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Presidente do Senado pauta votação da MP da Eletrobras para quarta-feira – Edição da Tarde

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), decidiu pautar para quarta-feira (16/06) a votação da medida provisória (MP) de privatização da Eletrobras. Ele admitiu, no entanto, que há ressalvas à proposta no Senado, o que deve levar a alterações no texto. Pacheco também não quis se comprometer com o resultado da votação, inclusive sobre a possibilidade de rejeição da MP.

O senador mineiro entrou nas articulações para que a MP preveja um nível mínimo para as águas do reservatório de Furnas (MG). A reivindicação é uma das peças-chave para destravar a votação da matéria, mas pode atrapalhar os planos do governo. O temor é que, com essa restrição, a União fique engessada na gestão dos recursos hídricos em meio ao crescente risco de racionamento.

Segundo fontes do jornal, Pacheco tem defendido “veementemente” que essa alteração seja feita. Ele argumenta, nos bastidores, que a ausência de uma cota mínima pode afetar até 40 municípios localizados no entorno do reservatório. Essas cidades têm a economia local baseada em atividades como turismo, piscicultura e agropecuária, setores que são severamente prejudicados quando há o esvaziamento de Furnas. (Valor Investe)

Déficit hidrológico reacende temor de crise em geradoras

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Reportagem do Valor Econômico indica que o agravamento da situação hídrica abre a possibilidade de um novo rombo no caixa das geradoras de energia. É um problema que, em crises anteriores, criou passivos bilionários e levou anos para ser resolvido. Agora, graças à mudança recente na legislação, o drama é menor.

Mesmo assim, a Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage) afirma estar preocupada com o impacto financeiro, para as usinas, do déficit hidrológico esperado nos próximos meses. Diversas projeções indicam que o GSF (sigla em inglês que expressa esse déficit) deverá ficar abaixo de 0,8 neste ano. Isso significa que as hidrelétricas vão entregar efetivamente menos de 80% de suas garantias físicas, ou seja, de sua produção estimada.

O presidente da Abrage, Flávio Neiva, informou ao Valor que as geradoras vão procurar o Ministério de Minas e Energia (MME), bem como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para “discutir esse quadro e encontrar possíveis soluções”. O objetivo, segundo ele, é “evitar a repetição do que ocorreu em anos passados”.

A Thymos Energia prevê que as hidrelétricas vão produzir entre 74% a 78% de suas garantias físicas neste ano. Trata-se de um GSF entre 0,74 a 0,78 – ou déficit na geração de 22% a 26%. “É muito ruim para o gerador hidrelétrico, que é obrigado a fazer uma gestão muito conservadora do seu portfólio”, explica o sócio e diretor da consultoria especializada, Alexandre Viana.

Em relatório distribuído a clientes, a Thymos projetou uma produção inferior a 60% da garantia física para o terceiro trimestre, com possibilidade de atingir 52% em setembro, se for confirmado cenário mais crítico.

Térmicas levarão a aumento de emissões de gases-estufa

A medida provisória (MP) de privatização da Eletrobras prevê a contratação de termelétricas em tempo integral e isso irá aumentar em 25% as emissões de gases-estufa do setor elétrico. No caso específico das emissões do parque de termelétricas a gás natural, o aumento da emissão pode ser de 45% em relação a 2019. Os dados foram publicados na nota técnica “Questionamentos à inserção de termelétricas a gás natural na MP 1031” elaborada por pesquisadores do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema).

A Medida Provisória 1031/2021, que trata da privatização da Eletrobras e tramita no Senado, prevê a inserção de 6 GW em termelétricas a gás no sistema interligado de modo escalonado entre 2026 e 2028 funcionando durante o ano todo, diz o texto. Atualmente as térmicas são acionadas quando as hidrelétricas estão com baixo volume nos reservatórios. Este tipo de geração de eletricidade custa mais e o valor da conta de luz sobe. (Valor Econômico)

Consumo de energia aumentou 12,4% em maio no Brasil, diz CCEE

O consumo de energia elétrica no Brasil aumentou 12,4% em maio ante o mesmo mês do ano passado, com vários setores da economia se adaptando durante a pandemia de covid-19, que afetou fortemente a demanda em 2020, informou nesta segunda-feira (14/06) a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Ao avaliar o consumo nos 15 ramos de atividade econômica monitorados pela CCEE, todos registraram alta no mês de maio, com destaque para os setores têxteis (87%), seguido por veículos (84,4%) e serviços (38,4%). O volume consumido no Brasil alcançou os 62.121 megawatts médios (MW med), sendo impulsionado pelo mercado livre, que teve alta de mais de 26% no período, enquanto no ambiente regulado a alta foi de 6,2%.

Se desconsideradas as migrações entre ambientes, ou seja, expurgando o efeito das cargas que saíram do ambiente regulado para o livre, o regulado teria apresentado crescimento de 8,7%, enquanto o livre aumentaria seu consumo em 20,6%. As informações foram publicadas pela agência de notícias Reuters.

Quadro evidencia velhos paradoxos do setor elétrico

O agravamento da crise hídrica, com temores sobre a possibilidade de racionamento de energia no segundo semestre, deixa em evidência uma série de contradições na operação do sistema elétrico brasileiro, de acordo com análise feita pelo Valor Econômico. Com a ajuda de especialistas, o Valor mapeou cinco aspectos do setor elétrico que ficam mais expostos em um momento de crise. Confira neste link.

PANORAMA DA MÍDIA

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,44% em abril, na comparação dessazonalizada com março, conforme divulgado nesta segunda-feira (14/06) pela autoridade monetária. Em março, o indicador teve queda de 1,6% (dado revisado de queda de 1,59%). O resultado de abril veio abaixo da mediana das estimativas colhidas pelo Valor Data, de alta de 1,3%. As estimativas eram todas positivas, de alta de 0,2% a 1,9%. Em relação a abril de2020, houve alta de 15,92%. No acumulado de 12 meses até abril, o IBC-Br caiu 1,2%. Devido às constantes revisões, o indicador acumulado em 12 meses é mais estável do que a medição mensal. (Valor Econômico)

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O governo vai prorrogar o auxílio emergencial aos mais vulneráveis por mais três meses, informou ao Estadão/Broadcast o ministro da Economia, Paulo Guedes. Com isso, a ajuda voltada aos mais vulneráveis durante a pandemia de covid-19 será estendida até outubro, nos mesmos valores de R$ 150 a R$ 375 e com igual alcance em termos de público. Hoje, o auxílio contempla cerca de 39,1 milhões de brasileiros.

Segundo Guedes, o Ministério da Saúde informou que toda a população adulta estará vacinada contra a covid-19 até outubro. Até que isso aconteça, o governo quer garantir a proteção dos vulneráveis, daí a necessidade da extensão do auxílio.