O senador Davi Alcolumbre (União/AP) foi eleito sábado (1º/2) para a presidência do Senado pela terceira vez. A eleição confirma o consenso firmado entre o governo, oposição e centrão em torno do nome de Alcolumbre. O PL, principal partido de oposição, ficou com a 1ª vice-presidência e duas comissões (Infraestrutura e Segurança Pública).
A Comissão de Infraestrutura (CI), na qual são tratados os projetos de lei que tratam do setor de energia, será comandada por Marcos Rogério (PL/RO), oposição ao governo. Rogério já presidiu a CI entre 2019 e 2020 e foi relator da Medida Provisória que autorizou a privatização da Eletrobras. (Agência Eixos)
Recuo dos EUA na transição energética pode redefinir fluxo global de investimentos no setor eólico
De acordo com análise publicada pelo Valor Econômico, embora ainda seja cedo para afirmar qualquer tendência, o recuo dos Estados Unidos na transição energética pode levar a um redirecionamento nos fluxos de investimento em energias renováveis.
Não há consenso sobre o impacto desse movimento, mas é possível que fundos de investimento, empresas do setor e fabricantes de equipamentos busquem novas oportunidades em mercados emergentes, como o Brasil.
A paralisação de novos projetos de energia eólica, uma das medidas do presidente Donald Trump, eleito para seu segundo mandato, que apontam para uma futura expansão dos fósseis e maior carbonização da economia americana, pavimenta o prognóstico. Este cenário pode pressionar os preços globais de petróleo e gás para baixo, tornando-os mais competitivos em relação às fontes renováveis.
A análise ressalta que, recentemente, a Shell anunciou o abandono de um projeto de energia eólica em alto mar (offshore) nos EUA, em meio à movimentação de Trump contra a indústria.
Na avaliação da presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeeólica), Elbia Gannoum, o vácuo deixado pelos EUA pode fazer com que o capital migre do país para outros ligares, entre eles o Brasil, sexto mercado emergente mais atraente para investimentos em energia renovável, segundo relatório da BloombergNEF.
Aneel anuncia bandeira verde para fevereiro
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informa que o volume de chuvas e as boas condições dos níveis dos reservatórios garantiram a bandeira verde para o mês de fevereiro. Com isso, os consumidores não terão custo adicional nas contas de energia devido à previsão da geração hidrelétrica favorável.
A medida é válida para todos os consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN) do país. É o terceiro mês consecutivo que a bandeira verde é acionada.
Projeções das afluências para fevereiro apresentam cenário de estabilidade em todo o SIN
O boletim do Programa Mensal de Operação (PMO) para a primeira semana operativa de fevereiro, que vai do dia 1º ao 7, mostra um cenário de estabilidade nas projeções para a Energia Natural Afluente (ENA). O subsistema Norte apresenta a melhor estimativa, com 110% da MLT. O Sudeste/Centro-Oeste aparece com previsão de 95% da MLT, enquanto o Nordeste e Sul podem chegar, respectivamente, a 86% e 80% da MLT ao fim do mês.
As previsões para os níveis de Energia Armazenada (EAR) indicam que todos os submercados encerrarão o segundo mês do ano acima de 70%. A região Norte pode atingir 93,1%, seguida do Nordeste, com 79,2%. Já o Sudeste/Centro-Oeste pode fechar fevereiro com 74,2% e o Sul com 70,6%.
Em relação à carga, o Sistema Interligado Nacional (SIN) e seus subsistemas seguem apresentando um panorama de
crescimento. O SIN apresenta uma aceleração de 3,7% (86.400 MWmed). O Norte tem o maior crescimento, 7,1% (7.890 MWmed), seguido pelo Nordeste, com 4,1% (13.844 MWmed), e Sudeste/Centro Oeste, com 3,9% (48.905 MWmed). O Sul mostra a menor expansão entre os subsistemas, com 1,2% (15.762 MWmed). Os percentuais indicam o avanço das projeções para fevereiro de 2025 em relação ao verificado no mesmo período de 2024.
O Custo Marginal de Operação (CMO) está zerado nos subsistemas Nordeste e Norte. Já no Sudeste/Centro-Oeste e Sul, está fixado em R$ 59,99 e R$ 60,11, respectivamente. (Fonte: ONS)
ONS, EPE e Aneel divulgam nota técnica que traz as premissas para a definição da capacidade de escoamento de geração do leilão de energia nova A-5
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgaram nota técnica que apresenta a metodologia, as premissas e os critérios, bem como a topologia e a geração conectada da rede elétrica que serão consideradas para a definição da capacidade remanescente do SIN para escoamento de geração nas instalações da rede básica, demais instalações de transmissão e instalações de interesse exclusivo de centrais de geração para conexão compartilhada (ICG), no âmbito do leilão A-5/2025.
O documento, aprovado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), encontra-se disponível nos portais oficiais do ONS, da EPE e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Anee) para consulta. Para acessá-lo, clique aqui.
Petrobras aumenta preço do diesel em mais de 6% a partir de sábado (1º)
A Petrobras elevou em mais de 6% o preço médio do diesel para distribuidoras, para R$ 3,72 por litro a partir de sábado (1º), no primeiro ajuste do valor do combustível fóssil em mais de um ano.
A companhia não reajustava o diesel, combustível mais consumido do país, desde 27 de dezembro de 2023, quando cortou em 7,9% o valor do produto em suas refinarias. (Folha de S. Paulo)
Estatais federais registram rombo recorde de R$ 6,7 bilhões em 2024, diz BC
As empresas estatais federais registraram déficit de R$ 6,7 bilhões em 2024, segundo dados divulgados na sexta-feira pelo Banco Central (BC). O resultado negativo é o maior da série histórica, superando o recorde anterior de 2014, quando foi registrado um déficit de R$ 2 bilhões, o que seria equivalente a R$ 3,53 bilhões em valores corrigidos pelo IPCA.
De acordo com o Ministério da Gestão e Inovação, o déficit se deve, em grande parte, ao aumento dos investimentos das estatais, que cresceram 12,5% em 2024, totalizando R$ 5,3 bilhões – o equivalente a 83% do déficit registrado.
O desempenho financeiro dos Correios foi apontado como um dos principais responsáveis pelo deficit das estatais. A empresa registrou um prejuízo de R$ 3,2 bilhões em 2024. Além dos Correios, outras estatais que demandam atenção do governo são a Infraero, responsável pela administração de aeroportos, e a Casa da Moeda, que enfrenta desafios no setor de impressão de cédulas e documentos de segurança. A Infraero teve um déficit de R$ 540 milhões em 2024. (O Globo)
Com déficit de R$ 11 bilhões, governo cumpre meta fiscal de 2024
O governo federal cumpriu a meta de resultado primário estabelecida para o ano passado, com base tanto no crescimento da arrecadação quanto na queda das despesas. Ainda assim, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, defendeu a importância de que a União melhore o resultado primário em 2025. Também disse que as mudanças recentes nos cenários externos e domésticos podem “exigir mais afinco da nossa parte” para equilibrar as contas públicas.
O governo central terminou o ano passado com déficit primário de R$ 44 bilhões, o equivalente a 0,36% do PIB, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Mas desconsiderando gastos que não entram no cálculo do cumprimento da meta, como as despesas para combater os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, o déficit foi de R$ 11 bilhões, o equivalente a 0,09% do PIB. A meta para 2024 era de déficit zero, com intervalo de tolerância de 0,25 ponto do PIB, para cima ou para baixo, ou aproximadamente R$ 28,8 bilhões. (Valor Econômico)
EDP coloca à venda duas usinas solares em São Paulo
A portuguesa EDP colocou à venda dois grandes complexos solares no estado de São Paulo, apurou o Valor Econômico. As negociações ainda estão em fase inicial e os ativos são avaliados, pelo mercado, entre R$ 1,6 bilhão e R$ 1,8 bilhão, considerando o “enterprise value” (valor da empresa, incluindo patrimônio e dívida líquida). O BTG Pactual está assessorando a empresa.
Os empreendimentos à venda são o complexo Solar Pereira Barreto, com 252 megawatts (MW), localizado no município de mesmo nome, e o Complexo Solar Novo Oriente, com 254,6 MW, em Ilha Solteira.
Ataque de Trump aos carros elétricos deve baratear veículos no Brasil
Reportagem do portal UOL indica que os carros elétricos vendidos no Brasil devem ficar mais baratos após decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de reduzir os incentivos federais criados pelo antecessor Joe Biden para a produção desse tipo de veículo nos Estados Unidos.
“Revogaremos o mandato do veículo elétrico, salvando nossa indústria automobilística e mantendo minha fiel promessa aos trabalhadores do setor”, disse ele ao tomar posse no dia 20 de janeiro.
De acordo com a reportagem, a decisão de Trump deverá aumentar a oferta de carros chineses no Brasil (que deixarão de ser vendidos nos EUA). “É a lei da oferta e demanda”, diz Murillo Torelli, professor de Ciências Contábeis do Mackenzie. Com o mercado americano fechado, explica, as montadoras da China —que lideram o setor— serão obrigadas “a oferecer seus veículos a outros mercados”, como o brasileiro. “O volume de carros que essas empresas produzem é maior do que é vendido. Há um estoque muito grande, reduzindo os preços”, diz Torelli.
PANORAMA DA MÍDIA
Folha de S. Paulo: Gás demanda R$ 140 bi em investimentos em dez anos e atrai capital privado. A disputa de pesos pesados do capital privado brasileiro no setor de gás mira um mercado que vai demandar ao menos R$ 140 bilhões em investimentos nos próximos dez anos apenas da boca do poço para a frente, sem contar com exploração e produção.
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Valor Econômico: Definidas as novas mesas diretoras do Congresso Nacional, o governo federal tem agora dois desafios na frente econômica: aprovar o Orçamento de 2025 e uma série de medidas consideradas prioritárias pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. As negociações devem começar nesta segunda-feira (3/2), com a primeira reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os novos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
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O Estado de S. Paulo: A inflação de alimentos deve continuar incomodando os brasileiros no curto prazo, mas a escalada de preços dos serviços e de bens industriais, ainda por conta do repasse da alta do câmbio, é o principal foco de preocupação da inflação para este ano, sobretudo do Banco Central (BC).
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O Globo: O presidente Donald Trump afirmou neste domingo (2/2) que os americanos podem sentir as consequências econômicas das tarifas impostas a outros países, mas insistiu que “o preço valerá a pena” para proteger os interesses dos Estados Unidos.