
Empresas norte-americanas que vendem equipamentos para a indústria brasileira de petróleo e gás podem ser afetadas de forma crítica caso não haja uma solução pela via negocial à escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e Brasil, conforme indica reportagem da Agência Eixos.
Uma eventual aplicação de tarifas recíprocas pode impactar a cadeia de fornecedores e gerar questões quanto ao uso do Repetro, o regime especial de importação do setor. As taxas de 50% anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para as importações brasileiras têm previsão de entrada em vigor em agosto.
A proporção da eventual crise, no entanto, vai depender da resposta do governo brasileiro — e de como eventuais sanções serão recebidas por Trump.
Advogados especializados no mercado de petróleo e gás natural disseram à Agência Eixos que não esperam impactos nas subsidiárias brasileiras de grupos norte-americanos. Mas afirmam que a resposta às tarifas pode afetar empresas dos EUA que exportam ao Brasil. Além disso, lembram que o mercado nacional precisa de flexibilidade para importar bens e serviços de diferentes origens.
Petrobras aposta no alcance global para contornar tarifaço
Em tempos de ameaças de tarifas e volatilidade nos preços das commodities, a Petrobras se apega ao alcance global da companhia para contornar possíveis barreiras comerciais dos Estados Unidos. Claudio Schlosser, diretor de logística e comercialização da petroleira, diz que a empresa é capaz de superar as dificuldades impostas pelo tarifaço de Donald Trump.
“Incorporamos ao modelo de negócio todas essas volatilidades, sejam elas por restrições ou por algum custo adicional, como é o caso da tarifa. É natural que haja flutuações nos preços”, disse Schlosser ao Valor Econômico.
No ano, o petróleo tipo Brent, referência internacional, acumula queda de 8,71%. Desde 10 de julho, dia seguinte ao anúncio de Trump impondo tarifa de 50% sobre o Brasil, o recuo é de 1,74%. Ontem (22), a cotação foi de US$ 67,77, queda de 0,89% no dia.
EDF vai abandonar alguns projetos no exterior e cortar empregos, dizem fontes
A francesa EDF está reduzindo o quadro de funcionários no exterior e desistindo de participar de licitações em alguns projetos nucleares internacionais, enquanto se concentra em um grande programa de construção doméstico, sob o comando do novo CEO, Bernard Fontana, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto.
A França, que já foi líder global em energia nuclear e a maior produtora da fonte na Europa, está recuando em um momento de apelos globais por expansão nuclear, abrindo as portas para novos participantes, conforme altos custos e problemas de design prejudicam sua capacidade de competir internacionalmente. (Valor Econômico – com informações da agência de notícias Reuters)
Governo prevê arrecadar R$ 16,5 bi com leilão de áreas não contratadas do pré-sal
O secretário de Orçamento Federal, Clayton Montes, informou que o governo incluiu no relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do Orçamento uma previsão de arrecadar R$ 16,5 bilhões com o leilão de áreas não contratadas do pré-sal. Conforme reportagem do Valor Econômico, a previsão é que esse leilão ocorra em novembro.
“Cumprido todos os prazos, há uma expectativa de que o leilão das áreas adjacentes do óleo ocorra este ano”, afirmou o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan. Ainda na rubrica de exploração de recursos naturais, há a previsão de ingresso também de mais R$ 1,7 bilhão referente ao campo de Jubarte (Bacia de Campos /ES).
Conheça os detalhes da primeira usina solar flutuante da Itaipu Binacional
Conforme noticiado anteriormente, a Itaipu Binacional iniciou a instalação de sua primeira usina solar flutuante no lado paraguaio do reservatório. O Canal Solar explica que o projeto ocupará uma área de quase 10 mil m² e contará com cerca de 2 mil painéis solares, totalizando 1 MWp – energia suficiente para abastecer cerca de 650 casas.
O empreendimento será executado pelo consórcio binacional Sunlution-Luxacril, vencedor da licitação, e terá prazo de 150 dias para conclusão, além de 180 dias adicionais para assistência técnica, treinamento e aceitação final.
Em entrevista exclusiva ao Canal Solar, Rogério Meneghetti, superintendente de Energias Renováveis da Itaipu Binacional, explicou os detalhes do projeto.
O executivo destacou que a usina utilizará 86 poitas de concreto, com peso total estimado em 430 toneladas, para ancorar a estrutura flutuante no reservatório. Os cabos de aço conectam os flutuadores às poitas, garantindo a estabilidade mesmo sob ação de ventos e variações de nível da água.
O sistema contará também com módulos fotovoltaicos da JA Solar de 705 Wp cada (modelo JAM66D46-705/LB). A conversão da energia será feita por inversores Huawei SUN2000-330KTL-H1, reconhecidos por sua eficiência e confiabilidade em grandes plantas fotovoltaicas.
Aneel sob pressão
O Canal Energia traz uma reportagem sobre a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do ponto de vista financeiro e político. De acordo com a reportagem, a Agência vive um dos momentos mais críticos em seus 28 anos de história.
Diz o texto: “Além do enfraquecimento junto ao Congresso Nacional e de sua própria governança nos últimos anos, com dificuldades de articulação entre diretores e por vezes questões pessoais transpassando o interesse público, o recente corte de R$ 38,62 milhões no orçamento da entidade que já vive contingenciamentos anuais, coloca a estrutura e capacidade operacional da agência reguladora sob pressão. Nos últimos dez anos, a verba só não teve cortes em 2022.”
O Canal Energia ressalta que, em resposta à situação financeira, o diretor-geral, Sandoval Feitosa, solicitou, entre outras coisas, o desbloqueio de parte dos recursos, pedindo um acréscimo orçamentário para destravar os serviços impactados. Entre eles a fiscalização, que sofre com a falta de recursos para locomoção e estadia nas inspeções in loco e para a manutenção do trabalho das 11 agências estaduais conveniadas; além da ouvidoria, que teve a suspensão do atendimento humano, e do desenvolvimento de programas computacionais em curso.
Após nota de CGU, Enel diz que tem ampliado investimentos em SP e reforçado plano operacional com contratações
A Enel informou na segunda-feira (21/7) que tem ampliado seus investimentos em São Paulo, com aportes previstos de R$ 10,4 bilhões de 2025 a 2027, e reforçado seu plano operacional para os eventos extremos com contratações de 1.200 novos profissionais. A informação, por meio de nota, veio após a CGU (Controladoria-Geral da União) publicar relatório dizendo que a Enel SP não seguiu o plano de contingência no apagão de outubro de 2024.
A distribuidora explicou que, no evento de novembro de 2023, em São Paulo, um temporal deixou sem energia 2,1 milhões de clientes, dos quais 66% tiveram o fornecimento restabelecido em até 24 horas e 86% em até 48 horas. Já em outubro de 2024, “um evento climático ainda mais forte atingiu um número maior de clientes” – 3,1 milhões – e “contou com recuperação mais rápida”, com 80% dos afetados religados em até 24 horas e 93% em até 48 horas. (Agência Infra)
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: As exportações brasileiras para os Estados Unidos têm uma participação mais ampla de produtos de maior valor agregado do que a média das vendas externas do país para o restante do mundo, o que aumenta o impacto do tarifaço anunciado por Donald Trump. Das vendas para os EUA no primeiro semestre, 80,2% foram da indústria de transformação, enquanto na média das exportações brasileiras o percentual é de 53,6%, segundo dados do Comex Stat, sistema de estatísticas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A proporção da indústria extrativa é menor nas vendas aos EUA (13,2%) em relação ao mundo (23,7%), o que também ocorre na agropecuária (6,7% e 22,6%, respectivamente).
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Folha de S. Paulo: As tarifas extras já impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, derrubaram a venda de carne bovina brasileira para os americanos, mesmo antes de entrar em vigor a sobretaxa de 50%, prevista para valer a partir de 1º de agosto.
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O Estado de S. Paulo: A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou esclarecimento nesta terça-feira, 22, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes falar em risco de prisão por descumprimento de medidas cautelares e alegou não ter conhecimento de que ele estava proibido de conceder entrevistas. Os advogados do ex-presidente sustentam que ele não descumpriu as ordens do ministro e prometeram que Bolsonaro permanecerá calado, sem fazer “qualquer manifestação” sobre o caso.
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O Globo: Em manifestação apresentada na terça-feira por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Jair Bolsonaro negou o descumprimento de ordens judiciais e creditou a publicação de declarações do ex-presidente à dinâmica “incontrolável” das redes sociais. Os advogados pediram ainda que o magistrado explique se o ex-mandatário está proibido de conceder entrevistas e afirmaram que Bolsonaro não fará mais manifestações públicas até que os pontos levantados na petição sejam esclarecidos.