O portal G1 informa que representantes do setor de energia farão uma reunião de emergência nesta segunda-feira (23/6), às 9h, no Rio de Janeiro, para debater o conflito no Oriente Médio.
O Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP) acompanha os desdobramentos do conflito com cautela. A entidade tenta entender os impactos para o mercado brasileiro.
O preço do petróleo já subiu 15% na última semana. Os rumos da cotação dependem agora da reação do Irã ao ataque dos Estados Unidos, realizado no sábado (21/6), a três instalações nucleares iranianas.
Mercado prevê salto no petróleo e volatilidade após ofensiva militar dos EUA no Irã
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo destaca que o bombardeio americano às instalações nucleares de Fordow, Natanz e Esfahan, no Irã, tende a provocar, na abertura do mercado nesta segunda-feira (23/6), um salto nos preços do petróleo para algo entre US$ 90 e US$ 130, fuga para ativos de segurança – como ouro e treasuries (títulos do tesouro americano) – e forte volatilidade em bolsas e câmbio, avaliam especialistas consultados pelo Estadão.
O tamanho do abalo dependerá da resposta de Teerã e, sobretudo, da ameaça de fechamento do Estreito de Ormuz, por onde escoa cerca de 20% do petróleo mundial.
Ásia seria a região mais atingida por alta de petróleo e gás caso Irã feche Estreito de Ormuz
A dependência da Ásia em relação ao petróleo e gás do Oriente Médio a torna altamente vulnerável a qualquer fechamento do Estreito de Ormuz, uma hidrovia vital para o transporte de petróleo e gás que agora está na mira do Irã.
Se o Irã conseguiria bloquear o ponto de estrangulamento, por onde passam cerca de 20% do petróleo e gás do mundo, em um conflito, tem sido debatido há décadas. Agora, traders de commodities e outros estão tendo que se perguntar novamente, depois que o parlamento iraniano aprovou o bloqueio do estreito após os ataques dos Estados Unidos às suas instalações nucleares.
O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã ainda precisa tomar uma decisão final sobre o assunto, mas o preço do petróleo Brent, referência internacional, subiu mais de 5% em relação ao fechamento da semana anterior, para mais de US$ 81 por barril no início do pregão de segunda-feira. Posteriormente, reduziu seus ganhos para ser negociado abaixo de US$ 80 por barril. (Valor Econômico – conteúdo Nikkei Ásia)
Brasil, Índia e Egito emergem em novo cinturão da indústria solar
Um bloco de mercados emergentes, com destaque para Brasil, Índia e Egito, está rapidamente alcançando os países com bases industriais tradicionais no mercado de energia renovável, formando o “novo cinturão industrial solar”, conforme mostra um relatório publicado na semana passada pela Mission Possible Partnership (MPP).
Com dados do Global Project Tracker, o levantamento calcula que a China deve continuar liderando o desenvolvimento da indústria renovável no mundo, representando um quarto dos US$ 250 bilhões em investimentos no setor, seguida pelos Estados Unidos (20%) e pela União Europeia (15%). Mas eles podem, em breve, ser superados por uma série de países recém-industrializados.
Isso, se essas nações emergentes forem capazes de capitalizar suas condições favoráveis para a produção de energia renovável e impulsionar setores como hidrogênio de baixo carbono e captura e armazenamento de CO2 (CCS) – insumos para a indústria verde. O relatório avalia que um novo “cinturão industrial solar” está no centro dessa mudança: a região que abrange África, Ásia e América do Sul, combinando recursos naturais abundantes e ambiente político favorável. (Reportagem da Agência Eixos)
Energia renovável cresce na OCDE, mas carvão volta a ganhar espaço
A geração de eletricidade a partir de fontes renováveis voltou a crescer entre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em março de 2025, confirmando uma tendência de recuperação após oscilações em anos anteriores, conforme destaca reportagem do Canal Solar.
De acordo com dados divulgados pela IEA (Agência Internacional de Energia), a produção de energia limpa, que inclui solar, eólica e hidrelétrica, somou 358,7 TWh no mês, alta de 4,5% na comparação com março de 2024.
O avanço foi puxado principalmente pela expansão da energia solar, que aumentou 28,8% em um ano, o equivalente a 18,9 TWh adicionais. Por outro lado, os combustíveis fósseis continuam respondendo por uma parcela significativa da matriz elétrica da OCDE.
Em março, essas fontes foram responsáveis por 392,9 TWh, ou 43,2% da geração total, com leve aumento de 1,2% na comparação anual. O dado chama atenção especialmente pelo crescimento do uso do carvão, que avançou 8,7% (mais 10,7 TWh), compensando a retração observada no uso do gás natural, cuja geração caiu 2,6%.
Paris lembra dez anos do acordo climático com exposição e projeta COP30
A Folha de S. Paulo informa que um telão na prefeitura de Paris começou a marcar, desde a última sexta-feira (20/6), os dias, horas, minutos e segundos que faltam para a COP30, conferência climática das Nações Unidas que será realizada em Belém.
A capital francesa, onde há dez anos foi assinado o Acordo de Paris, mais importante tratado internacional sobre o clima, realiza nesta semana dois eventos para promover a cúpula de novembro no Brasil.
A contagem regressiva, à moda dos Jogos Olímpicos, faz parte da exposição “De Paris a Belém – Dez Anos de Ações Mundiais pelo Clima”, que retraça a história da luta contra o aquecimento global. Logo na entrada, imagens feitas na Amazônia pelo fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado (que morreu em maio, aos 81 anos, de leucemia) alertam o visitante para a ameaça de destruição do bioma.
Produção de etanol de milho dispara e vai superar 25% do total, nos 50 anos do Proálcool
A produção do etanol de cana-de-açúcar caiu na safra que terminou em março, mas o milho garantiu um novo recorde no total, com 37,3 bilhões de litros. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Única), o etanol de milho saltou 31% na safra 2024/2025, para 8,2 bilhões de litros.
Em dez anos, a produção se multiplicou por dez. Para os próximos anos, estão mapeados R$ 40 bilhões em investimentos, conforme a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), que reúne os fabricantes. (O Globo)
PANORAMA DA MÍDIA
O agravamento da crise no Oriente Médio, com o bombardeio dos Estados Unidos às instalações nucleares do Irã, e o preço do petróleo são destaque da mídia nesta segunda-feira (23/6).
Com escassas opções militares à mão, o Irã voltou a ameaçar fechar o Estreito de Ormuz neste domingo (22/6), após ser alvejado diretamente pelos Estados Unidos pela primeira vez nos 46 anos de história como República Islâmica. (Folha de S. Paulo)
O canal escoa cerca de 20% da produção mundial de petróleo. Seu bloqueio pode causar uma escalada do preço do produto. (O Estado de S. Paulo)
A interdição do Estreito de Ormuz foi aprovada ontem pelo parlamento iraniano. Para que o fechamento ocorra, porém, ele ainda precisa ser aprovado pelo aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país. A possibilidade do bloqueio da passagem deve pressionar ainda mais o mercado de óleo e gás, segundo especialistas. A questão é se o fechamento do canal será uma ameaça ou ferramenta concreta de pressão de Teerã. (Valor Econômico)
Horas depois de integrantes do governo americano afirmarem que uma mudança de regime em Teerã não estava nos planos da Casa Branca após os bombardeios da madrugada de domingo contra instalações nucleares iranianas, o presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que uma troca no comando do poder do Irã ainda está em seus planos. (O Globo)