O mercado global de carros elétricos – que deve atingir vendas anuais de 40 milhões a 50 milhões de unidades em 2030, segundo projeções da indústria – transformou o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, em um grande atrativo para multinacionais de extração de lítio, minério essencial para as baterias, conforme destaca reportagem publicada ontem (30/7) pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Além da abundância do mineral, a região tem outro atrativo valioso aos olhos dos investidores: dispor de jazidas de ‘lítio verde’, produzido de forma mais sustentável do que o de fabricantes tradicionais. A reportagem informa que esse ‘selo verde’ foi lançado pela Sigma Lithium, que começou a operar em abril nas cidades mineiras de Araçuaí e Itinga, onde investiu R$ 3 bilhões.
Atentas a essa movimentação, outras três grandes mineradoras internacionais já estão se instalando no Vale do Jequitinhonha – a americana Atlas, a australiana Latin Resources e a canadense Lithium Ionic, todas com projetos de produção sustentável, nos moldes do que faz a Sigma. O Vale do Jequitinhonha envolve 14 municípios e concentra 85% do lítio já identificado no país.
A reportagem do Estadão explica que os argumentos para a produção sustentável são o não uso de produtos químicos nocivos no processo produtivo, inexistência de barragens, disponibilidade de energia 100% renovável e reaproveitamento da totalidade da água contaminada retirada do Rio Jequitinhonha e tratada na mina.
Agosto terá bandeira verde, sem cobrança de adicional na conta de luz
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabeleceu na sexta-feira (28/7) que a bandeira tarifária para o mês de agosto será verde. Significa que não haverá cobrança adicional nas contas de energia elétrica dos consumidores brasileiros. Devido às condições favoráveis de geração no país, a bandeira segue verde desde abril de 2022.
A expectativa da agência é que esse cenário seja mantido até o final do ano, a partir dos dados disponíveis que permitem a atualização permanente de previsões de acionamento das bandeiras tarifárias.
Nova política de dividendos testa ações da Petrobras
Reportagem do Valor Econômico destaca que as ações da Petrobras devem ser testadas a partir da abertura do pregão da B3 nesta segunda-feira (31/7) após o anúncio da aguardada mudança na política de dividendos da companhia, na última sexta-feira (28).
Apesar da expectativa de menor remuneração aos acionistas, proposta cumprida pela companhia, ao reduzir o percentual de 60% para 45% do fluxo de caixa livre (diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos), o indicador foi melhor do que o esperado pelo mercado, avaliam analistas.
A reportagem explica que o novo plano de remuneração, aprovado pelo conselho de administração, criou espaço para realização de programas de recompra de ações, uma iniciativa até então inédita na petroleira. A nova regra de remuneração já deve ser aplicada para a distribuição de dividendos relativa ao segundo trimestre de 2023. A Petrobras divulga os números do balanço trimestral na quinta-feira (3), depois do fechamento do mercado.
‘Pacote Verde’: empresários entregam a Haddad propostas para plano de economia sustentável
O jornal O Globo informa que um grupo de empresários entregou na sexta-feira (28/7) ao ministro da Economia, Fernando Haddad, uma série de propostas a serem incluídas no Pacote Verde, plano da pasta com medidas para estimular o desenvolvimento econômico sustentável. O “Plano de Transição Ecológica”, como tem sido chamado, prevê medidas em seis eixos principais, incluindo a regulação do mercado de carbono.
Os seis eixos temáticos envolvem: finanças sustentáveis (incluindo mercado de carbono e taxonomia verde); bioeconomia (com sugestão de criação de programas de Pagamento por Serviços Ambientais); transição energética (abrangendo a elaboração de medidas para ampliar a oferta de energia limpa); adensamento tecnológico (com investimento em inovações verdes); economia circular (avanço na lei que institui uma Política Nacional de Economia Circular); e infraestrutura verde e saneamento (incluindo ações para cumprimento de metas do Novo Marco Legal do Saneamento).
Aneel e Sudene debatem desenvolvimento de energia no Nordeste
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, e o superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Danilo Cabral, conversaram na última quarta-feira (26/7) sobre o potencial de geração de energia elétrica renovável do Nordeste.
“Nosso objetivo é criar condições favoráveis para que o mercado de energia renovável na região Nordeste cresça com equilíbrio e permita que, a partir de tarifas justas, a economia local se desenvolva, atraia investimentos e gere emprego e renda”, afirmou Feitosa. O Diretor lembrou que o Nordeste concentra 30 GW de potência instalada de geração em um universo de 190 GW de todo o país. (Aneel)
Evento virtual vai discutir gás e segurança energética
A série Diálogos da Transição, produzida pelo Estúdio EPBR, vai realizar em agosto três semanas de discussões sobre transição energética. A primeira semana, de 31 de julho a 4 de agosto, tem como tema gás e segurança energética.
O evento tem patrocínio da Petrobras, do escritório Mattos Filho e dos grupos Ultra e Marquise. A série conta ainda com apoio institucional da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha. As transmissões podem ser acompanhadas pelo canal da EPBR no Youtube.
Empresas de energia, agro e tecnologia se unem para impulsionar hidrogênio verde
O jornal O Estado de S. Paulo informa que empresas gigantes de tecnologia, energia e agro, como Siemens, Eletrobras e Yara lançaram na semana passada a Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV). Trata-se de uma iniciativa conjunta para impulsionar o setor, que está em crescimento no Brasil e no mundo.
“Queremos colaborar com as políticas públicas. Hidrogênio verde, hoje, é uma indústria de US$ 200 bilhões. Esse é o valor que se espera investir no Brasil em 20 anos, com capital internacional”, disse Luís Viga, gerente geral no país da Fortescue, do setor de minério de ferro, e presidente da nova Associação.
Contraproposta ambiental do Brasil para acordo com a UE prevê incentivo à produção sustentável
A contraproposta que o governo brasileiro fará, na segunda quinzena de agosto, em uma reunião em Brasília, para destravar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE), prevê um mecanismo chamado “equilíbrio de concessões”, de acordo com informação do jornal O Globo.
Por esse instrumento, se os europeus decidirem proibir a importação de determinado produto que teve origem em uma área desmatada, eles terão de abrir seu mercado para outro item exportado pelo Brasil, ou perderão a vantagem concedida a bens de seu interesse. Por exemplo, se a UE proibir a importação de carne bovina teria que dar uma abertura adicional à carne de frango ou deixaria de vender no mercado brasileiro, com alíquotas menores, produtos de seu interesse, como automóveis.
Licitação das concessões de distribuição deveria ser possibilidade, diz Abrace
A Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais e Consumidores Livres de Energia (Abrace) defende que o Ministério de Minas e Energia não descarte a possibilidade de nova licitação para a concessão de outorgas de distribuição de energia, em vez da prorrogação dos contratos atuais por mais 30 anos.
A sugestão está em contribuição encaminhada à Consulta Pública 152, que foi prorrogada até a última quarta-feira (26/7). “Na visão da Abrace, não necessariamente o caminho da licitação (como ponto) de partida é o mais adequado, só que percebemos na nota técnica do ministério que essa possibilidade foi praticamente abandonada”, disse Victor iOcca, diretor de Energia Elétrica da associação, à Agência iNFRA.
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: O mercado começa a semana com a certeza de que, na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciará um ciclo de flexibilização monetária, após manter a Selic em 13,75% por um ano. A discussão sobre o tamanho da queda da Selic no pontapé inicial do ciclo, porém, divide os agentes. Enquanto uma parcela dos investidores vê uma redução de 0,25 ponto percentual, há os que esperam um corte mais agressivo, de 0,5 ponto.
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O Estado de S. Paulo: Uma potência em expansão no Oriente (a Índia), próxima a outros países com crescente poder econômico (como Vietnã e Indonésia), além de uma força pujante na América Latina (o México). Nas próximas décadas, o mundo deve ver o fortalecimento de novos atores globais. Debatida e estudada por economistas de todo o mundo, essa migração tem como pano de fundo três importantes fatores: a transformação estrutural da economia chinesa, a mudança nas cadeias produtivas como herança da pandemia e os impactos da Guerra na Ucrânia.
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O Globo: Reforma Tributária: inversão de forças no Senado amplia influência do Norte e Nordeste para alterar o texto já aprovado pela Câmara dos Deputados. A tramitação da reforma será retomada nesta semana com o fim do recesso do Legislativo.
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Folha de S. Paulo: Ouvidoria das Polícias identificou dez mortes decorrentes de intervenção policial em Guarujá, no litoral paulista, desde sexta-feira (28/7) —quando teve início uma megaoperação das forças de segurança na Baixada Santista. A ação é uma resposta à morte de um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, força de elite da PM paulista), na mesma cidade, na última quinta (27), em um crime que gerou comoção entre policiais.