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Setor de óleo e gás é contra taxar exportações – Edição da Manhã

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) afirmou ontem (19/06) que não apoia o controle de preços na cadeia de abastecimento de combustíveis nem a criação de encargos sobre as exportações de petróleo.

A Folha de S. Paulo informa que a manifestação do instituto, que representa empresas do setor de óleo e gás, veio após a abertura de mais uma ofensiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de parlamentares contra a Petrobras. A pressão política tem como pano de fundo a alta dos combustíveis às vésperas das eleições.

Governo e parlamentares pretendem discutir medidas para conter a disparada dos combustíveis, e uma das iniciativas cogitadas é taxar as exportações de petróleo. “O IBP não apoia o controle de preços na cadeia de abastecimento ou a criação de gravames à exportação de petróleo”, afirmou o instituto em nota.

O comunicado defende medidas como a manutenção do programa de desinvestimentos da Petrobras, reforma tributária “ampla” e programas sociais focados nos “setores mais sensíveis” à elevação dos preços, como caminhoneiros, motoristas de aplicativos e famílias que recebem auxílio para compra de gás.

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Taxação maior sobre lucro da Petrobras pode bancar despesa fora do teto de gastos

A Folha de S. Paulo informa que a intenção de taxar os lucros extraordinários da Petrobras, na esteira da alta nos preços do petróleo e de combustíveis, deve vir acompanhada de uma autorização para que as despesas financiadas com essas receitas fiquem fora do teto de gastos — regra fiscal que limita o avanço das despesas à inflação.

A medida deve ser um dos pontos de discussão na reunião de líderes convocada para esta segunda-feira (20/06) pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Avança no governo projeto para privatizar a Petrobras com diluição de participação da União

O jornal O Globo informa que o governo federal está na fase final de elaboração de um projeto de lei para tentar avançar na discussão de privatização da Petrobras. O assunto está sendo liderado pelo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachida.

Para defensores da medida, o aumento de preços anunciado na sexta-feira (17/06) cria um ambiente político favorável ao tema no Congresso. Segundo esse entendimento, um dos motivos é que uma Petrobras privada tiraria o foco das discussões sobre preços dos combustíveis.

De acordo com a reportagem, o governo avalia um modelo parecido com a da privatização da Eletrobras: a diluição da participação da União a menos de 50% das ações. No caso da Petrobras, porém, não seria necessária uma capitalização. Pelos planos da equipe econômica, bastaria levar a empresa para o Novo Mercado da B3, convertendo as ações preferenciais da Petrobras (priorizadas na distribuição de dividendos, mas sem direito a voto) em ações ordinárias (com direito a voto na assembleia de acionistas). 

Alta dos preços do petróleo amortece efeito das sanções ocidentais contra a Rússia

As sanções à Rússia, neutralizadas pelo enorme ganho gerado pelo elevado preço das exportações de produtos energéticos, não infligiram até agora problemas econômicos suficientes para prejudicar o esforço de guerra de Moscou ou empurrar o presidente Vladimir Putin para a mesa de negociações.

A resiliência econômica permite concluir que Moscou poderá continuar pressionando os países europeus que dependem de seu petróleo e gás. A alavancagem energética da Rússia ficou evidente na semana passada, quando a estatal Gazprom reduziu as remessas de gás à Alemanha e à Itália, num gesto chamado pelo ministro da Economia alemão, Robert Habeck, de “estratégia para abalar e elevar os preços”. A Rússia já havia cortado o fornecimento de gás à Polônia, Bulgária e Finlândia.

Apesar dos esforços da Europa para eliminar sua dependência da energia russa, inclusive por meio de um embargo gradual de petróleo até o fim deste ano, a Rússia está ganhando centenas de milhões de dólares todos os dias com suas vendas de petróleo e gás, devido aos elevados preços globais. Apesar da restrição às compras da parte dos europeus, Moscou conseguiu redirecionar parte de seus fluxos de petróleo para a Índia e para outros clientes asiáticos.

Em decorrência disso, o superávit em conta corrente da Rússia, uma medida ampla de seu comércio exterior, mais do que triplicou nos cinco primeiros meses do ano, para US$ 110 bilhões, e tudo indica que terminará o ano em um nível recorde, o que permitirá à Rússia acumular reservas significativas. A análise é da agência Dow Jones e foi publicada pelo Valor Econômico.

Custos de emissões de CO2 devem ser incorporados nas operações, diz diretor-geral da TotalEnergies

Todas as empresas que querem ter compromissos com a sustentabilidade precisam começar a incorporar os custos das emissões de carbono nas operações. Essa é a visão é do diretor-geral de exploração e produção da petroleira francesa TotalEnergies no Brasil, Charles Fernandes.

Para o executivo, é necessário começar a precificar emissões mesmo naquelas atividades em países que ainda não têm um mercado regulado de carbono, como é o caso do Brasil. “Toda empresa que tem o compromisso de ser sustentável tem que embutir preços a essa questão. Fazendo isso, se dá o sinal correto da direção para onde se deve direcionar o capital”, diz.

Segundo Fernandes, estimar custos associados ao carbono em cada projeto ajuda a fazer com que as empresas não deixem de lado questões que podem torná-los menos viáveis no futuro. (Valor Econômico)

PANORAMA DA MÍDIA

O principal destaque da edição desta segunda-feira (20/06) do jornal O Globo é a ofensiva do centrão – grupo político que sustenta do governo na Câmara dos Deputados – contra a Petrobras. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), recebe, no início da tarde de hoje, líderes dos partidos na Câmara para definir quais projetos serão colocados em votação.

Em conversas com interlocutores nos últimos dias, Lira tem citado principalmente duas propostas: aumentar ou até dobrar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das empresas de óleo e gás (porque não seria possível aumentar apenas a da Petrobras) ou tributar a exportação sobre petróleo bruto.

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O Valor Econômico informa que a poupança financeira das famílias brasileiras recuou no 1º trimestre de 2022, depois de crescer por sete trimestres seguidos a partir do começo da pandemia. Nos três primeiros meses deste ano, houve uma perda de R$ 32,4 bilhões, comparada a um aumento de R$ 75,8 bilhões nos três últimos meses de 2021, segundo levantamento de Carlos Antonio Rocca, coordenador do Centro de Estudos de Mercados de Capitais da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Cemec-Fipe). O valor considera, além dos recursos da caderneta, os de fundos de investimentos, ações, depósitos bancários, títulos públicos e privados e captações bancárias.

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A vitória de Gustavo Petro na eleição à presidência da Colômbia é o principal destaque dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. As reportagens ressaltam que esta é a primeira vez que o país será governado por um representante da esquerda. O candidato do Pacto Histórico teve 11.278.225 votos, que representam 50,46% dos votos superando o populista de direita Rodolfo Hernandezque recebeu 47,28%, ou 10.567.346 votos.