
O endividamento da Raízen, braço produtor de açúcar e etanol e distribuidora da Cosan, do bilionário Rubens Ometto, atingiu seu pior patamar desde que a companhia abriu capital na Bolsa, em 2021. Hoje, seria preciso que a empresa fosse três vezes maior, em patrimônio, para o pagamento de sua dívida.
É o que mostra levantamento da Elos Ayta Consultoria a pedido da coluna Painel S.A., da Folha de S. Paulo. O empenho da companhia para honrar seus compromissos é medido pela relação entre a dívida bruta e o patrimônio líquido, que, segundo a consultoria, atingiu 317,04% no quarto trimestre de 2024. Esse resultado, também recorde, equivale ao triplo da mediana de empresas do mesmo setor.
Aneel inclui geração distribuída no cálculo de perdas não técnicas das distribuidoras
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem (11/3) regra que considera a energia injetada na rede via micro e minigeração distribuída (MMGD) no cálculo de perdas não técnicas das distribuidoras, informa a Agência Infra. O aprimoramento da regulação aumenta os limites de perdas das empresas e terá impacto nos reajustes tarifários das concessionárias.
Conforme a proposta aprovada por unanimidade, a partir de agora, o cálculo será feito com base no mercado medido das distribuidoras (que passou nos relógios medidores). Até então, esse cálculo era feito com base no mercado faturado, que considera aspectos comerciais como cobranças retroativas, créditos e disponibilidade.
A reportagem destaca que, com o crescimento da geração distribuída nos últimos anos, as áreas técnicas da Aneel identificaram vantagens em mudar o modelo para o mercado medido para calcular a compra de energia das distribuidoras. A relação entre o mercado faturado e o medido se alterou após a inserção de MMGD, o que impactou a necessidade da compra de energia pelas concessionárias.
Leilão de baterias ocorrerá no 2º semestre, diz MME
O Ministério de Minas e Energia prevê para o segundo semestre de 2025 o primeiro leilão de baterias de armazenamento, informou, nesta terça-feira (11), o secretário nacional de transição energética e planejamento do MME, Thiago Barral. A pasta está na fase final de ajustes das propostas apresentadas por empresas e associações do setor, de acordo com o secretário. (Valor Econômico)
Itaipu vai repassar R$ 3,2 bilhões para conta de luz e reserva técnica
A Itaipu Binacional vai repassar neste ano cerca de R$ 3,2 bilhões para conter a conta de luz dos brasileiros e para uma conta de reserva criada recentemente para o amortecimento das tarifas.
Do total, segundo integrantes do governo ouvidos pela Folha de S. Paulo, aproximadamente R$ 2 bilhões serão injetados diretamente na conta de luz e ajudarão a manter em US$ 17,66 a tarifa cobrada por Itaipu do Brasil.
A reportagem informa, ainda, que o valor já foi em parte transferido, e o pagamento de uma última parcela foi autorizado recentemente pelo conselho da empresa. O acordo entre Brasil e Paraguai prevê a cobrança de uma tarifa de US$ 19, mas no caso brasileiro foi previsto um mecanismo de “cashback” de recursos a serem injetados para manter a tarifa mais baixa. Com isso, o Brasil usa sua parcela dos recursos gerados por Itaipu — e que seriam empregados em obras e outras ações socioambientais— na conta de luz, para manter o preço reduzido.
Etanol é rentável e não deixa a desejar comparado ao petróleo, diz Tolmasquim
A Petrobras busca formar parcerias com empresas de etanol que já possuem usinas em operação, garantindo que a petroleira entre no setor como sócia minoritária, disse o diretor de Sustentabilidade e Transição Energética da Petrobras, Maurício Tolmasquim.
Em entrevista à Agência Eixos, na CERAWeek 2025, evento da S&P Global, ele destacou que o etanol representa uma oportunidade de negocio lucrativa, além de contribuir para a diversificação do portfólio da companhia. A Petrobras planeja voltar ao mercado de etanol com um investimento de US$ 2,2 bilhões, já aprovado pelo conselho da empresa.
EUA confirmam tarifa de 25% sobre aço e alumínio do Brasil e de outros países a partir desta quarta
As tarifas de 25% sobre aço e alumínio de “todos os parceiros comerciais, sem exceções ou isenções”, implementadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entraram em vigor nesta quarta-feira (12/3). A medida havia sido anunciada em fevereiro.
Produtos semiacabados de aço, como blocos e placas, estão entre os principais itens exportados pelo Brasil aos EUA, ao lado de petróleo bruto, produtos semiacabados de ferro e aeronaves. (Folha de S. Paulo)
Siderúrgicas brasileiras não jogam a toalha e ainda veem espaço para adiamento de tarifa dos EUA
Poucas horas depois de a Casa Branca confirmar que a tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio de outros países começa a vigorar nesta quarta-feira (12/3), empresas siderúrgicas brasileiras ainda acreditam haver espaço para adiar a medida, conforme indica reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
Integrantes do governo Lula e representantes das siderúrgicas esperavam por um anúncio de adiamento pelos EUA, o que não ocorreu. O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, aponta limitações de mercado para os EUA colocarem em prática a decisão de Trump imediatamente. Na interpretação dele, o governo americano pode mudar de ideia ainda nesta quarta-feira.
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: A taxa de poupança doméstica caiu pelo terceiro ano consecutivo em 2024, recuando para 14,5% do PIB, depois de atingir 17,1% em 2021. Na avaliação dominante dos economistas, o movimento se deve à piora da poupança das famílias e do governo. Países que poupam pouco têm dificuldade para financiar o investimento, o que afeta as perspectivas de crescimento da economia.
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O Globo: O governo da Ucrânia concordou com uma proposta dos EUA para um cessar-fogo total e imediato de 30 dias no conflito com a Rússia, no que seria o passo inicial para um acordo mais amplo e definitivo. Segundo comunicado emitido após reunião entre representantes dos dois países na Arábia Saudita nesta terça-feira (11/3), Washington ainda retomou a ajuda militar e de inteligência a Kiev, suspensas após uma áspera discussão entre os presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky na Casa Branca há menos de duas semanas.
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Folha de S. Paulo: Após nove horas de reunião na Arábia Saudita nesta terça-feira (11/3), negociadores da Ucrânia e dos Estados Unidos divulgaram um comunicado segundo o qual Kiev se compromete a aceitar um cessar-fogo na guerra com a Rússia por um mês em troca do início de negociações de paz. É a primeira vez, em pouco mais de três anos de conflito, que um dos lados aceita uma trégua para discutir a paz.
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O Estado de S. Paulo: O Kremlin não ofereceu publicamente nenhuma concessão. A Rússia afirmou que está pronta para cessar as hostilidades sob a condição de que a Ucrânia desista de sua tentativa de se juntar à Otan e reconheça as regiões que Moscou ocupa como russas. A Ucrânia, por sua vez, não deve aceitar nenhum acordo que limite sua capacidade de rearmamento, que a force a reconhecer os territórios ocupados por Moscou como parte da Rússia ou que interfira na política interna ucraniana.