Reportagem do Correio Braziliense informa que a Medida Provisória (MP) da privatização da Eletrobras vai a plenário no Senado amanhã (16/06), a uma semana de caducar e sem acordo entre os parlamentares. Relator da matéria na Casa, o líder do DEM, Marcos Rogério (RO), passou o dia de ontem (14/06) trabalhando em um texto que possa agradar os parlamentares. Mas, senadores ouvidos pelo Correio têm pouca expectativa em relação a um consenso. O líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-SP), calculou uma baixa adesão mesmo entre a ala mais conservadora do plenário e já prepara um projeto de lei para capitalizar o debate.
Ainda de acordo com a reportagem, Prates chegou à soma de 33 votos contrários, 22 favoráveis, 14 neutros com tendência a ir contra a MP e 10 neutros, mas tendendo a votar a favor do texto. Segundo o senador, além das desconfianças sobre o texto, alguns parlamentares temem serem rotulados de “vendedores da Eletrobras”.
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), disse que a base está construindo os apoios necessários. “Vamos votar na quarta-feira e estamos construindo os apoios necessários para aprovar o relatório do senador Marcos Rogério, que será honrado pela câmara dos deputados”, garantiu.
O Valor Econômico também traz reportagem sobre o tema e informa que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), admitiu que há ressalvas à medida provisória da Eletrobras no Senado, o que deve levar a alterações no texto e obrigar seu retorno à Câmara dos Deputados. Pacheco também não quis se comprometer com o resultado da votação, inclusive ante à possibilidade de rejeição da MP.
“As mudanças feitas pela Câmara precisam ser avaliadas pelos senadores e eles terem liberdade para alterar o que foi feito. A MP será debatida e será apreciada pelo Senado. Se vai ser aprovada ou rejeitada, se vai mudar, o exercício democrático da maioria fará com que seja aprovada ou não”, afirmou.
Os senadores dão como certo, nos bastidores, que o conteúdo da matéria terá de ser ajustado, o que obriga uma nova discussão por parte da Câmara antes da data final. Os senadores reclamam de diversos trechos da proposta. Até mesmo partidos de centro como PSD e MDB não conseguiram chegar num consenso sobre seu conteúdo.
Crise hídrica pode parar navegação na hidrovia Tietê-Paraná a partir de julho, diz ONS
Segundo reportagem publicada nesta tarde (15/06) pelo site do jornal O Estado de S. Paulo, a crise nos reservatórios que o país enfrenta pode causar a paralisação da hidrovia Tietê-Paraná a partir de julho. A medida foi listada como “necessária” pelo presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, durante audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara, nesta terça-feira (15/06).
Foram apresentados dois cenários: a paralisação da via ou a redução do calado dos navios que navegam na hidrovia, o que reduz a capacidade de transporte. Ciocchi informou que a questão está sendo discutida em nível federal, por meio do Ministério da Infraestrutura, e com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Segundo dados do ONS, a redução do calado dos navios resultaria em um ganho de 0,5% de energia armazenada. Já a paralisação total da hidrovia geraria um ganho de 1,6%. A hidrovia é um dos principais corredores fluviais do país, importante para o transporte de grãos, madeira, areia e cana.
ONS descarta risco de racionamento de energia em 2021
O portal do Valor Econômico também traz informações sobre a participação do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, em audiência pública virtual da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.
Aos parlamentares, Ciocchi garantiu que o setor adota cenários “extremamente conservadores” para avaliar as condições de suprimento de energia elétrica no país até o fim do ano, no retorno do período chuvoso nas principais bacias hidrográficas. “Reiteramos que, para o ano de 2021, não existe previsão de racionamento ou apagão, nenhuma dessas consequências negativas”, afirmou.
Ele reforçou que os órgãos envolvidos no enfrentamento da crise hídrica, que atinge em cheio o setor elétrico, trabalham para garantir “energia e potência” não só para o ano de 2021, mas para o próximo ano. “Estamos sendo extremamente conservadores. Com a entrada de mais geração e alguns reforços nas linhas de transmissão já planejados, nós acreditamos que temos condições de atravessar 2022”, disse o diretor-geral do ONS.
Petrobras caminha para dividendos maiores
A venda da fatia remanescente de 37,5% na BR Distribuidora e o acordo de coparticipação do campo de Búzios – assinado com as empresas chinesas CNODC e CNOOC – podem ter efeitos diretos para investidores da Petrobras neste ano. Os US$ 2,3 bilhões estimados com a alienação da BR e os US$ 2,94 bilhões aos quais a estatal terá direito a receber à vista, pelos investimentos já realizados em Búzios, reforçam a expectativa de que a companhia conseguirá antecipar para 2021 a meta de redução de dívida e, assim, aumentar a remuneração aos acionistas, informa o Valor Econômico.
Ultra fecha acordo de exclusividade para vender a Oxiteno para Indorama
O grupo Ultra assinou contrato de exclusividade com a empresa asiática Indorama para a venda da Oxiteno, afirmaram duas fontes ao Valor Econômico. Avaliada em US$ 1,5 bilhão, a Oxiteno é a divisão química do grupo Ultra, responsável pela produção de especialidade químicas com fábricas no Brasil, América Latina e Estados Unidos.
De acordo com a reportagem, o grupo Ultra, um dos principais conglomerados industriais do país, colocou a Oxiteno à venda para se concentrar seus negócios em distribuição de combustíveis, refino e gás. Dono da rede de postos Ipiranga, o Ultra também vendeu recentemente a Extrafarma para o grupo Pague Menos. Procurados pela reportagem, Ultra e Indorama não retornaram os pedidos de entrevista.
PANORAMA DA MÍDIA
O Valor Econômico informa que, às vésperas da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, ganhou força no mercado a percepção de que o colegiado pode surpreender e elevar a Selic em 1 ponto percentual nesta semana. A aposta foi renovada ontem (14/06), após o Boletim Focus trazer mais uma rodada de deterioração das expectativas de inflação de 2022, que subiram de 3,70% para 3,78%. Com esse cenário em mãos, o mercado futuro de juros apontava, no fechamento de ontem, 38% de chance de uma elevação de 1 ponto percentual na Selic amanhã – a taxa básica está em 3,5% anuais. No início da semana passada, essa possibilidade estava abaixo de 10%.
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A farmacêutica americana Pfizer envia ao Brasil, nesta semana, mais 2,4 milhões de doses da vacina contra a covid-19, conforme noticiou o site do Globo. As entregas serão feitas em três voos com chegada pelo Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). A primeira remessa, com 530 mil doses, que será o 12º lote enviado ao país, tem desembarque previsto para esta terça-feira (15/06), às 20h05.
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Vendas em siderúrgicas crescem em ritmo chinês, apesar da alta do preço do preço do aço, informa o portal de notícias do jornal O Estado de S. Paulo. Segundo os dados mais recentes do Instituto Aço Brasil, a entidade que reúne as siderúrgicas do país, a produção de aço bruto deverá crescer 11,3% em 2021, mais que o dobro das previsões mais otimistas feitas para o produto interno bruto (PIB). Hoje, de acordo com dados do instituto, as usinas estão operando com 75% da capacidade instalada, em nível superior aos 63% do período pré-covid. As vendas no mercado interno alcançaram 7,9 milhões de toneladas de aço no primeiro quadrimestre, superando o resultado de 2013, considerado o pico do setor, no mesmo período.