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Por que o preço do petróleo não importa para as energias renováveis – Edição da Tarde

O portal da revista Exame traz hoje (11/03) uma reportagem em que aborda a lógica dos preços das energias renováveis. Tempos atrás, explica a reportagem, quando o preço do petróleo subia, o interesse por alternativas ao combustível fóssil crescia. Do contrário, os investimentos minguavam. O avanço das energias limpas, portanto, seguia o sobe e desce da cotação do combustível de origem fóssil.

Hoje, o cenário é outro. Exemplo disso é a situação de tranquilidade que predomina entre os produtores de energia renovável, em contraste com o pânico que tomou conta dos mercados financeiros globais por causa da queda abrupta do preço do petróleo, nesta semana.

“(Para os renováveis) não muda nada”, afirma Daniel Rossi, fundador da Zeg, startup brasileira que atua na produção de biometano, combustível produzido a partir de resíduos orgânicos, como a vinhaça de cana-de-açúcar, e pode substituir o gás natural e o diesel, provenientes do petróleo. “Na verdade, vamos intensificar os investimentos”. Segundo a revista Exame, a Zeg planeja investir R$ 720 milhões, nos próximos cinco anos.

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No setor de energia eólica, o clima era o mesmo. “Numa perspectiva de curto e médio prazo, a atual crise do petróleo não deve trazer impactos diretos para o setor de energias renováveis no Brasil”, afirma Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). A previsibilidade dos preços alcançada pelas energias renováveis é um dos trunfos nessa disputa com os combustíveis fósseis.

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Santander formaliza contrato com 15 produtores de biocombustíveis para ofertar CBios

O Valor Econômico informa que o Santander formalizou hoje os primeiros 15 contratos de escrituração e custódia de Créditos de Descarbonização (CBios), durante evento em Ribeirão Preto (SP) promovido pela consultoria Datagro. Com a assinatura, esses títulos já estão disponíveis para comercialização.

Foram fechados contratos com Copersucar, Tereos, São Martinho, CerradinhoBio, Da Mata Açúcar e Álcool, Usina Vale do Paraná, Japungu, Clealco, Bioenergética Aroeira, Tietê Agroindustrial, Usina Batatais, FS Bioenergia, CMAA, Bevap, Bahia Etanol (BEL) e Jalles Machado.

Essas empresas, certificadas para participarem do programa RenovaBio, poderão vender no mercado seus CBios, que são relativos a vendas já realizadas de seus biocombustíveis e registradas em uma plataforma do governo, a Plataforma CBio. Até o momento há 42 unidades industriais autorizadas (certificadas) para participarem do RenovaBio e 238 em processo de certificação, que deverão obter a autorização em cerca de dois meses, de acordo com os últimos dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Em uma segunda matéria sobre o tema, o Valor Econômico ressalta que a compra dos CBios ocorrerá em mercado de balcão e será registrada pela B3, que também disponibilizará sua plataforma Trader para as negociações. A plataforma de registro dos CBios será disponibilizada pela B3 na segunda metade de abril. Inicialmente, a compra de CBios será dominada pelas distribuidoras, mas o governo quer que o RenovaBio também seja acessado, no futuro, por outros agentes que busquem a redução da emissão de carbono.

O programa federal RenovaBio tem por objetivo “descarbonizar” a matriz de transportes no país.

Crise derruba preço do GNL e pode favorecer a geração termelétrica no Brasil

O mercado de gás natural liquefeito (GNL) também foi afetado pela queda brusca nos preços globais do petróleo, na segunda-feira (09/03). Os preços do insumo ficaram entre 25% e 30% mais baratos na última, caindo para o nível mais baixo em mais de 21 anos, depois que o barril do petróleo perdeu um terço do seu valor, informa a Agência Infra.

Essa conjuntura pode favorecer os investidores em projetos termelétricos no Brasil, que contam com excesso de oferta de gás liquefeito no mercado internacional, e preços em patamar historicamente mais baixo.

“Estamos numa situação muito favorável, em vista dos preços reduzidos de GNL, e em conjunto com o gás do pré-sal. Esta conjugação permitirá uma expansão sustentável de térmicas flexíveis e inflexíveis, fornecendo a segurança energética e demais serviços necessários na operação do sistema elétrico nacional”, disse o presidente da Abraget (Associação Brasileira de Geração Termelétrica), Xisto Vieira.

A reportagem destaca que em 30 de abril estão agendados dois leilões de geração térmica, A-4 e A-5 (com entrega da energia para quatro e cinco anos, respectivamente), com uma quantidade grande de ofertantes. Os vencedores do leilão contratarão gás em um cenário mais favorável.

Saudi Aramco recebe ordem para elevar produção de petróleo para 13 milhões de barris por dia

A estatal de petróleo Saudi Aramco informou hoje (11/03) ter recebido uma diretiva do Ministério da Energia da Arábia Saudita para elevar a sua capacidade de produção de 12 milhões de barris por dia (bpd) para 13 milhões de barris por dia. A Aramco não informou quando o aumento de capacidade seria concretizado. (portal Época Negócios)

PANORAMA DA MÍDIA

O colunista Jamil Chade, do portal de notícias UOL, informa que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou hoje (11/03) uma pandemia do coronavírus, num reconhecimento de que a mera estratégia de conter a proliferação da doença já não seria suficiente. A classificação significa que uma transmissão recorrente está ocorrendo em diferentes partes do mundo e de forma simultânea.

Ao anunciar a pandemia, a agência de saúde indica que governos devem trabalhar não mais para apenas conter um caso. Mas atuar também para atender uma parcela da população mais ampla e vulnerável. Estratégias direcionadas apenas para identificar casos e isolar pessoas precisam ser trocadas por um plano sanitário que evite mortes. Ao declarar a pandemia, a OMS reconhece que a situação é mais grave.

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