O Valor Econômico traz hoje (03/07) uma matéria sobre o projeto de lei (PL) 10.985, aprovado na semana passada pela Câmara dos Deputados e que inclui uma solução para a judicialização do risco hidrológico (conhecido como GSF, na sigla em inglês). De acordo com a reportagem, o projeto traz, embutidos, alguns pontos que podem elevar o custo da energia elétrica.
A constatação é da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), que reúne gigantes da indústria do país, como Vale, Gerdau e Ambev. Ainda segundo a reportagem, a entidade não sabe estimar de quanto pode ser essa elevação. Uma análise do texto aprovado, feita por técnicos da Abrace, indicou a existência de itens que geram aumento do Encargo de Serviço do Sistema (ESS), cobrado de todos os consumidores do país, para cobrir custos decorrentes da manutenção e da confiabilidade do sistema nacional.
Após Belo Monte, State Grid se volta para leilão da Aneel
O Valor Econômico informa que companhia chinesa State Grid prevê concluir em agosto o projeto do segundo linhão de transmissão que escoará energia da hidrelétrica de Belo Monte para a região Sudeste. A empresa recebeu na última semana a licença de operação do Ibama para o empreendimento, de mais de 2,5 mil quilômetros de extensão e quase R$ 9 bilhões de investimentos. A linha agora está em processo de comissionamento, restando apenas alguns testes e autorizações pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a sua operação comercial.
Segundo Cai Hongxian, principal executivo da State Grid Brazil Holding (SGBH), braço do grupo no Brasil, entrevistado pela reportagem, a SGBH concentrará seus esforços agora no próximo leilão de linhas de transmissão da Aneel, previsto para dezembro e que deve ofertar 13 lotes, totalizando 2,2 mil km.
Inovação em foco
O Valor Econômico publicou hoje (03/07) o anuário Inovação Brasil, exclusivo para assinantes das versões impressa e digital do jornal. O anuário traz reportagens e análises sobre as 150 empresas mais inovadoras do país, que estão de abrindo para novos formatos de trabalho. Na carta ao leitor, os editores do anuário informam que “mais da metade (58%) das 210 empresas ouvidas (pela reportagem) atua com equipes multidisciplinares, ambientes abertos, fóruns de discussão internos e maior flexibilidade na jornada de trabalho”.
Outro ponto destacado são as parcerias com universidades, institutos de pesquisa e startups. A pesquisa que resultou no anuário foi conduzida pela Strategy&, consultoria estratégica da PwC e contou com o apoio da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei). Foram analisados 23 setores, a partir dos quais são eleitas as dez empresas mais inovadoras do país e as que lideram os rankings setoriais. No setor elétrico, o destaque foi a Enel, que atua em geração e distribuição de energia elétrica.
Modelo de privatização das distribuidoras da Eletrobras é questionado
O questionamento partiu do deputado Édio Lopes (PR-RR), que preside a comissão criada para analisar a Medida Provisória (MP) 879/19, enviada pelo governo federal ao Congresso, no dia 24 de abril, com o objetivo de garantir as condições de venda das subsidiárias da estatal no ano passado, quando a Eletrobras transferiu o controle de seis concessionárias que atendem os estados do Norte e do Nordeste.
De acordo com matéria publicada pelo jornal Valor Econômico, a MP beneficia especialmente a Amazonas Energia, que se livra de dívida bilionária por ineficiência de operação. “Eu me preocupo muito com as privatizações na Amazônia, porque o custo amazônico, a iniciativa privada não cobre. É obrigação constitucional da União custear, subsidiar e investir no desenvolvimento da região”, afirmou Lopes, em audiência pública realizada ontem (02/07), na Câmara dos Deputados.
Na próxima semana, a comissão ouvirá o presidente do grupo Oliveira Energia, Orsine Oliveira, que arrematou o controle da Amazonas Energia (AM) e da Boa Vista (RR).
Evento reúne tendências e novidades para o uso consciente de energia no Brasil
Com expectativa de receber mais de 50 mil pessoas, será realizada, de 23 a 26 de julho, em São Paulo, a feira Smart Energy, evento de negócios voltado à geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica. A feira conta com o apoio oficial da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e promoverá debates e apresentações especiais sobre o futuro da matriz energética brasileira, antecipando as tendências e soluções que estão transformando a indústria de energia no Brasil. As informações são do portal O Setor Elétrico.
PANORAMA DA MÍDIA
A nova versão do relatório da reforma Previdência, apresentada ontem (02/07) na Câmara dos Deputados, e o eclipse solar observado parcialmente no Brasil, mas em sua totalidade em regiões do Chile e da Argentina, são os principais destaques dos jornais desta quarta-feira.
A Folha de S. Paulo ressalta que estados e municípios foram excluídos do texto do relatório. De acordo com a reportagem, “líderes que representam a maioria da Câmara não querem aprovar medidas que ajudariam no ajuste de contas públicas de governadores e prefeitos que fazem campanha contra a reforma”. A expectativa é que a proposta de reforma da Previdência seja votada hoje.
O Estado de S. Paulo informa que lideranças da Câmara reclamaram de “pontas soltas” no texto apresentado ontem. Segundo os parlamentares, o relator do projeto não acatou alguns pedidos e, por isso, querem agora mais tempo para avaliar a nova versão. De acordo com o jornal, a insatisfação poderá atrasar a votação da reforma na Comissão e deixar essa conclusão apenas para semana que vem.
O jornal O Globo também comenta sobre a insatisfação de parlamentares com o relatório da reforma da Previdência. “Líderes de partidos do centrão trabalham para atrasar a tramitação da proposta”, informa o jornal. “O pano de fundo dessa pressão é que os deputados não querem arcar com o ônus de mudar regras para a aposentadoria de servidores dos governos regionais às vésperas de um ano eleitoral. Isso, na avaliação dos parlamentares, seria uma ajuda aos governadores que, em vários locais, são adversários políticos dos deputados.”
Já o Valor Econômico informa que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai acelerar a venda de ativos nos quais a União tem fatia minoritária. A curto prazo, dois processos que deverão ser conduzidos de forma mais rápida poderão render ao governo federal quase R$ 6,5 bilhões: a venda dos 11,7% da União no IRB Brasil RE, avaliada em R$ 3,5 bilhões, e de debêntures participativas da Vale, uma operação estimada em R$ 3 bilhões.