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Sobreoferta de energia derruba preços e pode inviabilizar projetos – Edição do dia

Reportagem publicada hoje (12/6) pelo Valor Econômico ressalta que o forte crescimento da capacidade de geração de energia que vem acontecendo no Brasil nos últimos anos é muito superior ao aumento da demanda. Um dos fatores é o baixo crescimento da economia do país no período. Isso criou um cenário de sobreoferta de eletricidade que já está preocupa investidores e agentes do setor.

O país tem hoje 193 gigawatts (GW) de capacidade instalada. Além disso, há mais de 139 GW previstos em projetos até 2029, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A reportagem explica que, com tanta energia disponível, os preços no mercado de curto prazo caíram a ponto de inviabilizar o custo marginal de expansão e algumas empresas já estão revendo seus planos de negócio.

Em evento do setor no começo do mês, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, chegou a propor uma pausa no crescimento da oferta. Se por um lado, o excesso de energia trouxe para grandes consumidores industriais o tão esperado “choque de energia barata”; por outro, está deixando a conta de luz do consumidor atendido pelas distribuidoras cada vez mais alta.

Unipar faz proposta para comprar participação da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem 

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A Unipar apresentou no sábado (10/6), uma proposta não vinculante para compra indireta do controle acionário da petroquímica Braskem, atualmente de titularidade da Novonor (ex-Odebrecht).

A empresa já havia feito uma oferta em julho do ano passado. Desta vez, a operação prevê o pagamento parcial dos bancos credores e uma renegociação para o saldo da dívida remanescente. Além disso, há também a possibilidade de a Novonor continuar com uma participação minoritária indireta na Braskem.

A proposta da Unipar é a segunda em menos de um mês pela Braskem. No fim de maio, a gestora americana Apollo, em conjunto com a estatal árabe Adnoc, fez uma proposta de R$ 37,5 bilhões pelas ações da petroquímica. Mas a Novonor recusou. De acordo com a oferta, cada ação seria vendida por até R$ 47. (O Estado de S. Paulo)

Pelos termos da proposta de compra da Braskem encaminhada pela Unipar à Novonor e aos principais credores da antiga Odebrecht neste fim de semana, o valor da operação pode girar em torno de R$ 10 bilhões pelas ações de controle da petroquímica. O preço final, porém, ainda está em aberto e vai depender do desconto (“haircut”) que poderia ser concedido pelas instituições financeiras na renegociação das dívidas da Novonor, apurou o Valor Econômico.

Cemig conclui emissão de R$ 2 bilhões em debêntures sustentáveis

O Valor Econômico informa que a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) concluiu a emissão de R$ 2 bilhões em debêntures sustentáveis (“sustainable bonds”), considerada a maior operação desse tipo no mercado nacional. Os papéis, ofertados pelo braço de distribuição de energia elétrica da estatal mineira, têm prazo de três anos, saíram com taxa de CDI + 2,05% e foram certificados devido ao destino dos recursos, que farão parte de um plano de investimentos de R$ 42 bilhões da companhia.

Chamada para projetos de hidrogênio renovável entra em consulta pública

Considerado um dos combustíveis do futuro, o hidrogênio renovável ou hidrogênio verde em breve se tornará tema de projetos apoiados pelo Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) gerido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A minuta da chamada pública 18/2023 para cadastramento das propostas entrou em consulta pública no dia 7 de junho e receberá propostas até 24 de julho.

No contexto mundial de descarbonização da economia e da mitigação das mudanças climáticas, o hidrogênio tem despontado como uma importante alternativa à utilização de combustíveis fósseis em diversos tipos de usos finais. O hidrogênio é denominado renovável quando é produzido a partir de matérias primas e fontes energéticas oriundas de recursos renováveis.

Esse é o foco da chamada de PDI: impulsionar projetos que promovam a produção desse hidrogênio utilizando a energia gerada por fontes renováveis de eletricidade, como a hidráulica, a biomassa, a eólica e a solar. (Fonte: Aneel)

Petrobras atinge maior nível mensal de utilização das refinarias desde 2015

O portal Petróleo Hoje informa que a Petrobras retomou em maio deste ano os mesmos níveis de uso da capacidade instalada do seu parque de refino que eram praticados em meados da década anterior. As refinarias da estatal utilizaram no mês passado 95% de sua capacidade – no melhor resultado mensal desde julho de 2015.

Recentemente, o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, afirmou que é possível aumentar de 400 mil e 500 mil barris/dia a capacidade existente de processamento, sem a necessidade de construção de novas refinarias. A reportagem destaca que o plano de negócios da companhia prevê investimentos de US$ 4,3 bilhões em expansão do parque de refino entre 2023 e 2027. Isso inclui as obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, que deve ter sua capacidade aumentada nos próximos anos, evitando novos prejuízos.

Presidente da Shell Brasil prevê desativar 50 plataformas no país até 2030

O presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa, disse em uma rede social que o Brasil precisa estar pronto para o início do descomissionamento de plataformas no país, que serão mais de 50 até 2030 e tem previsão de investimentos da ordem de R$ 45 bilhões entre 2023 e 2026. O tema foi um dos assuntos de um seminário fechado organizado no início de junho pelo Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás Natural (IBP). No momento, a empresa está descomissionando o FPSO Fluminense, navio-plataforma que há anos opera nos campos de Bijupirá e Salema, na bacia de Campos. (O Estado de S. Paulo)

Testes na UTE Jaguatirica II, em Roraima, são concluídos com sucesso

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informa que os testes operacionais na unidade a vapor da UTE Jaguatirica II, localizada em Roraima e de propriedade da Eneva, foram concluídos com sucesso e sem interrupções no fornecimento de energia.

Os testes foram realizados nos dias 9 e 10 de junho e fazem parte de um cronograma de ações programadas indispensáveis, permitindo que a UTE Jaguatirica II assuma o controle da frequência da área, ou seja, a função de equilibrar a geração e a demanda de energia elétrica no sistema de Roraima, garantindo maior estabilidade no suprimento de energia elétrica para os consumidores da região. Essa função, atualmente, é realizada pela UTE Monte Cristo, que será desativada futuramente.

Relatório do grupo de trabalho da reforma tributária não determina se imposto seletivo incidirá sobre energia e combustíveis

A Agência Infra informa que o relatório do grupo de trabalho da reforma tributária apresentado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) na semana passada pontua que haverá o imposto seletivo com a intenção de desestimular o consumo de produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

No entanto, a redação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) se manterá “ampla”, e as especificidades serão estabelecidas depois, via lei ordinária federal. Sendo assim, não está definido se o tributo incidirá sobre combustíveis fósseis e energia elétrica.

“Pela complexidade do tema, a diretriz é que se mantenha a redação ampla e se transfiram as especificidades para a discussão infraconstitucional. Dessa forma, os diversos setores terão tempo de esclarecer suas particularidades e a legislação poderá ser alterada de acordo com a evolução do consumo da sociedade”, diz o relatório.

De acordo com a reportagem, a determinação segue o que foi sinalizado anteriormente pelo relator e também pelo coordenador do GT, Reginaldo Lopes (PT-MG), que avaliou não caber imposto seletivo para energia, por ser um dos setores mais limpos do país.

Blecautes diários e cólera expõem crise e lobby do carvão na África do Sul

Reportagem publicada ontem (11/6) pela Folha de S. Paulo informa que há mais de dez anos, cortes de energia são comuns no cotidiano dos moradores da África do Sul, a nação mais industrializada do continente. Mas nada se compara ao momento atual. Só neste ano, foram ao menos 3.645 horas, ou 152 dias, em que alguma parte do país esteve sujeita a redução no fornecimento de energia e a apagões. E apenas dez, até aqui, em relativa normalidade.

De acordo com a reportagem, a crise elétrica está ligada à corrupção na concessionária Eskom, dominada por partidários do governista CNA (Congresso Nacional Africano), no poder desde o fim do apartheid, e é a ponta do iceberg de uma crise maior de infraestrutura.

A esse desafio se somou outro que parecia distante do território sul-africano, a cólera. Em meados de maio, a província de Gauteng, que reúne cidades como Pretória, a capital administrativa do país, e Johannesburgo, declarou um surto da doença. Mais de 30 pessoas morreram até aqui.

PANORAMA DA MÍDIA

Folha de S. Paulo: Ante derrotas recentes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na área ambiental, ao menos um agente externo de peso na diplomacia reforça a confiança no discurso do presidente – não sem emitir sinais para o risco de retrocessos. “A União Europeia apoia fortemente a agenda ambiental e climática do presidente Lula”, diz a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. “Só posso encorajar todos os atores institucionais no Brasil a trabalharem juntos para proteger a Amazônia, bem como as comunidades indígenas que vivem lá.” Von der Leyen chega a Brasília nesta segunda-feira (12), na primeira parada de uma viagem pela América Latina, e concedeu entrevista por email à Folha antes de embarcar.

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Valor Econômico: População economicamente ativa cai e distorce taxa de desemprego. Jovens com menor renda e baixa escolaridade puxam queda na força de trabalho.

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O Globo: A meta de zerar o déficit nas contas públicas em 2024, definida pelo Ministério da Fazenda e presente no novo arcabouço fiscal, ainda depende, para ser cumprida, de um aumento de receitas que não foram aprovadas ou divulgadas. A avaliação é de integrantes da própria equipe econômica, que admitem nos bastidores que ainda será necessário aprovar ações no Congresso para garantir que a meta do ano que vem será atingida. Nas contas do governo, será necessário um incremento de R$ 110 bilhões, mas o mercado avalia que pode superar isso.

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O Estado de S. Paulo: O início da nova gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem tido uma ajuda inesperada da economia global. Na virada do ano, o que boa parte dos analistas esperava era uma atividade mundial bem mais fraca do que os últimos indicadores têm revelado. A conjuntura mais positiva deve fazer com que o Brasil colha um novo ano de bom resultado da balança comercial. Uma parte dos bancos e consultorias prevê um superávit acima de US$ 70 bilhões em 2023, o que marcará um recorde se confirmado.