
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo indica que a indústria que prometia ser uma das grandes soluções para o mundo reduzir as emissões de carbono e ainda gerar bilhões de dólares para o Brasil está em crise antes mesmo de sair do papel. Em todo o mundo, empresas que haviam anunciado projetos de hidrogênio verde, passaram a recuar diante dos altos custos de instalação de plantas, da escassez de incentivos públicos e da falta de demanda pelo produto.
Em junho, a alemã Leag anunciou que adiou indefinidamente os planos de construir uma unidade no leste da Alemanha porque as condições econômicas e políticas esperadas não se materializaram.
No mesmo mês, a ArcelorMittal informou que desistiu de construir instalações que usariam hidrogênio verde como fonte energética e descarbonizariam duas unidades de produção de aço na Alemanha. De acordo com a companhia, questões políticas, energéticas e de mercado não evoluíram de maneira favorável para tornar o investimento viável.
Também desistiram, postergaram ou reduziram investimentos que envolviam hidrogênio verde as espanholas Iberdrola e Repsol, as britânicas BP e Shell, a norueguesa Equinor, a finlandesa Neste e as australianas Fortescue e Woodside Energy.
Vibra coloca Comerc à venda, dizem fontes
Reportagem do Valor Econômico indica que a Vibra, que opera a rede de combustíveis BR, colocou à venda a geradora de energia Comerc, poucos meses depois de concluir sua aquisição. Para estruturar a transação, a companhia contratou o Goldman Sachs, disseram fontes da reportagem que falaram na condição de anonimato.
Segundo pessoas a par do assunto, um entrave para a venda foi o preço pago pela companhia, valor considerado alto, um total de cerca de R$ 7 bilhões. Em janeiro, a Vibra concluiu a compra de 50% da Comerc Energia, chegando a uma participação de 98,70%. O valor do negócio informado à época, por essa fatia, foi de R$ 3,73 bilhões.
STF define que empresas de energia devem ressarcir consumidor por tributos cobrados a mais
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu ontem (14/8) o julgamento sobre a validade de uma lei federal que estabeleceu que as distribuidoras de energia devolvam aos consumidores tributos a mais recolhidos de forma indevida, após a corte excluir o ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins.
Os ministros definiram que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve continuar devolvendo aos consumidores os cerca de R$ 60 bilhões em tributos cobrados a mais nos últimos anos. A agência já vem devolvendo os impostos cobrados indevidamente, por meio da redução da conta de luz há quatro anos. De 2021 a 2024, foram mais de R$ 44 bilhões restituídos. As informações foram publicadas pela Folha de S. Paulo.
MME esclarece sobre preço do Complexo Jorge Lacerda
Em atenção a matéria sobre o Complexo Jorge Lacerda (CTJL), escrita por repórter da Folha de S.Paulo, em 13 de agosto de 2025, o Ministério de Minas e Energia (MME) traz os seguintes esclarecimentos:
1. O preço da usina foi, exclusivamente, calculado com base no que estabelece a Lei nº 14.299/2022, que determina que a receita fixa deve cobrir custos operacionais, combustíveis primário e secundário, além da remuneração adequada do capital investido. Todo o processo seguiu ritos técnicos, foi submetido a duas consultas públicas e contou com a análise da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Agência Nacional de Mineração (ANM).
2. A matéria promove erroneamente uma comparação direta entre o CTJL e outras usinas a carvão contratadas via licitação, sem considerar as diferenças legais e contratuais impostas pela Lei nº 14.299/2022.
Ainda em nota, o MME reafirma seu compromisso com a transparência, o cumprimento rigoroso da legislação e a defesa do interesse público, rechaçando interpretações que distorçam fatos ou omitem elementos essenciais à correta compreensão do processo. A íntegra da nota do MME pode ser consultada neste link.
Aneel quase dobra projeção de aumento da conta de luz em 2025
A Folha de S. Paulo informa que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) elevou para 6,3% a projeção de aumento médio na conta de luz dos brasileiros em 2025. A nova estimativa é quase o dobro da anterior, feita em março, quando a agência esperava alta de 3,5%.
A alta, segundo a agência, foi provocada pela elevação de gastos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) que custeia subsídios e o custo de geração de energia em sistemas isolados da rede de transmissão.
A agência afirmou que a nova projeção considera o orçamento aprovado para a CDE em julho, de R$ 49,2 bilhões. O valor supera em R$ 8,6 bilhões a projeção inicial feita pela Aneel, com aumentos principalmente nos subsídios à geração distribuída de energia (mais R$ 2,6 bilhões) e a usinas a diesel e carvão (R$ 2,3 bilhões).
Sob pressão de dívida, Raízen busca sócio para o negócio
Com mais de R$ 49 bilhões de dívida líquida em junho, a Raízen poderá ter um novo sócio, apurou o Valor Econômico com duas fontes a par do assunto. A companhia, que atua na produção de açúcar e álcool e na distribuição de combustíveis no Brasil, Paraguai e na Argentina, é uma joint venture entre a Cosan, de Rubens Ometto, e a Shell.
Maior processadora de cana do mundo e maior produtora de etanol, a Raízen sentiu o baque do crescimento acelerado e da diversificação de negócios executados na última década. Com o aumento das taxas de juros, que onera o endividamento, a companhia está vendendo ativos para reduzir dívidas, e suas controladoras, dispostas a contribuir para uma desalavancagem mais rápida.
Manter matriz elétrica renovável é desafio para os próximos anos, afirma secretário do MME
Manter a renovabilidade da matriz elétrica brasileira é um desafio diante do atual cenário de mudanças, segundo o secretário nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME), Gustavo Ataíde.
A afirmação foi feita ontem (14/8), durante o Fórum de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Setor Elétrico (FMASE), em Brasília. Ataíde disse que as metas estipuladas na Estratégia Nacional de Mitigação, inserida no Plano Clima, encontraram resistência. (Agência Eixos)
EUA ameaçam países que firmem acordo por transporte marítimo limpo
Reportagem do Valor Econômico destaca que o governo americano está ameaçando países que adotarem, em outubro, o plano de descarbonização do transporte marítimo aprovado em abril, em Londres, na sede da Organização Marítima Internacional, a IMO. Na ocasião, negociadores de 170 países aprovaram o que foi considerado um acordo histórico: pela primeira vez um setor da economia global irá taxar emissões globais de carbono com o objetivo de alcançar a neutralidade líquida zero até 2050.
Entre 14 e 17 de outubro, durante sessão extraordinária do Comitê de Proteção do Ambiente Marítimo da IMO, as medidas econômicas e técnicas serão adotadas.
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: O cenário para a inflação no Brasil tem se tornado mais favorável, com o efeito potencialmente desinflacionário das tarifas americanas sobre os produtos brasileiros e o comportamento benigno dos preços ao produtor, que contribui para baixar os índices aos consumidores. O dólar mais fraco e commodities mais baratas têm ajudado a conter as cotações no atacado, enquanto o impacto do tarifaço deve aumentar a oferta de bens agrícolas no mercado interno.
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O Globo: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu nesta quinta-feira (14/8) às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que classificou o Brasil como “um parceiro comercial horrível” e acusou o país de aplicar “tarifas enormes” contra produtos americanos. Durante cerimônia no Recife para anunciar investimentos em regularização fundiária e entregar títulos de propriedade na comunidade Brasília Teimosa, Lula acusou Trump de “contar mentiras” e defendeu que os números comprovam que a relação comercial é vantajosa para os EUA.
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O Estado de S. Paulo: O tarifaço de Donald Trump sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos compromete a manutenção de mais de 618 mil empregos no Brasil em dez anos, de acordo com estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
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Folha de S. Paulo: Nova pesquisa Datafolha mostra que 51% dos brasileiros concordam com a prisão domiciliar imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). A maioria, 53%, considera que o magistrado vem agindo dentro da lei.