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Risco de racionamento de energia já preocupa, mas governo descarta possibilidade – Edição da Manhã

Reportagem publicada hoje (13/05) pelo Valor Econômico indica que o cenário de abastecimento de energia elétrica começou a suscitar mais preocupação entre integrantes do governo e do setor elétrico nas últimas semanas. Exatos 20 anos após o apagão que atingiu o país, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, fontes ouvidas pelo Valor afirmam que não há motivo para pânico, mas reconhecem que, diante da falta de chuvas, a situação passou a exigir mais cautela e melhor coordenação de diferentes frentes para garantir o suprimento de energia.

Além do desafio dos baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas – o último período úmido, encerrado em abril, registrou o pior nível de afluências desde 1931 –, o setor passou a monitorar com mais atenção a disponibilidade de gás natural para as térmicas, que estão sendo despachadas a todo vapor desde o ano passado, e a gestão de usos múltiplos da água.

Outro tema que coloca o setor em atenção é a gestão dos usos múltiplos das águas – isto é, o manejo para outros fins além da geração de energia, como abastecimento público, agricultura, navegação e pesca e aquicultura. A preocupação está relacionada principalmente a restrições que, em bacias mais secas, forcem o uso de água que o sistema poderia guardar, ou que, em bacias úmidas, impeçam o sistema de utilizar o volume que seria necessário para geração de energia.

Reservatórios baixos beneficiam Eneva

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A baixa nos reservatórios das hidrelétricas deve favorecer o desempenho operacional da Eneva ao longo do ano. De acordo com o diretor-financeiro da empresa, Marcelo Habibe, hoje a Eneva tem três usinas acionadas para despacho pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as térmicas Parnaíba I, II e IV, no Maranhão.

“Este vai ser um ano muito desafiador para o país pela falta da energia mais barata, então as termelétricas vão entrar para socorrer. Para a Eneva, de certa forma, isso vai ser bom, uma vez que o nível de despacho das nossas usinas vai aumentar na média do ano” disse o executivo ao Valor Econômico. O baixo volume de chuvas e o consequente impacto na geração hidrelétrica favorece o acionamento das usinas do grupo.

O despacho médio ponderado pela capacidade das usinas da Eneva, no primeiro trimestre, foi de 58%, comparado com 56% em igual período em 2020. Segundo Habibe, o grupo fez manutenções programadas nas térmicas Parnaíba II e Itaqui, ambas no Maranhão, nos primeiros meses do ano e, agora, todas as usinas estão disponíveis.

Consumo de energia segue em alta nos grupos mais afetados pela pandemia

Enquanto a seca e o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas ameaça a oferta de energia na retomada econômica, o consumo de eletricidade segue em alta. Os dados do fechamento de abril consolidados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apontam alta de 13,4% no consumo no Sistema Interligado Nacional (SIN), que chegou a 63,3 mil megawatts médios, após uma sequência de dez meses consecutivos de alta.

Segundo a CCEE, o crescimento de abril foi puxado pelo avanço de 31% no mercado livre, segmento formado por indústrias e outros grandes consumidores. Já o mercado regulado, que abrange os consumidores residenciais e pequenos negócios, subiu quase 6%.

A alta é generalizada entre os setores que mais sofreram na pandemia. Alcança desde a produção de veículos, que consumiu quase 180% acima de abril do ano passado, quando a pandemia de covid-19 começava a atingir o país, passando por têxtil, com mais de 90%, e serviços, com quase 33%.

Ceará e Rio de Janeiro foram os estados em que o consumo de energia mais cresceu no mês (21%), seguidos por Santa Catarina e São Paulo (18%). Acre e Rondônia tiveram queda de 50% e 16% respectivamente. (Folha de S. Paulo)

Alta do Petróleo puxa receita da Petrobras

Os resultados financeiros da Petrobras, no primeiro trimestre de 2021, devem refletir os efeitos positivos da alta nos preços do barril de petróleo. Segundo levantamento do Valor Econômico, com base nas projeções de três bancos (Itaú BBA, J.P. Morgan e BTG Pactual), a companhia deve registrar receita líquida de R$ 97,18 bilhões no período de janeiro a março, com alta de 28,7% em relação ao primeiro trimestre de 2020.

A melhora nos resultados da Petrobras no primeiro trimestre de 2021 deve refletir a menor volatilidade nos preços do petróleo no mercado internacional, além da contínua redução de custos da companhia e o bom desempenho operacional na exploração e produção e no refino. São fatores que combinados ajudam a impulsionar a geração de caixa. A Petrobras divulgará os resultados hoje (13/05), depois do fechamento do mercado.

Relator da Eletrobras desiste de fortalecer estatal no centrão

A Folha de S. Paulo informa que o relator da medida provisória que abre caminho para a privatização da Eletrobras, o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), desistiu de prever uma mudança no texto que fortaleceria a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal comandada por parlamentares do centrão.

Na terça-feira (11/05), o deputado apresentou uma versão preliminar do relatório a líderes da Câmara que daria à estatal o controle do dinheiro de obras direcionadas ao Nordeste e para os reservatórios de Fumas, em Minas Gerais. A verba virá do pagamento, durante dez anos, pelas concessionárias que vencerem a privatização da Eletrobras.

Nascimento quer, agora, que os recursos sejam geridos pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, pasta à qual a Codevasf está vinculada. Na proposta original do governo, a gestão seria de um comitê a ser criado pelo Executivo. Segundo a reportagem, o relator decidiu recuar após as críticas negativas sobre o fortalecimento do órgão loteado pelo centrão.

Avanço da proposta de capitalização pode destravar valor das ações da Eletrobras, segundo Goldman Sachs

O banco americano Goldman Sachs afirmou que vê como positivo o fato de o relator da medida provisória (MP) da capitalização da Eletrobras, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), ter apresentando a minuta revisada com poucas alterações no texto original encaminhado pelo governo ao Congresso, em fevereiro.

“Vemos isso como um passo positivo em direção à capitalização proposta, que poderia desbloquear um valor significativo, se aprovada. Observamos que não incluímos a capitalização proposta em nosso cenário-base para a empresa, pois o cenário político permanece incerto”, enfatiza o banco.

Para não expirar, a MP da capitalização da Eletrobras deve ser votada pela Câmara dos Deputados e, se aprovada, também pelo Senado, antes de 22 de junho. A MP pode ser votada pela Câmara dos Deputados na próxima semana e, se aprovada, segue para votação no Senado antes de expirar em 22 de junho. (Valor Investe)

TCU nega suspensão da venda de refinaria da Petrobras na Bahia

O Tribunal de Contas da União (TCU) negou ontem (12/05) um pedido de suspensão da venda da refinaria Landulpho Alves (RLAM), da Petrobras, para o fundo Mubadala. O tribunal considerou que a precificação em US$ 1,65 bilhões, com desconto em relação a projeções iniciais, está “tecnicamente embasada e aderente à sistemática para desinvestimentos de ativos” da Petrobras. “Não se vislumbram, até o momento, irregularidades”, diz o acórdão.

O próprio TCU havia levantando dúvidas sobre o valor da venda, 45% inferior ao valor-base definido internamente pela Petrobras. Além de indicar a conformidade da venda, o tribunal rejeitou pedidos dos deputados federais Arlindo Chinaglia Júnior (PT/SP), Elvino Bohn Gass (PT/RS) e Joseildo Ribeiro Ramos (PT/BA), que pretendiam ingressar na ação. Os parlamentares do PT e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) tentam evitar a venda, sob o argumento que o negócio fechado em meio a pandemia e por um valor abaixo das estimativas de mercado vai provocar prejuízo para a estatal e, portanto, para a União.

A corte de contas decidiu que não há necessidade de suspensão cautelar da venda, cujos contratos já foram assinados. O fechamento da operação está previsto apenas para setembro. (portal EPBR)

Debêntures de infraestrutura

As emissões de debêntures incentivadas de infraestrutura somaram R$ 1,9 bilhão em março, segundo dados divulgados terça-feira (11/05) pelo Ministério da Economia. No ano, o volume chega a R$ 7,7 bilhões. Desde 2012, quando esses papéis começaram a ser emitidos, são R$ 128 bilhões. Debêntures de infraestrutura podem ser emitidas para financiar projetos considerados estratégicos pelo governo. Os investimentos associados às emissões autorizadas desses papéis somam R$ 574,3 bilhões.

Em março, foram emitidas dez debêntures dos setores de energia, transporte, saneamento e telecomunicações, informou o ministério. Das emissões realizadas este ano, 44% foram no setor elétrico, seguido por 42% em transportes, 11% de saneamento e 3% em telecomunicações. (Valor Econômico)

Santa Adélia é a primeira usina a obter empréstimo da linha BNDES RenovaBio

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a primeira operação do Programa BNDES RenovaBio no valor de R$ 100 milhões para a Usina Santa Adélia. Os recursos são destinados à unidade produtora de biocombustíveis do grupo, localizada em Jaboticabal (SP).

Trata-se de um crédito financeiro alinhado aos critérios de ESG (que considera aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa), voltado a estimular a redução de emissões de carbono com o uso de combustíveis. O apoio financeiro do BNDES nessa linha está inserido no RenovaBio. De acordo com o banco, o financiamento apoiará os esforços da empresa para melhoria de sua eficiência e, caso seja bem-sucedida nessa tarefa, a usina será bonificada com reduções no custo do empréstimo (no spread básico do BNDES). Caso a empresa venha a ser descredenciada do Programa RenovaBio, terá como penalidade a elevação da taxa. (Jornal da Cana)

ANP libera acesso virtual a dados de 23 bacias sedimentares terrestres

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em parceria com o Serviço Geológico Brasileiro (CPRM), lançou ontem (12/05) um site para disponibilizar gratuitamente os dados técnicos públicos digitais de bacias sedimentares terrestres. O objetivo é promover a ampliação do conhecimento geológico sobre essas bacias e fomentar os investimentos em exploração e produção de petróleo e gás natural nas áreas já sob concessão e nas que serão oferecidas em futuras rodadas de licitações. O site pode ser acessado aqui, mediante cadastramento do interessado. (ANP)

PANORAMA DA MÍDIA

Os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo seguem publicando, em destaque, o andamento dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado, instaurada para apurar a gestão do governo federal na pandemia de covid-19 – CPI da Covid.

Em depoimento à CPI, ontem (12/05), o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, entregou à CPI carta da farmacêutica Pfizer oferecendo vacinas contra a covid-19 ao presidente Jair Bolsonaro, ao vice Mourão e a três ministros. A proposta, datada de 12 de setembro, ficou sem resposta até 9 de novembro.

O jornal O Globo informa que a CPI retoma nesta quinta-feira (13/05) os trabalhos com o depoimento de representantes da farmacêutica americana Pfizer. A fala do presidente da empresa na América Latina, Carlos Murillo, deve ajudar os senadores a construir uma “linha do tempo” sobre as negociações e contatos entre a companhia e o governo federal. O principal objetivo será esclarecer relatos de que o Ministério da Saúde rejeitou, mais de uma vez, oferta de 70 milhões de doses para aquisição de vacinas. O executivo esteve à frente do braço brasileiro da companhia durante parte da pandemia.

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A Folha de S. Paulo traz como principal destaque da edição de hoje (13/05), o resultado da mais recente pesquisa Datafolha. O governo do presidente Jair Bolsonaro tem a aprovação de 24% dos brasileiros, a pior marca de seu mandato até aqui, segundo pesquisa do instituto. O percentual dos que consideram a gestão ótima ou boa era de 30% em março, quando foi feito o levantamento anterior. Os que rejeitam o governo, considerando-o ruim ou péssimo, eram 44% e são 45% na nova pesquisa, realizada entre terça-feira (11/05) e ontem (12/05), com 2.071 entrevistas presenciais em 146 municípios de todo o Brasil. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

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A indústria de genéricos e o Sistema Único de Saúde (SUS) serão os maiores beneficiados pelo resultado do julgamento de ontem (12/05) no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre patentes, segundo análise do Valor Econômico. Com a decisão, medicamentos cairão em domínio público mais rapidamente, abrindo a possibilidade de produção de genéricos e similares. Com isso, a União poderá reduzir em alguns bilhões de reais os gastos anuais com medicamentos, segundo estudos anexados ao processo.