O jornal O Estado de S. Paulo traz, na editoria de Economia, a pauta da privatização da Eletrobras, tema recorrente na imprensa. Após sinalização de que o processo ficaria para 2020, a nova estratégia dos ministérios da Economia e de Minas e Energia é garantir a entrada de recursos ainda este ano para reforçar os cofres do Tesouro Nacional e, possivelmente, elevar o ânimo dos investidores.
De acordo com a reportagem, o modelo deve ser definido até junho. As duas pastas, no entanto, não estão alinhadas em relação ao caminho a seguir. Enquanto o Ministério de Minas e Energia (MME) defende a capitalização e pulverização do controle da companhia, o Ministério da Economia estuda a possibilidade de transferir as subsidiárias da Eletrobras para outra empresa do grupo, a Eletropar, e vendê-las separadamente. Essa alternativa embute o risco de que a venda de algumas subsidiárias não se concretize.
A secretária executiva do MME, Marisete Pereira, defende o modelo de capitalização, segundo o qual a estatal lançaria novas ações ao mercado, mas o governo, que hoje detém 60% da companhia, não compraria esses papéis, reduzindo sua fatia a cerca de 40%. Assim, deixaria o controle da empresa, mas manteria poder considerável por meio de ações especiais, inclusive poder de veto em alguns pontos.
Conta de luz cai após governo quitar débito
A renegociação feita com bancos, de um empréstimo bilionário firmado pelo governo federal entre 2014 e 2015, vai antecipar para setembro a quitação da dívida que ocorreria em abril de 2020. Dessa forma, os consumidores sentirão alívio nas tarifas de energia elétrica. A notícia foi divulgada ontem, no início da tarde. Hoje (21/03), praticamente todos os veículos de comunicação comentaram o assunto.
O pagamento dessa dívida ocorre por recolhimento de taxas nas contas de luz. Com a antecipação negociada, os consumidores deixarão de pagar R$ 6,4 bilhões, o que deve reduzir as tarifas em 3,7%, em média. O jornal Correio Braziliense informa que o empréstimo foi firmado no auge de uma crise hídrica que levou ao acionamento de praticamente todas as termelétricas do país, encarecendo o custo da energia. O financiamento serviu para evitar um reajuste muito elevado nas tarifas na ocasião. Os recursos foram repassados para dar fôlego às distribuidoras.
Reajustes da Light e da Enel Rio serão revistos e aumento será menor
O acordo feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) com bancos, para antecipar a quitação da dívida contraída pelo governo federal entre 2014 e 2015, conforme explicado no texto anterior, levará à revisão dos reajustes já autorizados pela agência. O jornal O Globo ressalta que, no Rio de Janeiro, as distribuidoras Light e Enel reajustaram suas tarifas em 11,52% e 9,72%, respectivamente. Agora, esses percentuais serão reduzidos e os novos valores serão divulgados na próxima terça-feira.
PANORAMA DA MÍDIA
A reforma da Previdência, com ênfase na proposta exclusiva para os militares, encaminhado ontem à Câmara Federal, é o destaque dos principais jornais do país nesta quinta-feira (21/03). O projeto, que recebeu o nome de “reestruturação do Sistema de Proteção Social das Forças Armadas”, aumenta alíquotas e tempo de serviço na ativa. Porém, prevê uma reestruturação na carreira dos militares, com bônus e adicionais.
O jornal O Globo destaca que o projeto foi mal recebido por investidores, fazendo com que a Bolsa fechasse em queda de 1,55%. Segundo economistas e analistas ouvidos pela reportagem, a economia decorrente das mudanças, projetada em R$ 10,4 bilhões em dez anos, é menor do que o esperado e poderá representar um entrave à aprovação da reforma da Previdência pelo Congresso. O Correio Braziliense dá destaque às compensações pretendidas pelos militares para serem incluídos na reforma das aposentadorias.
A Folha de S. Paulo informa que o projeto para as Forças Armadas desagradou a base governista no Congresso. Segundo a reportagem, a reestruturação das carreiras militares ativou o balcão de negociações para que outras categorias sejam beneficiadas.
O Valor Econômico ressalta que o projeto das Forças Armadas, apresentado ontem, enfraquece o discurso do governo de que todos vão dar sua contribuição ou sacrifício para o equilíbrio fiscal. De acordo com a análise do jornal, ”o texto dos militares propõe medidas muito difíceis de se defender politicamente, como dobrar de quatro para oito vezes o valor do soldo pago para quem sai da ativa para a reserva (a aposentadoria dos militares), em especial em um ambiente no qual será preciso aprovar “maldades” previdenciárias para toda a sociedade”.
O Estado de S. Paulo informa que a reforma da Previdência tem o apoio de 180 deputados, mas com alterações. De acordo com levantamento feito pelo jornal, uma das mudanças deve ser a regra para o trabalhador rural.