O jornal O Globo traz, hoje (3/9), uma análise a respeito do anúncio feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na última sexta-feira (30/8), a respeito do acionamento da bandeira vermelha patamar 2.
Com o anúncio, economistas ouvidos pela reportagem esperam uma alta entre 10% e 13% na conta de luz deste mês. O percentual depende, entre outros fatores, da utilização média de cada consumidor.
A bandeira vermelha 2 é a mais alta da escala, que começa com verde, depois amarela e vermelha 1 e 2. O aumento da tarifa sinaliza ao consumidor a necessidade de reduzir o consumo. Ela foi acionada por causa do nível baixo de alguns reservatórios e da necessidade de ligar mais termelétricas, que têm alto custo de geração de energia.
De acordo com os economistas ouvidos pela reportagem, a decisão da Aneel surpreendeu, entre outros fatores, porque a agência passou da bandeira verde diretamente para o nível mais alto – a vermelha 2. Com o novo indicador, haverá um acréscimo de R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, com impacto direto na inflação — que pode fechar o ano acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central. O centro da meta deste ano é de 3%, com piso de 1,5% e teto de 4,5%.
A inflação acumulada nos últimos 12 meses até julho chegou a 4,5%, ou seja, o teto da meta. Pelo Boletim Focus divulgado ontem (2/9), a projeção para o IPCA de 2024 subiu pela sétima semana seguida, passando de 4,25% para 4,26%, ainda sem considerar o efeito da bandeira vermelha nas contas de luz.
Fumaça de queimadas da Amazônia encobre São Paulo em dia seco
A cidade de São Paulo foi encoberta entre a manhã e a tarde de ontem (2/9) por grande volume de fumaça de queimadas ocorridas na Amazônia. O material particulado, que se desloca em massas de ar a grandes altitudes, chegou à capital paulista depois de viajar até a encosta dos Andes e retornar ao Brasil por circulação atmosférica que a empurrou de volta, entrando pelo Paraguai.
Segundo o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE), essa grande nuvem de material particulado e monóxido de carbono gerada pelas queimadas na floresta amazônica costuma fazer sempre esse trajeto. Para se tornar mais visível em São Paulo, porém, ela depende do tempo aberto e da estiagem na própria cidade, que facilitam sua percepção. (O Globo)
CCEE registra novo recorde de migrações de consumidores ao mercado livre de energia em julho
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) informa que registrou a entrada de 2.456 novos consumidores no mercado livre de energia em julho, volume 272% maior que o registrado no mesmo mês do ano passado. São indústrias e empresas, como padarias, supermercados, farmácias e escritórios, que viram no ambiente a possibilidade de ter mais eficiência em seu negócio. Quase 61% das migrações foram realizadas por meio da representação de um comercializador varejista.
De acordo com a CCEE, o movimento intenso é reflexo da flexibilização dos critérios de acesso, que se iniciou em janeiro, com a abertura do segmento livre para todos os consumidores ligados na alta tensão. Hoje, o segmento representa, aproximadamente, 37% do consumo total de energia elétrica do Brasil e esse percentual deve aumentar nos próximos meses. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), cerca de 27,8 mil consumidores já informaram às distribuidoras sobre o desejo de migrar para o ambiente ao longo do ano de 2024.
Entre os estados, os destaques das novas migrações ficaram com São Paulo (669), Bahia (489) e Rio Grande do Sul (264). Outras altas expressivas em estados no Nordeste, Norte e Centro-Oeste indicam que as comercializadoras também estão atentas a oportunidades em outras regiões, como Pará, Pernambuco, Ceará, Goiás e Mato Grosso.
A CCEE também acompanha o avanço do ambiente livre por setores da economia, a fim de contribuir com indicadores para o mercado. São 15 ramos de atividade monitorados e, em julho, destacaram-se o Saneamento (606), Serviços (543) e Comércio (483).
Apagão em Guarulhos e São Paulo foi causado por pipa, diz Eletrobras
A Eletrobras informou, ontem (2/9), que o apagão que atingiu quase 1 milhão de pessoas em São Paulo e Guarulhos, no sábado (31/8), foi causado por curto-circuito provocado uma pipa.
Em nota, a companhia esclarece que às 17h30, conforme mostra o vídeo (acessar o link), o corpo de uma pipa atingiu o primeiro barramento da subestação. O curto circuito gera o acionamento dos sistemas de proteção que impedem danos maiores aos equipamentos e desligam o primeiro barramento.
Doze segundos depois, uma rabiola construída com linha metálica, contendo alumínio em sua composição, atinge o segundo barramento e causa um novo curto-circuito nesse último. O acionamento de equipamentos de proteção ocorre novamente conforme previsto e leva ao desligamento total da subestação, composta por dois barramentos. Somente no ano de 2023 a Eletrobras registrou cinco incidentes em subestações provocados por pipas.
BNDES libera R$ 486 milhões do Fundo Clima para beneficiamento de lítio em Minas Gerais
A Agência EPBR informa que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a aprovação de um financiamento de R$ 486,7 milhões para a Sigma, com o objetivo de implementar uma unidade de beneficiamento de lítio em Itinga, Minas Gerais.
Os recursos do financiamento serão via Novo Fundo Clima, que possui um orçamento de R$ 10,4 bilhões para apoiar iniciativas que contribuam para a redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e para a adaptação às mudanças climáticas.
O projeto da Sigma, com investimento total de R$ 492,4 milhões, está localizado no Vale do Jequitinhonha, região hoje conhecida como Vale do Lítio, devido à grande presença do mineral.
Rio Grande do Sul abre edital para projetos de biogás
O Rio Grande do Sul lançou uma chamada pública para a implementação de biodigestores, voltados para a produção de biogás. A iniciativa, parte do Programa Biogás-RS, foi anunciada pelo governador Eduardo Leite (PSDB), em um encontro que destacou a importância de fomentar tecnologias que transformem resíduos orgânicos agropecuários em fontes de energia renovável.
O programa Biogás-RS incentiva a comercialização local de biocombustíveis e amplia a oferta interna de biogás em diversas regiões do estado. (Agência EPBR)
Vale negocia venda da Aliança, recém-comprada da Cemig
O site Pipeline, do Valor Econômico, informa que a Vale está em tratativas para venda do controle da companhia de energia Aliança. Itaú BBA e Morgan Stanley assessoram a empresa nas conversas.
A mineradora era sócia da Cemig na Aliança, mas comprou a fatia de 45% dos mineiros em março. De acordo com a reportagem, havia ali um impasse, como a Cemig já queria monetizar a participação e a relação entre a Vale e o governo mineiro já não andava às mil maravilhas com os embates indenizatórios por desastre ambiental. A sócia abriu um processo de venda, mas acabou não tendo propostas no patamar que pretendia – uma vez que não tinha o controle da operação.
PANORAMA DA MÍDIA
A Justiça da Venezuela emitiu ordem de prisão contra Edmundo González, opositor de Nicolás Maduro. A notícia é destaque, hoje (3/9), na mídia.
González foi o candidato da oposição nas eleições de julho, que o chavismo diz ter vencido em meio a denúncias de fraude e da falta de reconhecimento da comunidade internacional. (O Estado de S. Paulo)
A ordem de prisão foi expedida pelo Ministério Público dias depois de González ignorar pela terceira vez uma intimação da Justiça para prestar depoimento no escopo de uma investigação iniciada após opositores acusarem fraude no pleito realizado em julho. A audiência mais recente foi marcada para a última sexta-feira (30/9). (Folha de S. Paulo)
Na semana passada, a principal coalizão opositora da Venezuela denunciou o que descreveu como “perseguição judicial” contra seu candidato – Edmundo González. “A reiterada convocação do Ministério Público busca justificar um mandato de execução contra nosso candidato vencedor, para acentuar sua perseguição”, afirmou a Plataforma, formada por dez partidos opositores. (O Globo)
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Valor Econômico: Apesar dos recordes no número de trabalhadores ocupados e na massa de rendimentos, o Brasil ainda tem 1,69 milhão de pessoas que procuram trabalho há mais de dois anos – 22,4% dos desempregados. Se incluídos os que buscam vaga há mais de um ano e menos de dois, são 2,495 milhões de pessoas, 33,1% dos desempregados, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Para especialistas, quanto mais tempo fora do mercado de trabalho, mais difícil é a reinserção.