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Por crise hídrica, governo antecipa operação de usina no RJ e deve manter térmicas no período úmido – Edição da Tarde

O jornal O Globo informa que as medidas que estão sendo adotadas pelo governo para conter a crise hídrica incluem a antecipação da entrada de operação de uma usina a gás natural no Rio de Janeiro e a manutenção das termelétricas no período úmido, para dar mais fôlego à recuperação dos reservatórios das hidrelétricas.

De acordo com a reportagem, esse conjunto de ações, somado à inauguração de novas linhas de transmissão, para escoar a produção do Nordeste, e às campanhas de redução de consumo, é visto como suficiente para garantir a transição de 2021 para 2022 e tornar o patamar de geração de energia no próximo ano mais confortável.

Ontem (14/09), em entrevista à Rede TV, o ministro Bento Albuquerque disse ter convicção de que com essas medidas será possível recuperar reservatórios e bacias hidrográficas e retomar um patamar normal da geração de energia.

Geração solar centralizada ultrapassa usinas a carvão em capacidade no Brasil

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A energia solar centralizada, gerada em grandes usinas, ultrapassou as usinas térmicas a carvão em capacidade instalada no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) publicados pelo Valor Econômico. A capacidade de geração solar fotovoltaica centralizada conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) soma 3,8 gigawatts (GW), ante 3,6 GW das usinas a carvão. Com isso, a geração solar de grande porte passa a ser a sexta maior fonte de energia elétrica do país.

Segundo a Absolar, desde 2012 a geração solar centralizada recebeu R$ 20,5 bilhões em investimentos no país e gerou mais de 114 mil empregos, além de ter levado a uma arrecadação de R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos. A fonte está presente nos Estados da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins.

“As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos atualmente, duas das principais responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores”, afirma o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia. Ao todo, incluindo a geração distribuída, modalidade na qual os consumidores geram sua própria energia, o Brasil tem 10,4 GW de capacidade instalada de energia solar.

Governo Temer viu ‘excesso’ de energia em 2021 e dispensou eólica e solar

O portal UOL informa que em 2016, o Ministério de Minas e Energia (MME) do governo do então presidente Michel Temer decidiu cancelar um leilão de energia que poderia ter criado cerca de 1,2 mil usinas solares e eólicas. Pelo plano, o leilão de energia de reserva reforçaria o fornecimento no Brasil por 20 anos a partir de julho de 2019. Ou seja, neste ano o país já poderia contar ao menos com parte dessas energias alternativas, ressalta a reportagem.

Na ocasião, 841 geradores eólicos e 419 fotovoltaicos, com potência instalada de 35 gigawatts, se interessaram pelo pregão, que acabou sendo sustado dias antes da data prevista para sua realização. Como o leilão nunca foi feito, não é possível saber efetivamente o quanto de energia hoje o Brasil abriu mão em 2016.

Ainda de acordo com a reportagem, a decisão do governo Temer foi baseada em um relatório de Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão vinculado ao MME que atua no planejamento da oferta energética no país.

O impacto das emissões de CO2 para a sociedade brasileira

Se a poluição que cada automóvel de passeio emite pudesse ser demonstrada visualmente, cada carro da nossa frota teria enchido 150 mil balões de festa de dióxido de carbono (CO2) ao final de um ano. O número faz parte das conclusões do estudo O Impacto das Emissões de CO2 no Trânsito Brasileiro, feito por Jefferson Soares Ferreira, fundador da GOOH, plataforma digital de mídia para carros (Out of Home), com sede em Belo Horizonte (MG) e atuação em mais seis capitais brasileiras, incluindo São Paulo.

Esse é o tema de reportagem publicada hoje (15/09) pelo caderno de Mobilidade do jornal O Estado de S. Paulo. Realizada em junho deste ano, a pesquisa considerou as bases do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) de 2020, apenas de automóveis de passeio, em todo o território brasileiro, fazendo comparações com outros dados, como o custo do crédito de carbono no mercado europeu (Carbon Emissions Futures – CFI2Z1), entre outros.

Jefferson Ferreira pondera que o Acordo de Paris, firmado em 2015, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP), estabelece que as nações desenvolvidas priorizem a compra de créditos de carbono dos países em desenvolvimento. “Se o Brasil precisasse comprar créditos somente para equalizar nossas emissões no trânsito, o custo seria de aproximadamente R$ 49,8 bilhões. Por outro lado, é um valor que deixamos de ganhar dos países que precisam adquirir esses créditos”, afirma. 

CPFL e Enel mostram preocupação com picos de consumo em meio à crise

Os riscos trazidos para o sistema elétrico diante da atual crise hídrica no Brasil, como o que pode acontecer em picos de consumo e com a operação de reservatórios no limite, preocupam os presidentes da CPFL Energia, Gustavo Estrella, e da Enel Distribuição São Paulo, Max Xavier.

Em debate promovido pela Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), que contou também com representantes do governo, os empresários lembraram ainda da necessidade de medidas não só de curto prazo, mas estruturais para lidar com momentos críticos como o atual, provocado pela maior seca em 91 anos.

“O governo, através do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), tem usado os recursos disponíveis para ter resposta de curto prazo para aumentar a oferta de energia, como a importação, mas são ações paliativas, embora necessárias e na direção correta. Efeitos de temperatura, trazendo picos de consumo podem trazer blackout, então é importante pensar em deslocamento de picos de consumo também”, disse Gustavo Estrella.

O presidente da Enel também destacou a gravidade do momento e a complexidade de operar o sistema e os reservatórios nas condições atuais. “A situação é de fato muito difícil, vamos ter que ir para o limite de reservatórios, que estão em condições bem complicadas de serem operados”, afirmou. (Agência CMA)

PANORAMA DA MÍDIA

De Lauro Jardim (blog / O Globo): Maior hidrelétrica de São Paulo secou e já opera no volume morto. O nível do reservatório de Ilha Solteira, a maior usina hidrelétrica de São Paulo, tem neste momento apenas – 1,45% de água, segundo dados oficiais do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Ou seja, está operando no chamado “volume morto”. A água está sendo captada num local que se situa abaixo dos canos e captação por meio de um bombeamento especial.

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