A venda dos ativos de energia da Triunfo Participações e Investimentos (TPI) para a BlackRock fracassou, informa o Valor Econômico. O motivo, segundo uma fonte da reportagem, foi a falta de consenso sobre o preço final do negócio. Com o fim do prazo para o acordo se concretizar, o contrato foi rescindido.
A venda foi anunciada em agosto de 2019, quando a TPI emitiu um comunicado informando que sua participação nas empresas Tijoá Participações – que opera a usina hidrelétrica de Três Irmãos, em São Paulo –, Juno Participações e Investimentos e CSE seria adquirida por uma afiliada do BlackRock Global Energy & Power Infrastructure Funds. O valor da transação divulgado foi de R$ 169,5 milhões, com possibilidade de ajustes, além de um potencial pagamento adicional atrelado a resultados da empresa.
Em agosto de 2020, um novo comunicado anunciou que a venda seria feita a uma outra afiliada da BlackRock, sob os mesmos termos. Até que, na noite de segunda-feira (04/01), a companhia informou que o contrato seria finalizado, “devido ao prazo de validade previsto ter sido alcançado sem que todas as condições de fechamento tenham sido cumpridas”.
A reportagem explica que a TPI decidiu se desfazer de suas empresas de energia em março de 2017, juntamente com outros ativos do grupo para reduzir o alto endividamento do grupo. A companhia está em processo de recuperação extrajudicial. Os ativos de energia elétrica da TPI representam uma parcela menor da receita do grupo, mas têm garantido resultados positivos.
EIG se desfaz da TBG, mas mira novos negócios em gás no Brasil
O Valor Econômico informa que a empresa americana EIG Global Energy Partners fechou um acordo para venda de sua fatia de 27,5% na Transportadora Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) para a Fluxys, grupo belga de infraestrutura de gás natural. Com o negócio, cujo valor não foi divulgado, a empresa europeia estreia no Brasil e desponta como candidata a comprar o controle da TBG, num momento em que a Petrobras prepara a privatização da companhia.
Já a EIG, até então a maior acionista privada da transportadora, se desfaz do ativo, mas promete investir em novas oportunidades no setor de gás. O presidente global da EIG, Blair Thomas, afirma que a empresa quer se posicionar ativamente na abertura do mercado, no desenvolvimento da infraestrutura de gás no país.
A empresa controla a Prumo Logística, dona do Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), e tem em carteira projetos da ordem de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões, para construção de dois gasodutos e um oleoduto para conectar o complexo portuário à malha nacional.
A Prumo possui diferentes braços, associados aos diferentes negócios no Açu. No setor de gás, a empresa atua por meio da Gás Natural Açu (GNA), joint venture com a BP e Siemens que opera um terminal de gás natural liquefeito (GNL) e estuda também projetos de unidades de processamento e de um gasoduto marítimo para trazer o gás do pré-sal para a costa.
Negócios com CBios estão travados em volume e nos R$ 30 cada título
As metas de negociações com os Créditos de Descarbonização (CBios) ainda estão mantidas para 2021 em 24,8 milhões de títulos, que correspondem ao sequestro de carbono da atmosfera dentro do programa RenovaBio. Mas nos dois primeiros dias úteis do ano, o mercado está travado em volume e preços.
Ontem (05/01), entrou na tela lote de pouco mais de 11 mil títulos – cada um equivale a 1 tonelada de dióxido de carbono que deixa de ser emitido –, a R$ 45, mas sem compradores. No último dia de negociação de 2020, a média foi de R$ 31. (Brasil Agro)
PANORAMA DA MÍDIA
Reportagem publicada hoje (06/01) pelo jornal O Estado de S. Paulo destaca que a nova alta de infecções pela covid-19 tem feito governos reabrirem ou estenderem o prazo de funcionamento de hospitais de campanha pelo país, como forma de desafogar e evitar o colapso da rede de saúde. O total de mortos pelo vírus no Brasil se aproxima dos 200 mil.
As estruturas de emergência atenderam parte significativa da demanda no 1º semestre, mas também estiveram ligadas a suspeitas de desvio de verbas e falhas de planejamento. O atendimento de pacientes em centros provisórios foi retomada em capitais, como Fortaleza, Teresina e Belém – na última, para casos leves e moderados. E também alternativa no interior e em regiões metropolitanas, que têm oferta mais limitada de leitos, em estados como São Paulo, Minas e Ceará.
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A Folha de S. Paulo informa que o governo paulista abriu o debate sobre a possibilidade de ampliar ao máximo a aplicação da primeira dose da Coronavac postergando a segunda inoculação do imunizante. Segundo a reportagem, a Coronavac, criada na China e desenvolvida para produção local no Instituto Butantan, deverá ter seu pedido de registro feito à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) amanhã (07/01).
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A indústria farmacêutica global terá quase que triplicar sua capacidade de produção de vacinas para imunizar a população mundial contra a covid-19, informa o Valor Econômico. A capacidade instalada para vacinas em geral (não incluídas as de gripes sazonais) está entre 3 bilhões e 5 bilhões de doses por ano.
De acordo com a reportagem, para manter a oferta atual e operar as linhas específicas para combater a covid-19, os laboratórios terão de chegar a uma produção total de 17 bilhões de doses. AstraZeneca/Oxford, que tem a vacina mais barata, US$ 4 a dose, fechou acordos de venda de 3,815 bilhões de doses e tem capacidade para 2,581 bilhões por ano. A Pfizer, com contratos para 1,501 bilhão de doses, pode produzir no máximo 1,3 bilhão/ano, ao preço de US$19,50 por dose. A Jonhson & Jonhson, com capacidade ampliada para fabricar 1 bilhão de doses, tem acertos para fornecer 1,310 bilhão.
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O principal destaque da edição desta quarta-feira (06/01) do jornal O Globo é o comentário feito ontem pelo presidente Jair Bolsonaro, a simpatizantes: “O Brasil está quebrado; não consigo fazer nada”. O ministro da Economia, Paulo Guedes, explicou mais tarde que a “quebra” é do setor público, que “está numa situação financeira difícil”.