Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo destaca que a mineradora australiana Fortescue tem um dos maiores e mais adiantados projetos para produção de hidrogênio verde no Brasil. A planta será instalada no Porto de Pecém, no Ceará, onde deve ocupar uma área de 100 hectares, e receber um total de US$ 5 bilhões (quase R$ 25 bilhões) de investimentos em duas fases.
A intenção da empresa é começar a produzir em 2027 e o projeto já recebeu licença ambiental prévia, mas, segundo o executivo que comanda a Fortescue no país, Luis Viga, a usina não sairá do papel se não houver uma redução do preço da energia. Na planta prevista pela Fortescue, a energia será responsável por 70% dos custos de produção. Tarifas de energia mais baratas, portanto, são essenciais para dar competitividade ao projeto, de acordo com Viga.
“Até agora, estamos trabalhando com pré-contratos condicionados à decisão final de investimento, porque precisamos de um desconto considerável na energia e nos encargos para tornar o projeto viável”, diz o executivo, que defende um preço de energia 50% inferior (incluindo impostos) ao atual para que o projeto se concretize.
Mais de 40 projetos buscam certificação para hidrogênio verde no Brasil
O Brasil tem mais de 40 projetos para a produção de hidrogênio verde (H2V) em busca de certificação que os qualifique a exportar para a União Europeia e outros países. As tratativas são feitas por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que coordena, em nome do Brasil, um grupo de 11 países que estão definindo as regras de certificação. (Folha de S. Paulo)
Ministro pede e Aneel deve abrir novo processo contra Enel
A Folha de S. Paulo informa que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu abrir um novo processo contra a Enel, distribuidora que atende São Paulo e que teve sua multa de R$ 168 milhões pelo apagão de novembro mantida na terça (9/4) após recurso.
Apesar de autônoma, a agência atendeu ao pedido do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que exige os índices de qualidade definidos no contrato de concessão sob pena de que seja decretada a caducidade do documento.
Light tem vitória de R$ 2 bilhões no Carf em casos de “gatos” de energia
A Light obteve vitória da ordem de R$ 2 bilhões, ontem (10/4), no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão que julga disputas entre contribuintes e o Fisco, conforme apurou a coluna Capital, do jornal O Globo.
A distribuidora de energia conseguiu reverter, por unanimidade, dois autos de infração que tratavam da possibilidade de dedução das chamadas perdas não-técnicas — isto é, os “gatos” (roubos) de luz — da base de cálculo de imposto da companhia. Cada auto de infração somava cerca de R$ 1 bilhão, segundo informação da reportagem.
O alto volume de “gatos” foi um dos problemas que levaram a holding da Light a pedir recuperação judicial, no ano passado, com uma dívida de R$ 11 bilhões. No momento em que entrou no Rio de Janeiro, mais da metade da energia (54%) distribuída pela companhia era furtada.
Pacheco troca relatoria do projeto de eólicas offshore
O jornal O Estado de S. Paulo informa que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vai trocar o relator do projeto de lei que cria o marco legal da energia eólica offshore (em alto-mar). A expectativa era de que a proposta ficasse com o senador Carlos Portinho (PL-RJ), que relatou o texto na primeira votação no Senado. Pacheco, porém, definiu que o senador Weverton (PDT-MA), da base do governo Lula, é quem vai assumir a função.
O projeto da energia eólica offshore faz parte da chamada “agenda verde”, e voltou para análise do Senado após ter sido aprovado pela Câmara com uma série de “jabutis” (matérias sem relação com o conteúdo principal). No Congresso, há um acordo informal de manter os relatores dos projetos quando os textos voltam para segunda análise se sofrer modificações na Casa vizinha. Nesse caso, a tradição será rompida, ressalta a reportagem.
Um dos principais pontos polêmicos incluídos pela Câmara, em novembro do ano passado, é um dispositivo que beneficia termelétricas movidas a carvão mineral. Os chamados “jabutis” (emendas parlamentares não alinhadas ao objetivo do projeto) como um todo podem gerar um custo extra de R$ 40 bilhões por ano na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), segundo especialistas do setor elétrico.
“Vamos criar uma companhia relevante, com balanço sólido”, diz CEO da Enauta, sobre fusão com a 3R
Em uma transação relâmpago, a combinação entre as petroleiras Enauta e 3R Petroleum criará uma nova companhia, que terá condições — e ambição — de ser ainda maior, ganhando uma posição de protagonista na esperada consolidação desse setor.
“Vamos criar uma companhia relevante, com balanço sólido, geração de caixa significativa e com potencial de fazer mais, com ambição de fazer mais”, afirmou o presidente da Enauta, Décio Oddone, em entrevista ao Valor Econômico.
Governo trabalha para manter acordo sobre biodiesel e biometano no Senado, diz Alckmin
O vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), disse ontem (10/4) que vai trabalhar para manter o texto aprovado na Câmara para o projeto de lei do Combustível do Futuro.
O relatório do deputado Arnaldo Jardim (Cidadania/SP) foi aprovado em março, após negociação com o governo de um piso de 13% para a mistura de biodiesel no diesel fóssil.
De acordo com reportagem da Agência EPBR, dois pontos, no entanto, desagradaram o setor de óleo e gás, que se movimenta para alterar a matéria no Senado: o capítulo do biometano, que obriga supridores a reduzir emissões por meio do aumento da participação do gás renovável, com um teto de 10%; e a exclusão do diesel coprocessado com óleos vegetais, das políticas que tratam de biodiesel e diesel verde.
“Nós temos que trabalhar para manter o texto do relator Arnaldo Jardim no Senado”, disse Alckmin. “É um bom texto (o que foi aprovado pela Câmara). É claro que cabe ao Senado discutir, amadurecer, mas é um bom trabalho feito pelo deputado Arnaldo Jardim, que traz avanços importantes para a agroindústria”, completou.
Atvos vai construir sua primeira planta de biometano, de olho na substituição de diesel
A Atvos (ex-Odebrecht Agroindustrial) anunciou, ontem (10/4), a intenção de construir sua primeira planta de produção de biometano no país.
A empresa assinou um memorando de investimentos de mais de R$ 350 milhões na instalação da unidade em Nova Alvorada do Sul (MS), onde a companhia já possui uma fábrica de etanol: a Usina Santa Luzia (USL). A planta terá capacidade instalada de 28 milhões de m3 de biometano por ano, a partir da vinhaça e torta de filtro, resíduos da cana-de-açúcar.
A partir de agora, a Atvos fará as análises de engenharia para aprovação final do empreendimento. A expectativa é que as obras sejam iniciadas ainda em 2024. As informações foram publicadas pela Agência EPBR.
Brasil está na rota de investimento da Brookfield
Com dois fundos bilionários dedicados à transição energética, a gestora canadense Brookfield volta os olhares ao Brasil em busca de projetos no setor. “Há oportunidades interessantes que a Brookfield busca quando se trata de energias renováveis, especialmente no que se refere a países como o Brasil”, disse ao Valor Econômico Connor Teskey, CEO global de energias renováveis e transição energética e presidente da Brookfield Asset Management.
A gestora, que tem R$ 190 bilhões em ativos no Brasil, dos quais R$ 30 bilhões voltados para energia renovável, deverá mapear negócios na área no país, que está entre os mais estratégicos para América Latina.
A Brookfield está atualmente em fase de captação de US$ 17 bilhões para o Fundo Global de Transição, que é o maior capital privado já levantado para investir em economia de baixo carbono, e deve captar mais US$ 5 bilhões, para Fundo para Catalisar a Transição (CTF, também na sigla em inglês), dedicado para mercados emergentes, totalizando cerca de US$ 22 bilhões.
Segundo Teskey, há centenas de investidores interessados em participar do fundo. O Altérra, fundo de investimentos destinado a direcionar o capital privado para investimentos climáticos no Sul Global, se comprometeu a aportar US$ 1 bilhão no CTF. Outros gestores, como o fundo canadense CDPQ e a Temasek, de Cingapura, também manifestaram interesse em contribuir com capital para o projeto.
Jean Paul Prates continuará na presidência da Petrobras, diz agência
Jean Paul Prates continuará como diretor-presidente da Petrobras, com a redução na pressão pela sua saída dentro do governo federal, disseram fontes do setor à agência “Bloomberg”. De acordo com as mesmas fontes, a provável nomeação de Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no lugar de Prates, fez os ministros que queriam a saída de Prates diminuírem a pressão.
As fontes afirmam que a proximidade de Mercadante com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o tornaria muito forte na elaboração de políticas de energia e na escolha de representantes do conselho.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, um dos principais críticos de Prates, queria substituir o presidente da Petrobras por um aliado. No entanto, preferiu reduzir o tom após ver que não iria conseguir isso, afirma a agência. (Valor Econômico)
PANORAMA DA MÍDIA
A Câmara dos Deputados confirmou ontem (10/4), por 277 votos a 129, a manutenção da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão, acusado de ser um dos mandantes da morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Com a votação, Brazão permanecerá preso enquanto responde pelos dois assassinatos. O deputado foi detido em 24 de março, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse é o principal destaque da edição de hoje (11/4) dos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo.
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Valor Econômico: O mercado de defensivos agrícolas ilegais tem preocupado autoridades no país. No ano passado, a Polícia Federal apreendeu 575 toneladas de agrotóxicos ilegais, quase 180% mais que as 207 toneladas de 2022. Segundo o Ministério da Agricultura, a pasta apreendeu 422,9 toneladas em 2023. A Polícia Rodoviária Federal, por sua vez, reteve 195,7 toneladas em estradas federais no ano passado e, em janeiro e fevereiro, barrou mais 6,5 toneladas.
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Folha de S. Paulo: Dinheiro obtido por meio de tráfico de drogas e outros crimes atribuídos ao PCC (Primeiro Comando da Capital) foram usados por duas empresas de ônibus para vencer licitações de transporte público na cidade de São Paulo e para a compra de ao menos 50 coletivos, de acordo com o Ministério Público.