A venda da distribuidora Enel Goiás (antiga Celg Distribuição – Celg-D), anunciada na última sexta-feira (23/09), fortalece a estratégia da Enel Brasil em eletrificação, com destaque para mobilidade elétrica, renováveis e armazenamento, enquanto que a Equatorial se consolida como a terceira maior no segmento de distribuição de energia, conforme análise publicada hoje (26/09) pelo Valor Econômico.
O acordo entre as elétricas estabelece R$ 1,57 bilhão em dinheiro, além de R$ 5,71 bilhões em dívidas. O presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, afirma que a empresa não vai sair do setor de distribuição, mas vai alocar de maneira mais racional os recursos em eletrificação. “Não vamos sair de distribuição, não vamos sair do Ceará, São Paulo nem do Rio de Janeiro (…) Vamos focar em geração e eletrificação para permitir o Brasil se descarbonizar”, disse Cotugno. O executivo reforçou que o Brasil continua nos planos da companhia e que o dinheiro deve ser reinvestido no país.
Já o diretor financeiro e de relações com investidores da Equatorial Energia, Leonardo Lucas, prevê que o consumo de energia das distribuidoras da companhia vai crescer 40% com a inclusão da Celg-D ao portfólio. “Com a aquisição, a Equatorial se torna a terceira maior companhia de distribuição do país”, frisou O presidente da companhia, Augusto Miranda, acrescentou que a aquisição vai adicionar um perfil complementar de consumo e um ativo de menor complexidade operacional para a empresa, “A aquisição reforça o papel consolidador da Equatorial no setor elétrico”, disse.
Solar e eólica lideram aumento da geração de energia no país em 2023
Reportagem do jornal O Globo destaca que em 2023, mais de 90% do aumento previsto da geração de energia no Brasil virão de fontes solar e eólica, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Juntas, as duas fontes vão responder por 10,97 gigawatts (GW) de um total estimado em 12,14 gigawatts. Um conjunto de fatores puxa a expansão, dizem especialistas ouvidos pela reportagem. Além da entrega de potência contratada em leilões passados, a demanda por energia mais barata e limpa impulsiona o avanço e atrai o interesse de grupos estrangeiros.
Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), diz que a tendência é manter esse ritmo e saltar a reboque da transição energética. “A tendência é seguir nesse nível alto até 2027 ou 2028, e depois ir subindo com a ascensão das commodities verdes. Eólica e solar são fontes que responderão pela oferta energética do país, ainda mais com a entrada de veículos elétricos e do hidrogênio verde.”
Indústria eólica e petroleiras firmam parceria
O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) e a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) vão assinar na quinta-feira (29/09), na Rio Oil & Gas, um memorando de entendimento para colaboração em geração de energia eólica no mar (offshore), informa o Valor Econômico. O objetivo será trocar conhecimento técnico e experiências a respeito de temas como tecnologia, inovação e recursos.
“Existe uma contribuição muito grande da indústria de óleo e gás para a expansão da eólica offshore, como na experiência na gestão da infraestrutura portuária e de projetos de maior escala. Os megaprojetos de óleo e gás têm desafios muito parecidos com a eólica offshore”, diz a diretora-executiva corporativa do IBP, Fernanda Delgado.
No Brasil, mais de 60 projetos de eólicas marítimas que somam 170 gigawatts (GW) de capacidade instalada tiveram os pedidos de licenciamento protocolados no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama). Neste mês o Ministério de Minas e Energia (MME) abriu duas consultas públicas para receber contribuições sobre as portarias que vão regular a cessão de áreas para eólicas offshore e criar um portal único para gerir projetos de geração de energia elétrica no mar. Uma das primeiras iniciativas da parceria entre IBP e Abeeólica será trabalhar em contribuições para essas consultas.
Para a presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum, as sinergias entre os dois setores são uma oportunidade para compartilharem não apenas conhecimento, mas também força de trabalho. “Este acordo é um dos melhores indicativos de que a transformação energética está acontecendo de fato”, diz.
PANORAMA DA MÍDIA
Pressão para Black Friday e Copa cresce após 3º tri fraco – diz a manchete da edição desta segunda-feira (26/09) do Valor Econômico. De acordo com a reportagem, o desempenho fraco do comércio no 3º trimestre aumentou a pressão sobre redes varejistas e indústrias de bens de consumo quanto aos resultados no fim do ano. Em segmentos como o alimentar, de moda e construção civil não houve melhora significativa frente ao trimestre anterior.
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O principal destaque da edição de hoje (26/09) do jornal O Globo são os gastos das campanhas eleitorais. Segundo levantamento do Globo a partir de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quatro anos após as redes sociais terem papel de protagonismo na disputa eleitoral, gastos de candidatos com impulsionamento de conteúdo explodiram neste ano e, a menos de uma semana para o primeiro turno, já superam o total dispensado na campanha passada.
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A Folha de S. Paulo informa que o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, beneficiou empresários aliados do governo e líderes evangélicos com a sanção de uma lei que livrou da extinção antigos canais de TV por UHF. O grupo do missionário R.R. Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, foi um dos principais interessados na nova lei, que foi sancionada pelo presidente na quinta-feira (22/09). A regra também beneficia empresas ligadas a radiodifusores, como a Band. Soares é atuante cabo eleitoral da campanha bolsonarista. Ele e sua mulher chegaram a receber passaporte diplomático do governo, em maio.
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O jornal O Estado de S. Paulo traz como destaque o resultado das eleições legislativas realizadas ontem (25/09) na Itália. O jornal informa que a extrema direita populista saiu vitoriosa das eleições e Giorgia Meloni, de 45 anos, pode confirmar a vitória nesta segunda-feira (26/09), quando devem sair os resultados oficiais. Meloni poderá se tornar a primeira mulher a chefiar o governo da Itália – e a primeira política da ultradireita no poder desde o ditador Benito Mussolini, no posto entre 1922 e 1943.