O governo do Reino Unido anunciou ontem (12/12), durante a Cúpula da Ambição Climática da Organização das Nações Unidas (ONU), que vai parar de apoiar diretamente projetos com base em combustíveis fósseis no exterior. Isso significa que o Reino Unido não financiará mais projetos de exportação ou produção de petróleo, gás natural ou carvão pelo mundo.
A cúpula global sobre o clima reuniu ontem 77 líderes de países que têm propostas consideradas as “mais ambiciosas do mundo” para a questão climática. Lideranças de corporações também participaram. O Brasil não foi convidado.
O evento, realizado de forma online, marcou o quinto aniversário do Acordo de Paris e teve por objetivo ajudar o cumprimento das metas estabelecidas em 12 de dezembro de 2015. O Acordo de Paris reúne compromissos globais de redução de emissões de gases poluentes.
As Nações Unidas, o Reino Unido e a França foram os coanfitriões da reunião de ontem. Segundo a ONU, o evento representa “um passo monumental” no caminho para a COP 26, que acontecerá em novembro de 2021 em Glasgow, no Reino Unido. (BBC News Brasil- conteúdo Reuters)
EIB deixará de financiar energia a partir de combustíveis fósseis
O presidente do European Investment Bank (EIB), Werner Hoyer, afirmou ontem (12/12), durante a cúpula global sobre o clima, que o banco decidiu parar de financiar projetos de energia a partir de combustível fóssil. “Decidimos colocar o clima em tudo o que fazemos. Vamos parar de financiar energia produzida por combustíveis fósseis, incluindo gás natural, e vamos ser o primeiro banco multilateral totalmente alinhado com o Acordo de Paris”, disse.
Para acelerar a transição verde, Hoyer falou em ampliar investimentos em clima, ambiente e tecnologia verde para ter 50% dos investimentos nestas áreas até 2025, e mobilizar investimentos de mais de US$ 1,3 trilhão em 2030.
Na ocasião, o presidente do Banco Mundial, Dalvid Malpass, reafirmou o anúncio feito na semana passada, de que o banco deve ampliar os investimentos relacionados ao clima para 35%, nos próximos cinco anos. A meta anterior era de 28% até 2020. Nos últimos cinco anos, o grupo chegou a US$ 83 bilhões em investimentos relacionados ao clima, o equivalente a 26% do comprometimento.
Kristalina Georgineva, diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmou que 2021 será um ano decisivo para a ação no que diz respeito às mudanças climáticas. Segundo ela, não mitigar o aquecimento global pode custar de 10% a 15% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial até o fim do século, com impacto mais severo sobre os países mais vulneráveis. “A políticas corretas podem pavimentar o caminho para zerarmos as emissões até 2050”. (Valor Econômico)
China confirma descarbonização antes de 2060 e anuncia novos compromissos
O presidente chinês Xi Jinping anunciou novos compromissos climáticos na Cúpula de Ambição Climática da ONU, realizada ontem (12/12) de forma on-line. Ele disse que a China irá reduzir suas emissões de CO2 por unidade de Produto Interno Bruto (PIB) em “mais de 65%” até 2030, com base comparativa nos níveis de 2005.
A meta atual da China, que é o maior emissor global de gases-estufa, é de 60% a 65%. Xi Jinping acenou com “mais de 65%”. O presidente chinês também reafirmou o compromisso anunciado em outubro de o país alcançar a neutralidade nas emissões líquidas em carbono antes de 2060. Ele disse que o país quer ter 1,2 GW de capacidade instalada em energia solar e eólica em 2030 e que aumentará a participação de fontes não fósseis no consumo de energia primária em cerca de 25% em 2030. Atualmente, a capacidade instalada de eólica e solar da China está por volta de 360 GW. (Valor Econômico)
Investidores vão injetar US$ 1 bilhão em ônibus elétricos e mais que dobrar a frota na Amércia Latina
A Folha de S. Paulo informa que uma coalizão entre 17 investidores e fabricantes, anunciada na última quinta-feira (10/12), pretende injetar US$ 1 bilhão para financiar o aumento da frota de ônibus elétricos em quatro cidades latino-americanas: São Paulo, Santiago (Chile), Medellín (Colômbia) e Cidade do México. O investimento permitiria pôr em circulação mais de 3.000 desses veículos.
A Aliança Zebra (Zero Emission Bus Rapid-deployment Accelerator, ou acelerador de implantação de ônibus com emissão zero) tem entre seus investidores o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), a Enel e a EDP Brasil, além de fabricantes como a BYD, Eletra e Foton.
Segundo a coalizão, em países da América Latina há 1.962 ônibus elétricos em circulação. O investimento aumentará em 150% o número desses veículos.
PANORAMA DA MÍDIA
Com diferentes abordagens, a vacina contra a covid-19 é o destaque das edições dos jornais neste domingo (13/12). O jornal O Globo preparou um guia prático que reúne informações sobre as vacinas contra a covid-19. No mundo, 14 vacinas chegaram à fase 3, a mais avançada de testes, trazendo esperança em meio à tragédia da pandemia. Seis delas saíram à frente e já apresentam resultados, ainda que não definitivos. Mas há ainda questões fundamentais sobre como as vacinas funcionam e o que esperar para os próximos meses.
O jornal O Estado de S. Paulo destaca que produtos como a vacina da Pfizer usam pela 1ª vez microfragmentos de material genético sintetizados em laboratório. Cientistas preveem vacinas com mais eficácia e produção menos complexa, mas o armazenamento é um desafio.
A Folha de S. Paulo informa que cresce a parcela da população brasileira que não quer se vacinar contra a covid-19, segundo pesquisa Datafolha. Ao todo, 22% dos entrevistados disseram que não pretendem se vacinar, enquanto 73% disseram que vão participar da imunização – outros 5% disseram que não sabem. Pesquisa nacional feita em agosto apontava que apenas 9% não pretendiam ser imunizados, contra 89% que diziam que sim.