A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) mapeou a quantidade de empresas de grande e médio porte que já poderiam fazer parte do mercado livre de energia elétrica em São Paulo, mas ainda estão fora dele.
De acordo com o levantamento, são mais de 17,5 mil unidades consumidoras, entre indústrias, shoppings ou redes de supermercados que alcançam carga acima de 500 kW – a demanda mínima exigida atualmente para operar no segmento. A maior parte está na faixa de consumo comercial.
É quase o dobro das cerca de 8,7 mil que já estão no módulo de contratação no estado. No levantamento nacional, são quase 70 mil unidades consumidoras fora do mercado livre, segundo a CCEE. As informações foram publicadas pela Folha de S. Paulo.
Brasil chefia projetos de hidrogênio verde da Engie
O Brasil terá papel relevante na estratégia da holding francesa Engie para atingir a meta de chegar a 4 gigawatts (GW) de capacidade global de produção de hidrogênio verde até 2030, conforme informação de reportagem do Valor Econômico.
De acordo com o vice-presidente executivo de desenvolvimento de negócios globais de hidrogênio verde do grupo, Raphael Barreau, o país tem forte potencial para atrair projetos devido à abundância de água e ao bom preço da energia gerada por fontes renováveis.
A energia elétrica é usada na eletrólise, processo que dá origem ao hidrogênio. No caso do hidrogênio verde, a eletricidade usada vem de fontes renováveis. Barreau, recém-selecionado para ocupar a divisão da companhia para o segmento, vai ficar baseado no Brasil. O executivo aponta que a complementariedade entre a geração eólica, solar e hidrelétrica no país garante fornecimento constante de energia limpa, o que ajuda a baratear o custo das unidades de eletrólise.
“Muitas empresas estão olhando a produção do hidrogênio verde para exportação no Brasil, estão percebendo que a produção aqui vai ser muito mais barata do que em outros países”, afirma. Ele indica, no entanto, que o Brasil ainda precisa superar desafios para se manter atrativo para os projetos, como ampliar a conexão da rede de transmissão, de modo a garantir o acesso de outras regiões à energia renovável produzida na região Nordeste.
Acciona lança dois parques eólicos de R$ 5 bilhões
O grupo espanhol Acciona decidiu entrar no mercado de geração de energia renovável no Brasil. A companhia acaba de adquirir, da Casa dos Ventos, um projeto eólico em desenvolvimento na Bahia, com potência de 850 MW e investimentos projetados em € 800 milhões (R$ 5 bilhões, na cotação atual). O empreendimento é composto por dois parques – Sento Sé I e II –, que estão em fase de obtenção de licenças. A expectativa é que a construção tenha início entre o fim de 2022 e começo de 2023. A ideia principal é comercializar a energia por contratos de longo prazo com clientes.
Trata-se de um primeiro passo da Acciona no setor, mas o objetivo é expandir, segundo José Manuel Entrecanales, presidente-executivo global do grupo, que falou com o Valor Econômico durante sua visita ao Brasil, na semana passada. A empresa já tem em mente uma segunda etapa para o projeto de Sento Sé: a possível construção de uma usina solar, em área contígua ao parque eólico, que usaria a mesma estrutura de transmissão. Estima-se que a expansão agregaria mais 200 MW de potência e demandaria investimentos adicionais na ordem de R$ 800 milhões – em números ainda bastante preliminares.
Air Liquide compra energia da Omega
O Valor Econômico informa que a Air Liquide Brasil firmou seu primeiro contrato customizado de compra do insumo com a Omega. Com o acordo de dez anos, a multinacional de gases industriais e medicinais garante o uso de 100% de energia renovável na produção de oxigênio e nitrogênio em uma de suas fábricas no Nordeste e avança em compromissos de descarbonização assumidos para as próximas décadas.
A Air Liquide tem no país ao menos 14 fábricas de gases, que são eletrointensivas, e compra no mercado livre parcela “relevante” da energia que consome – em 2022, 100% dessa energia será de fonte renovável. Os termos do contrato com a Omega, uma das maiores geradoras de renováveis no Brasil, não foram revelados. A maior parte da energia contratada com a Omega, cerca de 70%, virá de fonte eólica.
Opep adia reuniões para avaliar novo cenário
A Opep e seus aliados (conhecidos como Opep+) decidiram no fim de semana adiar as reuniões técnicas preparatórias para o encontro desta semana. O objetivo é conseguir avaliar melhor o impacto da nova variante do coronavírus, Omicron, na demanda e nos preços do petróleo, de acordo com fontes e documentos da Opep+.
As reuniões que deveriam ocorrer hoje (29/11) estão marcadas agora para quarta-feira, mesmo dia do encontro dos líderes da Opep+. Os preços do petróleo despencaram junto com outros mercados financeiros na sexta-feira em mais de 10%, a maior queda em um dia desde abril de 2020. A nova variante assustou os investidores e aumentou as preocupações de que um superávit de oferta poderia aumentar no primeiro trimestre. (Valor Econômico – com informações da agência Reuters)
Reino Unido fecha nova parceria visando usar a fonte nuclear para produção de hidrogênio
O Laboratório Nuclear Nacional do Reino Unido (NNL, na sigla em inglês) e a companhia norueguesa DNV fecharam uma parceria para explorar o uso potencial de tecnologias nucleares avançadas para a conversão das redes de gás do Reino Unido em hidrogênio.
Na avaliação da NNL, a conversão de redes nacionais e regionais de gás natural para hidrogênio pode ser uma solução de descarbonização poderosa. De acordo com informação do laboratório, para alcançar com sucesso essa transição, grandes quantidades de hidrogênio seriam necessárias, e a capacidade da energia nuclear de impulsionar a produção em escala de gigawatts poderia ser de grande valor.
O governo do Reino Unido já declarou que a fonte nuclear será uma peça-chave no desenvolvimento de um setor de hidrogênio de baixo carbono. O país pretende alcançar 5 GW de capacidade de produção de hidrogênio de baixo carbono até 2030. As informações foram publicadas pelo portal Petronotícias.
PANORAMA DA MÍDIA
Nova variante do coronavírus adiciona risco a cenário econômico já difícil – destaca o jornal Valor Econômico, em sua edição desta segunda-feira (29/11). De acordo com a reportagem, analistas evitam traçar um prognóstico e veem as próximas semanas como fundamentais para discernir se a venda generalizada de ativos verificada na semana passada foi apenas um momento de pânico ou se, de fato, há um novo capítulo na pandemia.
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A volta do protecionismo no mundo, que aumentou com a pandemia e tem no Brasil um forte alvo, dado o perfil do país de grande exportador de produtos agropecuários, é uma ameaça direta a quase US$ 50 bilhões em exportações. A cifra considera itens que, hoje, são mais suscetíveis a barreiras protecionistas, sanitárias e comerciais: carne bovina, soja, farelo de soja e café. E representa metade das vendas externas do agronegócio brasileiro. (O Globo)
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A Folha de S. Paulo informa que cinco ministérios do governo Jair Bolsonaro apontaram uma reversão do desmatamento da Amazônia, um mês após o fim do ciclo com a maior devastação em 15 anos, e associaram políticas desenvolvidas pelas pastas a uma falsa constatação de diminuição dos índices de desmate.
De acordo com a reportagem, em uma reunião no dia 24 de agosto do Conselho Nacional da Amazônia Legal, que é comandado pelo vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), os presentes trataram como certa uma redução de 5% no desmatamento do bioma, a partir de dados do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Nesse encontro, representantes de cinco pastas – Ciência e Tecnologia, Agricultura, Defesa, Economia e Minas e Energia – listaram quais de suas políticas tinham levado à melhora dos números. No entanto, os números oficiais, divulgados pelo Inpe no último dia 18, apontaram um resultado bem diferente daquele tratado na reunião. Em vez de diminuir, o desmatamento da Amazônia na verdade explodiu, chegando a 13.235 km² no período que vai de agosto de 2020 a julho de 2021. Isso representa um aumento de 22% em relação ao ciclo anterior.
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O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está informando às varas da Justiça Estadual em São Paulo que não há mais dinheiro para pagar perícias médicas de segurados que solicitam benefícios em casos de acidentes, o que tem deixado os beneficiários sem os pagamentos. Desde o início de outubro, procuradores federais que atuam em nome do órgão têm apresentado a mesma explicação em diferentes processos: a verba para o serviço não foi suficiente e “os recursos disponibilizados já foram esgotados”. (O Estado de S. Paulo)