Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostra que a confirmação de que a conta de luz pode ter um aumento médio de 21% em 2022, conforme cálculos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgados ontem (12/11), levaria o consumidor brasileiro a reviver o pesadelo de 2015, quando o setor elétrico impôs seu “realismo tarifário” para acertar contas que tinham ficado em aberto nos anos anteriores junto às distribuidoras de energia.
Em 2015, segundo dados da Aneel, o reajuste médio das tarifas cobradas do consumidor residencial chegou a 30,73%, após ser firmada uma série de acordos com as distribuidoras e renovações antecipadas de concessões de transmissão e geração de energia, drama que foi aprofundado pela escassez hídrica dos anos anteriores.
Situação atual dos preços da conta de luz é insustentável, dizem representantes de consumidores
Instituições que representam consumidores cobram medidas efetivas do governo para resolver as dificuldades financeiras que tomam conta do setor. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o coordenador do programa de energia do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Clauber Leite, afirma que o governo tem falhado em apresentar um planejamento que evite rombos financeiros como o atual.
“O caminho para mais uma solução insustentável está posto, e isso vemos com a notícia do rombo que ficará para o setor elétrico, após esse acionamento indiscriminado de térmicas. Já tínhamos alertado para esse risco de um novo empréstimo a ser tomado em nome dos consumidores e parece que temos mais um elemento para irmos nessa direção”, afirmou.
“Há necessidade de uma modernização do setor. Uma solução paliativa, como o empréstimo para cobrir esse rombo, só resolve o aumento para o ano que vem, e joga a dívida para os anos seguintes. Não é possível ficarmos recorrendo a essa solução, enquanto não se estanca a sangria, que é a vulnerabilidade do setor elétrico a uma crise hídrica e climática”, disse.
Petróleo e gás precisam acabar, diz embaixador da Dinamarca
Uma lei climática que estipula a redução, até 2030, de 70% das emissões de gases-estufa, em relação a 1990, e a neutralidade de carbono até 2050. Além disso, a iniciativa de acabar com o uso de petróleo e do gás e a admissão da necessidade de aumentar o financiamento climático. É o que defende a Dinamarca, que, apesar desses objetivos, é o maior produtor de petróleo da União Europeia.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o embaixador do país, Nicolai Prytz, afirmou que “o petróleo e o gás não fazem parte do nosso futuro”. “O mundo vai precisar de petróleo e gás por um tempo ainda. Mas as decisões têm que ser tomadas agora. A gente quer criar essa aliança de países que compartilham a ambição de que petróleo e gás têm que acabar.” A fala de Prytz é materializada na Beyond Oil and Gas Alliance (aliança para superar o petróleo e o gás), lançada recentemente, antes da COP26 e encabeçada por Dinamarca e Costa Rica. A Dinamarca é o maior produtos de petróleo da União Europeia.
Petrobras vende 17% do parque de refino, mas tem dificuldade para concluir acordo com Cade
Com a assinatura do contato para a alienação da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, a Petrobras encaminha a venda de sua terceira refinaria em 2021. Na quinta-feira (11/11), a estatal anunciou a assinatura de um contrato de US$ 33 milhões, para venda da SIX para a Forbes & Manhattan Resources, empresa canadense focada em investimentos para desenvolvimento de projetos para exploração de recursos naturais, sobretudo em mineração.
Em análise publicada ontem (12/11) em seu portal de notícias, o Valor Econômico ressalta que, até agora, a companhia se desfez de algo equivalente a 17% da capacidade do parque de refino nacional. Nenhum dos negócios, contudo, foi concluído até o momento, às vésperas do fim do prazo original pactuado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para desinvestimento de oito refinarias até o fim de 2021.
PANORAMA DA MÍDIA
O principal destaque da edição deste sábado (13/11) dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo é o anúncio do desmatamento recorde registrado em outubro, na Amazônia Legal.
A área de alertas de desmatamento em outubro foi a maior para o mês em cinco anos, mostram dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados ontem. Segundo o sistema Deter, do Inpe, foram derrubados 877 km² de floresta amazônica, o maior número para outubro desde que o levantamento começou a ser feito, em 2016. O índice ficou 5% acima do de outubro de 2020. (Folha de S. Paulo)
O resultado contradiz o discurso no Brasil na COP26 , que prometeu cessar o desmatamento até 2028. Em relatório lançado ontem (12/11) na Conferência do Clima, na Escócia, um grupo de 200 cientistas afirma que a Amazônia está perto de ter danos irreversíveis e cobra embargo imediato das áreas críticas. (O Globo)
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O Ministério da Saúde negocia com a Pfizer a aquisição de doses de vacinas contra a covid-19 para imunizar crianças de 5 a 11 anos. Ontem (12/11), a Pfizer protocolou o pedido na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O uso da vacina em crianças já foi autorizado nos Estados Unidos. (O Estado de S. Paulo)