A capacidade de geração do setor de energia brasileiro é mais do que suficiente para suprir a demanda de produção nacional até 2023. Mesmo que o crescimento anual previsto do Produto Interno Bruto (PIB) fique até 2,5 pontos percentuais acima do projetado para os próximos anos, há “folga” entre o que o país consome e o que produz de energia. Segundo o último relatório Focus, do Banco Central (BC), o avanço do PIB previsto para 2019 é de 0,87%.
As informações foram apresentadas ontem (16/10), durante o lançamento da plataforma MegaWhat, em São Paulo. A MegaWhat foi desenvolvida para atender o mercado de energia, ao qual irá oferecer dados públicos, índices econômicos e previsões de mercado. A nova plataforma foi desenvolvida pela Comerc Energia.
O estudo desenvolvido leva em consideração dados disponíveis até agosto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
No período estudado, a oferta de energia deve chegar a 96 GW em 2023, ante 89 GW registrado neste ano. O consumo de energia, por outro lado, deve ir de 68 GW, em 2019, a 79 GW, em 2023. Isso quer dizer que, nesses quatro anos, o “respiro” entre a carga consumida e a produção de energia no país deve ser de aproximadamente 20%. Contudo, a pesquisa indica que essa diferença vai diminuir 5,9 pontos percentuais entre 2019 e 2023, indo de 23,6% neste ano para 17,7% no final do período.
A potência total instalada no Brasil nos próximos quatro anos deve ter um incremento de 9%. Atualmente, há 167 GW de capacidade no país e, em 2023, a MegaWhat prevê que esse valor será de 182 GW. As informações foram publicadas pelo jornal O Tempo, de Minas Gerais.
Governo propõe contratação de termelétricas em 2020 com dois leilões em março
A Folha de S. Paulo informa que o Ministério de Minas e Energia (MME) decidiu mudar proposta de realização em 2020 de leilão para contratar termelétricas, passando agora a prever duas licitações com esse fim, ambas em 31 de março de 2020.
Um dos leilões será no formato conhecido como A-4, para entrega dos empreendimentos a partir de 2024, enquanto o outro será um A-5, com prazo de cinco anos para a implementação dos projetos, segundo diretrizes publicadas ontem (16/10) no Diário Oficial da União.
A proposta do governo para as licitações tem como objetivo possibilitar a substituição de usinas a diesel antigas, cujos contratos vencerão nos próximos anos, por unidades a gás natural e carvão. A concorrência oferecerá contratos para a venda da energia por 15 anos para os empreendimentos vencedores.
Petroleiras miram termelétricas a gás
Atraídas pelo processo de abertura do mercado brasileiro de gás, empresas como Shell, Equinor e Petrobras sinalizam para investimentos em termelétricas próprias, como forma de absorver os volumes que elas produzirão no pré-sal, nos próximos anos. Esse é o foco de reportagem publicada hoje pelo Valor Econômico.
De acordo com o jornal, a BP, que atua na importação de gás natural liquefeito (GNL), também quer se estabelecer como agente do setor de energia no país. Nesse sentido, o leilão A-6 de amanhã, na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) em São Paulo, que contratará projetos de geração de energia para entrega daqui a seis anos, desponta como uma oportunidade de negócios para as petroleiras. Shell e GNA (que tem a BP como sócio), por exemplo, têm projetos inscritos para a licitação.
Aumento de capital prepara Eletrobras para privatização, diz presidente da estatal
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, disse ontem (16/10) que a proposta de aumento de capital aprovada pelo governo no dia anterior “limpa” o balanço da empresa e deixa a estatal pronta para a privatização.
A proposta do governo prevê a injeção de até R$ 10 bilhões na companhia – R$ 4 bilhões virão da União, que controla a estatal, por meio da conversão de Adiantamentos para Futuro Aumento de Capital (Afacs) concedidos em 2016 em novas ações. O restante virá de acionistas privados. As informações são da Folha de S. Paulo.
PANORAMA DA MÍDIA
O Valor Econômico destaca, na edição desta quinta-feira (17/10), que os seis estados brasileiros que iniciaram o ano em situação fiscal mais crítica continuarão com déficits orçamentários em 2020. Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Rio Grande do Norte preveem déficit conjunto de R$ 33,8 bilhões em seus orçamentos para o próximo exercício.
Em clima tenso, o Supremo Tribunal Federal (STF) julga prisão após 2ª instância. Esta é a manchete de hoje do jornal O Estado de S. Paulo. A reportagem informa que o STF inicia hoje o julgamento de ações que contestam a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. Essa autorização é considerada um dos pilares da Operação Lava Jato e pode abrir margem para a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A Folha de S. Paulo informa que em apenas um ano, entre 2017 e 2018, cerca de 1,2 milhão de crianças e adolescentes “desapareceram” das declarações de Imposto de Renda. Levantamento feito pela Receita mostra que o “sumiço” dos jovens coincide com um aumento das exigências feitas pelo órgão com o objetivo de tornar o processo mais rígido e inibir fraudes. A inclusão de pessoas que dependem financeiramente do contribuinte na declaração anual de renda gera benefícios ao pagador de impostos.
O destaque do jornal O Globo é a disputa por poder dentro do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a reportagem, em mais um capítulo da crise no PSL, deputados ligados ao presidente Jair Bolsonaro formalizaram, na noite de ontem, um pedido para trocar o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (GO). Eles dizem ter conseguido assinaturas de mais de metade da bancada de 53 deputados. Os aliados de Luciano Bivar, presidente da sigla, porém, protocolaram na Mesa Diretora da Casa uma nova lista, com 32 assinaturas, cobrando a permanência de Waldir. Os bolsonaristas querem colocar Eduardo Bolsonaro (SP) na liderança. Deputados ouvidos pelo Globo relatam que o presidente da República fez ligações pedindo assinaturas para destituir Waldir.