A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) avalia que a portaria 50/2022, publicada ontem (28/09) pelo Ministério de Minas e Energia (MME), representa uma etapa importante para a abertura total do mercado livre de energia (ACL). A decisão da pasta contou com contribuições técnicas da CCEE antes e durante o período em que passou por consulta pública.
Pela medida, a partir de janeiro de 2024, todos os consumidores do Grupo A, ou seja, aqueles ligados na alta tensão, como indústrias e médias empresas, a exemplo dos shoppings e redes de varejo, poderão operar no mercado livre independentemente do volume demandado.
O MME também instituiu que os consumidores com carga menor que 500 kW obrigatoriamente sejam representados por um comercializador varejista perante a Câmara de Comercialização. Rui Altieri, presidente do conselho da CCEE, diz que a decisão do Ministério foi assertiva e que, agora, essa categoria precisa se fortalecer para atender a grande demanda que virá. “A figura do comercializador varejista foi criada para intermediar a negociação, gerenciar os riscos inerentes ao segmento livre, e tornar o ambiente mais atrativo para os consumidores de menor porte, que não têm familiaridade com a dinâmica do setor elétrico”, comenta Altieri. (Fonte: CCEE)
Abrace quer avanço em regras para o mercado de gás
A Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia (Abrace) avalia que o marco regulatório do mercado de gás natural precisa avançar para incentivar a adesão de indústrias, ainda receosas de migrar para o mercado livre, num cenário de volatilidade de preços motivada pela geopolítica.
Reportagem do Valor Econômico destaca que o chamado novo mercado de gás não deslanchou, segundo a entidade, porque o tema ainda depende de definições, pelos estados, de diretrizes para a formação do mercado livre. Segundo o presidente da entidade, Paulo Pedrosa, existem estados cujas regulações para o mercado livre de gás conflitam com a legislação federal. Em outros, inexistem regras.
Entre avanços que poderiam ser adotados está a implementação de um mercado secundário de gás natural que permita às empresas negociar excedentes não utilizados em suas operações. “Imagina uma siderúrgica que precisa desligar um alto-forno. Ela vai ter que pagar pelo gás quando estiver parada ou vende no mercado secundário?”, disse Pedrosa, durante participação em painel na Rio Oil & Gas.
Ele destacou que a Abrace dispõe de um ranking de regulações estaduais e a Bahia, primeiro da lista, possui nota 6,7 – ou seja, ainda há o que evoluir no quesito regulação para um mercado mais aberto. Segundo ele, Rio Grande do Norte e Espírito Santo completam o pódio das três melhores regulações estaduais.
TAG quer investir R$ 5 bilhões em dutos para térmicas da Eletrobras
A Transportadora Associada de Gás (TAG) pretende construir gasodutos para atender às termelétricas da lei de privatização da Eletrobras. O investimento é da ordem de R$ 5 bilhões, segundo o presidente da companhia, Gustavo Labanca. “Mas, obviamente, precisamos ter a garantia da demanda, com o resultado do leilão”, afirmou em painel da Rio Oil & Gas – evento do setor de petróleo e gás natural, que termina hoje (29/09), no Rio de Janeiro.
De acordo com Labanca, alguns gasodutos projetados têm cerca de 500 km de extensão. Ele informou, ainda, que a TAG já tem contratos assinados com algumas empresas que pretendem participar dos leilões para contratação de usinas a gás. (portal Poder 360)
Trident Energy busca sócio para a Bacia de Campos
A agência EPBR entrevistou os principais executivos do setor de petróleo e gás em um estúdio, diretamente, da maior feira e conferência da América Latina, a Rio Oil & Gas, encerrada hoje (29/09) no Rio de Janeiro. O objetivo foi ampliar o alcance das discussões e levar para quem está fora do evento as pautas que fundamentam decisões no setors no Brasil.
O presidente Trident Energy, Jean-Michel Jacoulot, um dos entrevistados, informou que a companhia está em busca de um sócio para desenvolver a descoberta de Siri, em águas rasas da Bacia de Campos. O ativo está localizado próximo aos campos de Badejo e Linguado, no Polo de Pampo. A empresa deve lançar o teaser do negócio nas próximas semanas. A Trident opera os polos de Pampo e Enchova desde 2020.
PANORAMA DA MÍDIA
A chegada do furacão Ian à Flórida, ontem (28/09), nos Estados Unidos, deixou mais de um milhão de casas sem luz. Considerado “extremadamente perigoso”, com ventos de até 240 km/h, o fenômeno atingiu a ilha de Cayo Costa no período da tarde – às 16h de Brasília -, provocando inundações. Segundo informações do site PowerOutage, responsável por registrar os cortes de energia elétrica nos Estados Unidos, mais de um milhão de residências estão sem eletricidade.
O furacão Ian é o quatro fenômeno de 2022 na bacia do Atlântico. A formação do furacão aconteceu no último fim de semana no Caribe central, passando pela Jamaica, Ilhas Cayman e Cuba antes de entrar no Golfo do México na terça-feira. Agora, a expectativa é que ele mude de rumo emergindo no Atlântico. (Jovem Pan News)
