
A capacidade do sistema elétrico brasileiro de absorver com rapidez as grandes cargas que os data centers podem trazer para o país vai ser uma medida estruturante para a atração desses investimentos, aponta o diretor sênior da A&M Infra, Juan Landeira, à Agência Eixos.
Nesse contexto, as recentes negações de pareceres de acesso à rede geram insegurança jurídica, afirma o especialista. “A velocidade com que a gente consegue analisar e programar os investimentos de reforço no Sistema Interligado Nacional (SIN) para absorver essas grandes cargas é um tema super estruturante que faz toda a diferença, sobretudo quando se está disputando cargas para treinamento de máquinas de inteligência artificial”, diz Landeira.
O governo federal está concluindo um projeto para criar um regime especial para os data centers. A proposta, batizada como Redata, prevê a desoneração de investimentos, de modo a fomentar a cadeia desse setor no país, incluindo o consumo de energia renovável, já que o segmento tem um consumo intensivo de eletricidade.
A expectativa é atrair até R$ 2 trilhões em investimentos. O lançamento do programa deve ocorrer durante a visita do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aos Estados Unidos para conversar com potenciais investidores, que está ocorrendo esta semana.
Segundo Landeira, as medidas em debate são estruturantes e podem ajudar a atrair novos investidores, sobretudo se endereçarem questões como a isenção de impostos para a compra de equipamentos e formação de mão de obra especializada.
Petrobras cogita adotar preços diferenciados para gás de cozinha com aumento de uso industrial
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a companhia voltou a estudar a possibilidade de ter preços diferenciados para o gás de cozinha (GLP) por conta do aumento do uso para fins industriais. Por ora, a estatal está tentando combater essa ampliação com leilões, segundo ela.
“As distribuidoras estão aumentando esse mercado, alegando o uso doméstico, mas expandiram o uso industrial. A parte do uso industrial nós não vamos deixar crescer. Vamos fazer leilão”, disse ontem (6/5) a executiva, em coletiva de imprensa, na Offshore Technology Conference (OTC), que acontece em Houston, no Texas. “Nada mais justo do que o preço do leilão”, disse. (O Estado de S. Paulo)
Vibra investe em IA e startups criadas por mulheres
O Valor Econômico informa que a distribuidora de combustíveis Vibra Energia adotou dois pilares de inovação: o uso de inteligência artificial (IA) e o apoio a startups, em especial fundadas por mulheres.
A empresa tem investido em inovação e inteligência artificial para ganhar eficiência e se consolidar como uma plataforma multienergia no mercado. Ao aplicar IA em áreas como logística e planejamento de demanda, a companhia estima já ter economizado cerca de R$ 1 bilhão em capital imobilizado.
De acordo com o vice-presidente de Gente, Tecnologia e ESG da Vibra, Aspen Andersen, a estratégia está alinhada à visão de futuro da companhia. Segundo ele, “um negócio tradicional, da dita velha economia” quer incorporar não só fontes renováveis ao seu portfólio, mas também novas tecnologias que otimizem suas operações.
Izabella Teixeira quer “transição da terra” como marca da COP 30
Em entrevista ao Valor Econômico, a ex-ministra de Meio Ambiente Izabella Teixeira acredita que a COP30 no Brasil deve ter uma identidade – e essa marca, sugere, é a de começar a discutir “land transition”.
Negociadora do Acordo de Paris e co-presidente do Painel de Recursos Naturais da ONU, defende que, assim como o mundo passou os últimos 30 anos discutindo o que é transição energética, está na hora de começar a discutir transição da terra. “A floresta, além de ser um bem ambiental, é um bem climático”, diz.
“Quanto custa combater o crime organizado na Amazônia? Precisamos discutir: é uma solução climática. A ideia de Izabella Teixeira é fazer com que o Brasil provoque, na COP30, uma nova discussão global. “Transição da terra não é só desmatamento”, diz.
Segundo ela, “essa estreiteza do conceito tornou o Brasil, e outros países detentores de recursos naturais, reféns de evitar apenas um passivo ambiental. O Brasil é o país que mais produz vida no planeta. Temos que falar de ativos ambientais, não só de passivos.”
Sua proposta é que este novo “guarda-chuva”, da transição da terra, inclua o debate sobre novos modelos de agricultura, da produção de defensivos agrícolas, da nova mineração. A construção do conceito daria nova posição política aos países do Sul, mega diversos, e evitaria um novo colonialismo, desta vez, debruçado sobre a natureza.
O tema, acredita, é aderente à proposta da presidência da COP30, de criar uma importante agenda de ação, com soluções a curto prazo e que façam frente à emergência climática. “Acho que nunca teve uma COP onde o setor privado será tão demandado”, aposta.
Governo planeja ajuda a usinas intermitentes mesmo com risco de apagões
A Folha de S. Paulo informa que os apagões na Europa, na semana passada, intensificaram o plano do Ministério de Minas e Energia (MME) e do Operador Nacional do Sistema (ONS) de ajudar usinas solares e eólicas sem que o aumento da geração de energia leve o país a um apagão.
Essas usinas, associadas a uma pane no sistema elétrico em 2023, também são apontadas como a principal causa do apagão ocorrido em países europeus como França, Portugal, Espanha e Bélgica em 28 de abril. O problema, afirmam técnicos do governo, é a sobrecarga de geração por essas fontes no sistema.
A Espanha, por exemplo, foi um dos países que registrou crescimento de usinas eólicas e solares no ano passado. A reportagem destaca que, no Brasil, o Ministério de Minas e Energia avalia saídas. Na segunda-feira (5/5), houve um encontro entre o ministro Alexandre Silveira e representantes do setor.
A pasta, em conjunto com o ONS, cogita implantar um modelo de flexibilização, que permitirá avaliar exatamente quanto cada uma dessas fontes poderá injetar no sistema a cada hora do dia. Hoje, elas enfrentam restrições após cortes de geração impostos pelo ONS.
Para compensar os cortes, a pasta também quer liberar a exportação por essas fontes para países vizinhos. No entanto, para isso, será preciso reforçar linhas de transmissão do Nordeste, onde esse parque está instalado em grande maioria, para o Sul.
PANORAMA DA MÍDIA
O Globo: A Basílica de São Pedro, no Vaticano, foi palco nesta quarta-feira (7/5) da missa Pro Eligendo Pontifice, cerimônia solene que dá início ao conclave — processo pelo qual será escolhido o novo Papa. A celebração começou às 5h no horário de Brasília (10h, horário local) e deve ter cerca de 90 minutos de duração. Cerimônia marca a última aparição pública dos cardeais eleitores antes de se recolherem para as votações. A escolha do sucessor de Papa Francisco, que morreu em abril aos 88 anos, deve ocorrer nos próximos dias.
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O Estado de S. Paulo: A celebração da missa foi aberta ao público e conduzida por Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício – mesmo cardeal que presidiu o funeral de Francisco. “O amor é a única força capaz de mudar o mundo”, destacou ele durante a homilia. O cardeal ainda afirmou que o futuro papa enfrentará “um momento difícil, complexo na história”. Após a missa, foi feita a procissão dos cardeais até a Capela Sistina. À tarde, os cardeais entram na Capela, com uma catequese do cardeal Raniero Cantalamessa.
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Folha de S. Paulo: O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda usar dinheiro do Orçamento do Executivo para fazer a devolução dos valores descontados indevidamente de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Também avalia fazer o ressarcimento de uma única vez ao beneficiário, seguindo um cronograma pré-definido, a exemplo do que ocorre com o calendário de pagamentos do instituto. Seria estabelecido um critério para a definição da fila, como a data de nascimento. Ainda não está definido qual será o período de descontos ilegais a ser considerado para restituição.
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Valor Econômico: A informalidade no mercado de trabalho está em queda, tendo atingido no primeiro trimestre um pouco menos de 38% da população ocupada, o nível mais baixo desde 2020, quando o início da pandemia provocou uma onda de demissões que abateu sobretudo os trabalhadores sem carteira assinada. O crescimento mais forte da economia e o efeito de mudanças estruturais, como a reforma trabalhista, têm impulsionado a criação de postos de trabalho formais, contribuindo para reduzir a parcela de informais entre os ocupados.