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Temor por novas regras impulsiona investimento em geração distribuída – MegaExpresso – edição das 7h

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Os investimentos em geração distribuída (GD) têm crescido no Brasil, antecipando possível alteração das regras do setor, o que irá reduzir os benefícios ao consumidor/gerador nos próximos anos. É o que aponta o jornal DCI – Diário do Comércio, Indústria e Serviços, em matéria publicada hoje (13/08).

De acordo com levantamento feito pela da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a potência instalada de geração distribuída solar fotovoltaica no país até o início de agosto é de 411,4 megawatts (MW), volume que supera o total de 2018 (393,6 MW).

A reportagem explica que a fonte solar é a mais utilizada pelos consumidores que optam por gerar sua própria energia, representando 87% da potência instalada em GD, modalidade instalada junto ou próximo ao consumo e que permite que a energia excedente possa ser injetada na rede, com uma compensação no valor pago na conta de luz.

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As regras que norteiam o setor estão em discussão no âmbito da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para serem revistas. “O ponto principal da discussão é a chamada remuneração do fio. Na regra atual, 100% da carga injetada na rede é remunerada. O que se propõe é uma redução desse percentual para até 37%”, explica o presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Carlos Evangelista.

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Lucro da Eletrobras quadruplica no 2º trimestre

A Eletrobras quadruplicou seu lucro líquido no segundo trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2018. Segundo demonstrações financeiras enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ontem (12/08) à noite, o lucro líquido atribuído a sócios da empresa controladora foi de R$ 5,564 bilhões de abril a junho, ante R$ 1,366 bilhão em igual intervalo do ano passado. A receita líquida de venda de bens e/ou serviços totalizou R$ 6,643 bilhões no 2º trimestre deste ano, um crescimento de 12,3% sobre os R$ 5,912 bilhões do mesmo período do ano passado. O custo dos bens e/ou serviços vendidos aumentou 16% entre os dois períodos, de R$ 1,358 bilhão para R$ 1,574 bilhão. Os dados do balanço financeiro da Eletrobras foram publicados pelo Valor Econômico.

Contratos de gás atraem Petrobras e mais seis empresas

O Valor Econômico informa que seis empresas, entre elas a Shell, Total e a YPFB, estatal boliviana, vão competir com a Petrobras, nos próximos meses, pelo mercado de gás natural do Centro-Sul do país. As distribuidoras de gás canalizado MSGás (MS), Gas Brasiliano (SP), Compagas (PR), SCGás (SC) e Sulgás (RS) entraram em negociações finais com os potenciais fornecedores, para contratação de gás a partir de 2020, por meio do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol).

Em meio às perspectivas de redução da participação da Petrobras no mercado e diante da proximidade do fim do contrato para importação da Bolívia, as cinco distribuidoras iniciaram em 2018 uma chamada pública coordenada para aquisição de gás, na busca por novas fontes de suprimento.

Chinesa interessada em Angra 3 reúne-se com ministro

Representantes da China National Nuclear Corporation (CNNC), companhia de geração de energia nuclear, reuniram-se ontem (12/08) com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em Pequim. De acordo com matéria publicada pelo jornal Valor Econômico, a empresa é uma das potenciais interessadas em formar parceria com a Eletronuclear para a retomada das obras da usina nuclear de Angra 3.

Ontem também foram iniciados os trabalhos do comitê interministerial brasileiro criado para elaborar o modelo de viabilização de Angra 3 e o edital da concorrência internacional para a definição do parceiro para a conclusão do projeto. O comitê tem prazo de 180 dias, prorrogável por igual período. Estima-se que ainda sejam necessários investimentos de R$ 15,5 bilhões para concluir Angra 3.

PANORAMA DA MÍDIA

A reação dos mercados à vitória da oposição nas eleições primárias da Argentina, realizadas no último domingo, é a manchete de hoje (13/08) em quase todos os principais jornais do país. O Valor Econômico, por exemplo, fala em “pânico” no mercado do país vizinho e informa que o índice Merval, da bolsa argentina, encolheu 38%, a segunda maior queda de um mercado acionário desde 1950. Em dólar, a perda chegou a 48%.

A reportagem explica que na Argentina, a primária destina-se à definição dos candidatos. Como o voto é obrigatório, é vista como prévia do primeiro turno da eleição, marcado para 27 de outubro. No domingo, Alberto Fernández, candidato da oposição, obteve 47,66% dos votos e o presidente Mauricio Macri, 32,08%. A diferença de 15 pontos entre os dois é considerada muito grande para ser revertida e, por isso, os mercados desabaram.

O Correio Braziliense também deu destaque à reação do mercado, ontem, um dia após o pleito argentino. No Brasil, o dólar chegou a quase R$ 4 e o índice da Bolsa de Valores caiu. Na mesma linha, o jornal O Estado de S. Paulo também fala sobre a reação dos mercados e explica que há um temor de que medidas intervencionistas já amplamente utilizadas no período dos ex-presidentes Nestor e Cristina Kirchner, que é vice-presidente na chapa vencedora, sejam retomadas, como o controle de acesso ao dólar e a concessão de subsídios em serviços como transporte e energia.

A Folha de S. Paulo publicou uma série de reportagens e análises sobre o resultado das primárias argentinas, que deu vitória ao candidato do chamado kirchnerismo (ou, também, peronismo), de tendência nacionalista. Segundo especialistas em comércio exterior ouvidos pelo jornal, a notícia não é boa para o Brasil. “A experiência do Brasil com governos peronistas nunca foi muito boa. Apesar da proximidade política, na parte comercial, eles sempre foram muito protecionistas”, disse Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior (2007-2011) nos governos Lula e Dilma.

O principal destaque da edição de hoje do Globo é sobre os rumos da economia brasileira. De acordo com análise do jornal, a deterioração do cenário externo – com a tensão comercial entre EUA e China e o avanço do partido de Cristina Kirchner nas prévias da eleição na Argentina – somada à conjuntura de atividade fraca podem empurrar o Brasil para o segundo trimestre seguido de resultados negativos na economia, o que caracterizaria a chamada recessão técnica.

Analistas ouvidos pela reportagem refazem as contas após a divulgação, ontem, do IBC-BR, índice do Banco Central que funciona como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) e que apontou queda de 0,13% entre abril e junho. Os dados oficiais sobre o desempenho da economia serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no fim do mês.

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