A comercializadora do Santander fez suas primeiras operações de compra e venda de energia na semana passada, em mais um passo da inserção do banco no setor elétrico, informa o Valor Econômico em sua edição desta terça-feira (14/05). O jornal ressalta que o banco tem forte atuação no financiamento de projetos de energia, como eólicas, parques solares, termelétricas e centrais hidrelétricas.
O objetivo, segundo a reportagem, é fidelizar os clientes, que podem tomar crédito do Santander para investir em projetos de geração (centralizada, de grande porte, ou distribuída, em projetos menores), ou encontrar condições adequadas para migrar para o mercado livre.
Com a comercializadora, o Santander poderá acessar consumidores finais de energia. Será possível, por exemplo, estruturar projetos de geração voltados para o mercado livre, com contratos de longo prazo de venda de energia.
Governo estuda declarar a caducidade da concessão do linhão de Roraima e fazer novo leilão
A agência Infra, especializada em notícias sobre o setor de infraestrutura, informa que o governo federal analisa declarar a caducidade da concessão para a construção da linha de transmissão de energia que interligará Boa Vista (RR) a Manaus (AM), conhecido como linhão de Roraima.
O motivo, segundo a reportagem, é que o consórcio Transnorte, formado por Alupar (51%) e Eletrobras (49%), que detém a concessão desde 2011, pede uma revisão do equilíbrio contratual muito acima do considerado aceitável pelas regras atuais do setor elétrico: uma RAP (Receita Anual Permitida) de R$ 396 milhões anuais para retomar as obras, contra uma RAP de R$ 186 milhões ao ano se mantido o contrato atual atualizado pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA).
Se for relicitada, a obra poderia ir a leilão com teto de RAP de R$ 300 milhões anuais e a possibilidade de um deságio sobre o teto. Um dos fatores que pesam contra a relicitação da concessão, segundo a agência Infra, é a urgência do projeto, já que Roraima está sendo integralmente abastecida por geração térmica a diesel, a um custo de R$ 4 milhões ao dia para garantir o fornecimento do combustível para as usinas.
O estado não é conectado ao sistema elétrico nacional e dependia de importação de energia da Venezuela, prejudicada pelos recentes apagões que ocorrem no país vizinho.
Petrobras vai vender sua participação na Breitener, dona de térmicas no AM
A Petrobras informou ontem (13/05) que iniciou a etapa de divulgação de oportunidade para venda integral de sua participação de 93,7% na empresa Breitener Energética, que possui duas unidades termelétricas em Manaus, totalizando 315 MW de capacidade instalada.
As usinas possuem capacidade contratada de 120 MW até 2025 com a distribuidora Amazonas Energia, por meio de contrato exclusivo de compra e venda de energia. A informação foi publicada pelo site da revista Exame.
PANORAMA DA MÍDIA
A guerra comercial entre Estados Unidos e China é o destaque de hoje (14/05) nos jornais Valor Econômico, O Estado de S. Paulo e Correio Braziliense. O Valor explica que após o fracasso da última rodada de negociações entre os dois países, o conflito comercial entre eles se intensificou ontem.
Em resposta à entrada em vigor, na sexta-feira (10/05), de tarifas mais altas de importação sobre US$ 200 bilhões vendidos pelos chineses ao mercado americano, o governo da China decidiu fazer o mesmo contra produtos dos EUA. A diferença está apenas no volume de exportações, de US$ 60 bilhões, atingido pela nova taxação, de 25%.
O impasse fez as bolsas de valores das principais economias sofreram fortes perdas, diante da perspectiva de que a guerra comercial desacelere ainda mais o comércio mundial e, portanto, o ritmo de crescimento da economia global.
O Estado de S. Paulo publicou editorial sobre esse tema, na seção Notas e Informações – o título é “O mundo refém de Trump”. Diz o editorial: “Entre sustos e fases de alívio, os mercados de capitais podem seguir alternando tombos e etapas de recuperação insegura, enquanto exibições de força continuarem prevalecendo sobre as negociações civilizadas e regidas pelas normas internacionais. Será esse o padrão enquanto o comércio da maior potência, os Estados Unidos, estiver subordinado ao estilo truculento do presidente Donald Trump”.
O Correio Braziliense destaca que a guerra comercial entre Estados Unidos e China “assusta o mundo”.
A Folha de S. Paulo informa que a equipe econômica do governo prepara a queda na projeção do Produto Interno Bruto (PIB), indicador que mede a expansão da economia. O crescimento ficará entre 1,5% e 2% neste ano, o que levará a um corte adicional de até R$ 10 bilhões na próxima revisão do Orçamento da União. A reportagem enfatiza que, no início de maio, o governo bloqueou quase R$ 30 bilhões do Orçamento e reduziu a previsão de crescimento do PIB de 2019 de 2,5% para 2,2%.
O destaque do jornal O Globo, hoje, é a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro pela quebra do sigilo bancário do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), seu ex-assessor Fabrício Queiroz e mais 93 pessoas. O jornal informa que o pedido foi feito pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, autorizado em 24 de abril de 2019 e mantido em sigilo até agora.
“Há indícios de que houve no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio (Alej), a chamada “rachadinha” — prática de servidores devolverem parte dos salários aos deputados”, ressalta a reportagem.