A Folha de S. Paulo informa que, sem concorrência e com lance mínimo, consórcio formado por Petrobras e as chinesas CNOOC e CNODC venceu o leilão realizado hoje (06/11) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para explorar a maior descoberta de petróleo do país.
O consórcio pagará R$ 68,194 bilhões pelo direito de explorar petróleo na área de Búzios. Além disso, a petroleira brasileira levou o campo de Itapu, com bônus de R$ 1,76 bilhão. Nos leilões de pré-sal, o bônus de assinatura é fixo e a disputa se dá pela oferta de petróleo ao governo durante a vida útil dos contratos. Não houve lance por Sépia nem Atapu, terceira e quarta área oferecida, respectivamente.
Mercado reage mal a leilão do pré-sal. Bolsa cai e dólar sobe
O foco desta matéria do portal Estadão foram as reações do mercado ao resultado do leilão da cessão onerosa do pré-sal, realizado hoje (06/11). Os mercados de ações, de câmbio e de juros reagiram mal. Analistas classificam o certame como “esvaziado” diante do fato de a Petrobras ter levado 90% do campo mais promissor, Búzios, e de levar sozinha a área de Itapu. Os campos de Sépia e Atapu não receberam oferta.
De acordo com a reportagem, às 11h33, os papéis da Petrobras negociados em Nova York caíam 4,77%. Às 11h51, a Bolsa de Valores de São Paulo tinha queda de 0,45%, chegando aos 108.233,61 pontos e o dólar subia 2%, sendo cotado a R$ 4,0736. As ações ON da Petrobrás perdiam 1,35%.
Considerada a mais promissora, a área de Búzios foi arrematada pela Petrobrás e por seus parceiros chineses CNOOC e CNODC, que entraram com 5% cada um. Esse consórcio foi o único a apresentar oferta pela área. Búzios foi arrematado sem ágio e bônus de assinatura de R$ 68,194 bilhões. A petroleira brasileira levou o campo de Itapu com lucro-óleo de 18,15% e bônus de R$ 1,76 bilhão.
Risco alto em leilão da cessão onerosa afugentou empresas estrangeiras
De acordo com a análise do Valor Econômico, ao se ausentarem do leilão dos excedentes da cessão onerosa, as principais petroleiras internacionais deram um sinal claro: apenas volumes altos de recursos de petróleo não são suficientes para atrair investimentos no pré-sal.
Na conta das companhias, bem como na decisão de entrar ou não no leilão de hoje, foram avaliados também os fatores de risco. E, no caso da licitação de hoje, eles se mostraram altos demais dentro da equação de negócios da maioria das companhias estrangeiras credenciadas para o certame.
Ainda segundo a análise do Valor, pesou na decisão das companhias as incertezas que pairam sobre as negociações com a Petrobras sobre a compensação financeira que deverá ser paga à estatal pelas vencedoras, pelos investimentos já realizados na área da cessão onerosa.
A ausência das petroleiras estrangeiras no leilão de hoje (06/11) lança expectativas de que as companhias virão com força na 6ª Rodada de Partilha, marcada para amanhã, que ofertará cinco blocos no pré-sal, com bônus de assinatura mais “amigáveis”, que somam R$ 7,8 bilhões, ante os R$ 106,5 bilhões previstos na rodada desta quarta-feira.
Leilão frustra expectativas e reduz rateio para o pacto federativo
A jornalista Míriam Leitão, do Globo, analisa que o leilão do excedente da cessão onerosa terminou de forma frustrante. Sem ofertas para dois dos quatro blocos ofertados, Atapu e Sépia, a arrecadação ficou em apenas R$ 69,96 bilhões. “O governo falou tanto que levantaria R$ 106,5 bi, e com isso negociou um rateio com os estados com base nesse número. No fim, os quase R$ 70 bilhões — é muito dinheiro! — ficaram como um gosto de frustração”, diz a jornalista.
Para o professor Edmar Almeida, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o resultado mostrou que o governo errou na mão na fixação do bônus. A União receberá R$ 68,19 bilhões por Buzios e R$ 1,76 bi pelo bloco de Itapu. Já Sépia e Atapu não tiveram compradores. “Os recursos financiariam o novo pacto federativo, mas agora o resultado é que a Petrobras ficou com o equivalente à metade do total arrecadado.”
Geração de energia por usinas eólicas aumenta 14,7%
Dados consolidados do boletim InfoMercado Mensal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) indicam que a geração de energia eólica em operação comercial no país cresceu 14,7%. De janeiro a agosto de 2019, a geração de energia pela força dos ventos foi de 5.501,52 MW médios ante 4.794,91 MW médios no mesmo período de 2018.
Em agosto, as usinas eólicas registraram o recorde de geração da fonte, alcançando 8.610 MW médios, crescimento de 22,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram registrados 7.017,56 MW médios. O aumento é decorrente da ampliação do número de empreendimentos ativos pelo país.
A CCEE contabiliza 599 usinas eólicas em operação comercial no país, ao final de agosto, somando 15.100,2 MW de capacidade instalada, incremento de 14,3% frente aos 13.212,4 de capacidade das 513 unidades geradoras existentes em agosto de 2018. (Fonte: CCEE)
Distribuidoras querem antecipar fim dos contratos com usinas a óleo
O Valor Econômico informa que as distribuidoras de energia elétrica elaboraram um conjunto de propostas para reduzir a tarifa de energia em 5% até 2020. O material engloba, ainda, outras medidas que visam evitar o aumento também de 5% na conta de luz nos próximos anos. Com isso, o grupo de sugestões pode gerar um efeito benéfico ao consumidor final de até 10%.
De acordo com a reportagem, as propostas, elaboradas pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), foram apresentadas à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e ao Ministério de Minas e Energia (MME). Segundo o presidente da Abradee, Marcos Madureira, as sugestões também estão sendo apresentadas no Congresso, nas discussões de projetos de leis que possuem relação com os temas.
De acordo com a Abradee, entre as sugestões no campo da redução tarifária, a medida com maior potencial é a antecipação do encerramento de contratos de compra de energia das distribuidoras com termelétricas a óleo combustível, caras e ineficientes. Pelos cálculos da associação, o fim antecipado desses contratos pode resultar em uma diminuição de cerca de 3% nas tarifas. O governo já pretende realizar em março de 2020 um leilão para contratar térmicas a gás e carvão, em substituição das usinas a óleo combustível. Essa substituição, porém, está prevista para entrar em vigor apenas a partir de 2024.
Itaú fecha acordo de R$ 1 bilhão por fatia em ativos de distribuição da Equatorial Energia
A agência de notícias Reuters informa que o Itaú Unibanco assinou acordo de investimento com a Equatorial Energia pelo qual passará a ter uma fatia nas operações de distribuição da elétrica no Maranhão e no Pará.
Pelo acordo, o Itaú irá subscrever e integralizar ações preferenciais a serem emitidas pela Equatorial Distribuição no montante de R$ 1 bilhão, passando a deter 9,9% da empresa, enquanto a Equatorial Energia terá 90,1%. A Equatorial Distribuição terá 96,5% de participação nas Centrais Elétricas do Pará (Celpa) e 65,1% na Equatorial Maranhão.
Equatorial aplica R$ 30 milhões e deve inaugurar nova subestação em Maceió até o fim do ano
O Canal Energia informa que a Equatorial Energia Alagoas está avançando com o conjunto de obras que irá beneficiar mais de um milhão de pessoas em Maceió até o final do ano, quando a empresa espera inaugurar a nova subestação da Serraria. O investimento previsto para o empreendimento é de mais de R$ 30 milhões e irá beneficiar cerca de 1 milhão de pessoas na capital alagoano.
PANORAMA DA MÍDIA
Segundo dados divulgados hoje (06/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), cerca de 1 milhão de brasileiros por ano desceu abaixo da linha da pobreza entre 2015 e 2018 – quando 6,5% da população estava classificada como pobre, o maior índice da série, iniciada em 2012.
Para traçar a linha de pobreza, o IBGE usou como parâmetro, estudos feitos pelo Banco Mundial. “Ainda que haja discussões sobre diferentes linhas de corte e como adaptá-las aos padrões de vida e às necessidades de cada país, o valor de US$ 1,90 diário per capita em Paridade de Poder de Compra (PPC] é atualmente o limite para a definição da pobreza global”, diz o estudo. Em valores atuais, US$ 1,90 equivale a cerca de R$ 7,60. A matéria foi publicada pelo portal de notícias UOL.