mudanças no ambiente corporativo, por meio de ações de eficiência energética, podem evitar que as empresas adotem medidas rígidas, como cortes na folha de pagamentos, para ajustar custos operacionais.
“A troca de lâmpadas tradicionais pelas de LED é um exemplo clássico e que muitas empresas já adotam, com resultado visível”, afirma o presidente da Abesco, Alexandre Moana. Um projeto de eficiência energética pode ser aplicado inicialmente a partir da análise de maquinários e processos internos. No caso de indústrias, por exemplo, há a possibilidade de trocar máquinas antigas por mais novas, consequentemente mais eficientes e que vão trabalhar melhor e desperdiçar menos energia.
“As empresas e indústrias precisam quebrar paradigmas de gestão, passando a focar em energia, uma vez que, quase 60% do uso final dela no setor industrial é destinado a motores, ou seja, equipamentos”, explica Moana. A reportagem é do site Ambiente Energia.
PANORAMA DA MÍDIA
A Caixa Econômica Federal reduziu em até 1,25 ponto percentual os juros para financiamento imobiliário, com foco na classe média e média alta. Esse é o destaque de hoje (06/06) nos principais jornais do país.
A taxa mais em conta, voltada para clientes do banco, recuou de 8,75% para 8,5% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR). Já a mais alta, para não correntista, caiu de 11% para 9,75% ao ano. Os percentuais começam a valer a partir da segunda-feira para novos financiamentos em todas as modalidades – imóveis novos, usados, aquisição de terreno e construção e reformas. Essa mudança, segundo simulações de especialistas, vai beneficiar mais os financiamentos de maior valor (O Globo).
A Caixa unificou as taxas cobradas nos empréstimos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI). No primeiro, os clientes financiam imóveis de até R$ 1,5 milhão com o uso do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). No SFI, para imóveis acima de R$ 1,5 milhão, a taxa cairá de 9,75% mais TR para 8,5% mais TR. As taxas valem nas diversas modalidades de financiamento: imóvel novo, imóvel usado, aquisição de terreno e construção, construção em terreno próprio e reforma e ampliação (O Estado de S. Paulo).
O corte nas taxas de juros vem no momento em que o governo tenta reaquecer a economia e dá munição à Caixa para avançar no crédito imobiliário depois do recuo dos últimos dois anos, que lhe custou a liderança na concessão de novos empréstimos. Em meados de 2017, o Santander começou a cortar os juros do crédito imobiliário, iniciativa adotada em seguida pelos demais bancos. O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, informou que o programa de renegociação de créditos habitacionais (também anunciado ontem) ficará em vigor por tempo indeterminado. O banco tem prestações em atraso em 11% de sua carteira de 5,2 milhões de contratos (Valor Econômico).
Na interpretação da Caixa, a medida é fundamental para ampliar a oferta de crédito e dar acesso à casa própria. Segundo o presidente do banco, Pedro Guimarães, a medida reduzirá a mensalidade e permitirá que mais pessoas comprem imóveis. “Nossa intenção é incentivar o crédito imobiliário como um todo. Isso ajuda a reativar a economia, criar empregos e é justo com a sociedade brasileira”, alegou. As ações, no entanto, não valem para o programa Minha Casa Minha Vida (Correio Braziliense).
Já a Folha de S. Paulo destacou, em sua edição desta quinta-feira, a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que engessa ainda mais o poder do Executivo sobre o Orçamento da União. O texto agora será promulgado. A mudança na Constituição, porém, será fatiada e parte voltará para uma nova análise do Senado. O trecho que passará a vigorar torna impositivas as emendas de bancadas estaduais apresentadas no Congresso Nacional.