
Um relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sobre a segurança do sistema nos próximos cinco anos aponta que o crescimento da geração de energia por meio de painéis solares traz riscos efetivos de apagões em nove estados.
De acordo com informação publicada pela coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, o perigo é decorrente de sobrecarga em subestações de transmissão de energia elétrica. O ONS é o órgão responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia. Os dados constam do Plano de Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional, que mira o período entre 2025 e 2029.
O ONS vê risco de sobrecarga “inadmissível” — superior à capacidade operacional de curta duração dos transformadores — em subestações do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Rondônia, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí. Em 2023, o país sofreu um apagão de seis horas em 25 estados, justamente em razão de problemas com a intermitência da energia solar e eólica.
Segundo o ONS, o início do apagão “foi consequência do desempenho dos parques eólicos e fotovoltaicos observado em campo ter sido inesperado”.
O ONS aponta que a micro e minigeração distribuída (como são chamados os painéis solares em residências e comércios), e as usinas solares tipo 3 (estruturas mais complexas, mas também descentralizadas) têm hoje um total de capacidade instalada de 53 GW, o que representa mais de um quinto (22%) da capacidade instalada em todo o país.
Um dos efeitos preocupantes da energia gerada de forma descentralizada é o chamado “fluxo reverso” de energia: em vez de a energia fluir da transmissora para a distribuidora, o excesso de energia gerada e não usada pelos consumidores residenciais e comerciais com painéis solares fazem o caminho inverso, passando da distribuidora para o sistema de transmissão. É esse fenômeno que gera, por exemplo, o risco de sobrecarga no sistema, o que pode resultar em desligamento do sistema de transmissão por excesso de carga elétrica.
Raízen diz que não há, até o momento, decisão sobre potencial aumento de capital
A Raízen informou na sexta-feira (7/2) que não tem, até o momento, qualquer decisão sobre um potencial aumento de capital da companhia, após notícia na imprensa de que a empresa estaria discutindo a questão.
“A administração da Raízen esclarece que avalia continuamente alternativas para a otimização de sua estrutura de capital, como parte de sua estratégia. No entanto, até o momento, não há qualquer decisão sobre um potencial aumento de capital da companhia”, disse a Raízen em esclarecimentos ao mercado.
Na véspera, o jornal Valor Econômico reportou que a Raízen estaria discutindo um potencial aumento de capital, que serviria para reduzir pressão sobre o endividamento da Cosan, que controla a Raízen com a Shell. (InfoMoney)
Fusões e aquisições no setor de energia iniciam 2025 aquecidas, mas incertezas desafiam o ritmo
Apesar das incertezas que rondam a economia brasileira, com cenário de juros mais altos e flutuação do câmbio, além das tensões geopolíticas intensas reforçadas pela gestão de Donald Trump, as transações envolvendo fusões e aquisições no setor de energia no Brasil começaram aquecidas em 2025.
A notícia antecipada em primeira mão pelo Valor Econômico, de que a Neoenergia estava negociando a venda de uma hidrelétrica no Paraná se confirmou com o anúncio de que a francesa EDF pagou R$ 1,43 bilhão pelo ativo. Em janeiro, a Gerdau anunciou a compra de duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), Garganta de Jararaca e Paranatinga II, no Mato Grosso, por R$ 440 milhões.
Além disso, as negociações pela venda de outras duas hidrelétricas da EDP no Amapá estão em fase final e serão anunciadas nos próximos dias, o que mostra um crescente interesse de investidores por um tipo de ativo de geração estável e previsível, principalmente frente aos entraves ambientais que impedem a implantação de novos potenciais hidrelétricos, especialmente na região Amazônia.
Aprovados projetos básicos de PCHs para participação no leilão A-5 deste ano
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) publicou um conjunto de decisões que vai possibilitar que pequenas centrais hidrelétricas (PCH) participem do próximo leilão de energia de novos empreendimentos de geração (leilão A-5), marcado para 25 de julho deste ano. Os despachos foram publicados no Diário Oficial da União de quinta-feira (6/2) e sexta-feira (7/2).
Foram revisados os projetos das PCHs Brinquinho, Boa Vista, Cachoeira Branca e 3 Alta (Despacho nº 312/2025) e aprovados os projetos da PCH Água Clara (Despacho nº 303/2025) e Japeri (Despacho nº 340/2025). Também foram publicados na quinta-feira (6/2), o reenquadramento das PCH Correntinha (Despacho nº 290/2025), Zelinda (Despacho nº 286/2025) e Sertãozinho (Despacho nº 291/2025), possibilitando a participação no Leilão A-5/2025.
O prazo para o cadastramento dos empreendimentos das empresas interessadas em participar do leilão junto a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) terminou na sexta-feira (7/2). (Fonte: Aneel)
Mercado de curso prazo do setor elétrico brasileiro liquidou R$ 15,2 bilhões em 2024, aponta CCEE
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) concluiu na sexta-feira (7/2) as operações financeiras do mercado de curto prazo (MCP) referentes ao mês dezembro de 2024 e divulgou os principais resultados. No mês, a liquidação somou R$ 789,9 milhões dos R$ 2,2 bilhões contabilizados.
O valor represado por conta de liminares relativas ao rateio do risco hidrológico (GSF, na sigla em inglês) totalizou R$ 1,1 bilhão. Os parcelamentos somaram aproximadamente R$ 203,11 milhões e os demais valores não pagos representaram cerca de R$ 130,8 milhões.
Os agentes que possuem decisões judiciais vigentes para não participar do rateio da inadimplência advinda das liminares de GSF perceberam adimplência próxima a 83,2%. Aqueles amparados por decisões que impõem o pagamento proporcional verificaram uma adimplência de cerca de 27,4%. Os credores que não tinham liminares receberam aproximadamente 21,0% de seus créditos.
Considerando todas as operações realizadas no ano de 2024, a Câmara registrou a liquidação de mais de R$ 15,2 bilhões. A soma dos valores contabilizados no período foi de R$ 28,9 bilhões. (Fonte: CCEE)
Preços da gasolina e do diesel têm alta de até 4,59% nos postos após aumento do ICMS e reajuste da Petrobras, diz ANP
Após o aumento do ICMS no diesel e na gasolina em todo o Brasil e do reajuste do dieselpela Petrobras, os combustíveis tiveram forte alta nos postos. De acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o valor médio do litro da gasolina na bomba subiu de R$ 6,20, entre os dias 26 de janeiro e 01 de fevereiro, para R$ 6,35, entre os dias 02 e 08 de fevereiro. É uma alta de 2,41%. O diesel teve aumento médio de 4,59%, de R$ 6,10 para R$ 6,38 no mesmo período. (O Globo)
ONS mantém projeções de expansão para demanda de carga no SIN e em todas as regiões
O boletim do Programa Mensal de Operação (PMO) para a semana operativa que vai de 08 a 14 de fevereiro traz um panorama de avanço de carga no Sistema Interligado Nacional (SIN) e em todos os subsistemas, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O SIN apresenta alta de 3,3% (86.063 MWmed). O submercado Norte, novamente, tem o maior crescimento, com 5,6% (7.777 MWmed), seguido pelo Sudeste/Centro-Oeste, com 3,4% (48.681 MWmed). Já o Sul mostra uma expansão de 2,9% (16.025 MWmed) e o Nordeste 2,1% (13.580 MWmed).
As previsões para os índices de Energia Armazenada (EAR), indicam que três subsistemas poderão encerrar o mês acima de 70%. A região Norte apresenta a previsão mais favorável, com 94,6%, enquanto o Nordeste e o Sudeste/Centro-Oeste apresentam perspectivas de níveis de 80,9% e 72,2%, respectivamente. A exceção fica por conta do Sul, com 59,1%.
Para a Energia Natural Afluente (ENA), as projeções indicam somente o subsistema Norte com índices superiores à MLT ao final do mês, com 107%. Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste apresentam 88% e 85%, nesta ordem, enquanto o Sul pode chegar a 75% da MLT.
Pela segunda semana consecutiva, o Custo Marginal de Operação está zerado para os subsistemas Nordeste e Norte. Já no Sudeste/Centro-Oeste e Sul, apresentam valores iguais, fixados em R$ 102,34. (Fonte: ONS)
Trump diz que anunciará nesta segunda-feira tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio; Brasil será atingido
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse ontem (9/2) que anunciará, nesta segunda-feira (10/2), a imposição de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio de todos os países, incluindo as provenientes do Canadá e do México.
Reportagem do Valor Econômico explica que, se confirmadas as tarifas, o Brasil será afetado, uma vez que 48% das exportações de aço brasileiros brasileiras têm os Estados Unidos como destino. No caso do alumínio, esse percentual é de 16%. Um total aproximado de US$ 6,5 bilhões em vendas destes materiais aos americanos seria impactado com as novas taxações.
Com aquisição total pela Vibra, Comerc quer ampliar capilaridade no mercado livre de energia
Reportagem da Agência Eixos indica que a Comerc espera que a incorporação total pela Vibra ajude a companhia a ganhar mais capilaridade na comercialização de energia elétrica nas diferentes regiões do país. A distribuidora de combustíveis concluiu a compra da empresa do setor elétrico em janeiro de 2025, com a aquisição dos 50% restantes da empresa.
A Vibra já detinha uma participação na companhia desde 2021. Com a aquisição do restante, passou a controlar 100% das operações da Comerc no mês passado.
De acordo com o vice-presidente de Trading, Comercial e Marketing da Comerc, Pedro Kurbhi, a fusão tende a ampliar a estratégia de atuação nacional da companhia. Hoje, a Comerc tem 16% de market share no mercado livre de energia e opera um parque de geração solar e eólica com 2,1 gigawatts (GW) de capacidade.
Agro do Brasil adere à energia solar e vê nas baterias oportunidade de substituir diesel
O agronegócio brasileiro vem ampliando a geração própria de energia solar para reduzir custos e começa a testar a integração da fonte renovável com baterias, uma nova fronteira tecnológica que permite estabilizar o suprimento elétrico nas fazendas, avançar com ampliações de capacidade produtiva e reduzir o consumo de diesel, disseram produtores e especialistas à agência de notícias Reuters. A reportagem foi publicada ontem (9/2) pela Folha de S. Paulo.
A busca do agro por baterias pode ajudar a impulsionar o nascente uso da tecnologia no Brasil, tanto em grandes projetos, com a expectativa de um leilão para integração no setor elétrico, quanto em pequena escala, com a regulamentação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para uso de baterias por consumidores.
Eletronuclear adota plano de austeridade para cortar gastos de R$ 500 milhões
Em reportagem exclusiva, o Valor Econômico informa que a Eletronuclear, estatal que controla Angra 1 e 2, vai adotar um plano de austeridade para economizar até R$ 500 milhões até o fim de 2026. As medidas incluem a implementação de um Plano de Demissão Voluntária (PDV/PDI), a redução de despesas operacionais com pessoal, material, serviços de terceiros e outros (PMSO), a cobrança de custos de manutenção das vilas residenciais, a transferência de empregados do Rio de Janeiro para Angra dos Reis (RJ) e a diminuição de cargos de chefia.
Ao Valor, o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, contou que existe uma pressão da Casa Civil, do Ministério de Minas e Energia (MME) e dos acionistas (ENBPar e Eletrobras) para que a empresa passe por governança e ajustes financeiros. Ele admite que a estrutura inchada — com excesso de empregados, regalias, redundância de cargos de chefia — tem agravado as dificuldades financeiras e provocado um desequilíbrio nas contas.
Três membros da Otan cortaram relações com rede elétrica russa neste fim de semana
A contagem regressiva para encerrar um dos últimos vestígios dos 50 anos de ocupação soviética na Estônia, Letônia e Lituânia terminou neste fim de semana para os países bálticos que, até sexta-feira (7/2), dependiam de uma rede elétrica controlada pela Rússia. A preparação da população para o que a maioria vê como um cenário improvável de apagão é a fase final de um projeto de anos, conforme publicou a rede CNN americana.
Os três países se preparam para este momento há quase duas décadas, desde que ingressaram na União Europeia (UE) e na Otan, a aliança militar do Ocidente, em 2004. Eles renovaram a infraestrutura existente e construíram novas linhas de transmissão, incluindo cabos submarinos para a Finlândia e a Suécia, além da crucial conexão terrestre com a rede elétrica continental europeia, que liga a Lituânia à Polônia. Isso permitiu que, pouco após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022, as nações bálticas parassem de comprar eletricidade de Moscou.
No entanto, a Rússia ainda mantinha controle total sobre o funcionamento da rede, equilibrando oferta e demanda e mantendo a frequência, explicou Susanne Nies, líder de projeto no instituto de pesquisa de energia Helmholtz-Zentrum, à CNN. Em um resquício da era soviética, Moscou continuava prestando esses serviços gratuitamente. O risco, explicou ela, era que, no contexto da guerra na Ucrânia, os três países pudessem se ver dependentes das autoridades russas — que, de um dia para o outro, poderiam cortar a ajuda.
Há seis meses, os países bálticos notificaram oficialmente a Rússia sobre sua intenção de se “dessincronizar” da rede elétrica. Na sexta-feira, expirou o acordo BRELL (Belarus, Rússia, Estônia, Letônia e Lituânia), que mantém a rede compartilhada. Sábado (8/2), sábado, Estônia, Letônia e Lituânia se desconectaram simultaneamente dessa rede, momento em que deverão operar brevemente como uma “ilha”, dependendo apenas da eletricidade que produzem. E ontem, os três deveriam sincronizar sua nova rede elétrica independente com a Área Sincronizada da Europa Continental, que cobre a maior parte da União Europeia, publicou a CNN. (O Globo)
PANORAMA DA MÍDIA
Folha de S. Paulo: O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste domingo (9) que anunciará na segunda-feira (10) tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país, uma nova escalada de sua revisão da política comercial que pode afetar o Brasil. Produtos semi-acabados de aço estão entre os principais produtos exportados pelo Brasil aos EUA, ao lado de petróleo bruto, produtos semi-acabados de ferro e aeronaves.
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O Estado de S. Paulo: Segundo o Instituto Aço Brasil, no ano passado, os EUA responderam por 60,6% do volume de produtos siderúrgicos exportados pelo Brasil – em valores, a fatia foi de 54,1%. No total, foram 5,8 milhões de toneladas destinados ao país norte-americano, com valor total de US$ 4,7 bilhões.
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O Globo: Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá (…). Os dados mostram que o volume de aço brasileiro importado pelos Estados Unidos cresceu 14,11% de 2023 para o último ano, o que fez o país ultrapassar o México e ocupar a segunda posição entre os principais fornecedores do produto para o mercado americano.
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Valor Econômico: Um conjunto de fatores negativos, sentidos de forma simultânea pelos consumidores e em um curto espaço de tempo, tem intensificado a percepção generalizada de que o aumento de preços se alastrou pelo país. O tema tem preocupado o governo federal e afetado a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.