O jornal O Estado de S. Paulo traz hoje (14/07) matéria sobre privatizações de estatais, como destaque na primeira página e na editoria de Economia. A reportagem ressalta que o tema está na agenda da equipe econômica do governo e que deve receber foco assim que a reforma da Previdência for aprovada pelo Congresso, o que deve ocorrer no segundo semestre.
De acordo com o jornal, o programa de privatização de Guedes é ambicioso. Se for concretizado, ainda que parcialmente, promete mudar o perfil da economia do país. Um levantamento realizado pelo Estado de S. Paulo indica que o programa de desestatização do governo poderá render até R$ 450 bilhões. O resultado inclui 132 participações acionárias diretas ou indiretas da União e os valores mínimos de outorga da cessão onerosa de áreas do pré-sal e de duas rodadas de licitações de petróleo e gás natural, que devem ocorrer ainda neste ano.
O levantamento feito pela reportagem levou em conta operações de privatização, desinvestimento, abertura de capital e venda de participações minoritárias de estatais e suas subsidiárias. Também considerou as participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), via BNDESPar, seu braço de investimento, em empresas de capital aberto e fechado, cujo valor total de mercado atualizado é de R$ 143,7 bilhões.
Petrobras, Caixa e BB garantem resultado no 1º semestre
Em uma segunda reportagem sobre desestatizações, o Estado de S. Paulo informa que o programa do governo pode estar em marcha lenta, por conta da decisão de concentrar as forças até agora na reforma da Previdência e da resistência de vários ministros em relação à privatização de empresas ligadas a suas pastas. De qualquer forma, o levantamento do Estado indica que o governo já arrecadou até agora um total de R$ 54 bilhões (US$ 14,1 bilhões, pelo câmbio da data de cada operação), entre concessões (R$ 5,7 bilhões) e privatizações, desinvestimentos, vendas de participações minoritárias e operações de abertura de capital (R$ 48,3 bilhões).
A reportagem destaca que, para garantir um resultado positivo em 2019, em meio à resistência de ministros à privatização ou extinção de empresas em suas áreas de influência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, está contando com negócios fechados principalmente pela Caixa, pelo Banco do Brasil e pela Petrobras, que está realizando operações de desinvestimento em ritmo acelerado.
A Caixa obteve R$ 2,5 bilhões com a venda de uma participação de 8,9% na resseguradora IRB Brasil RE e mais R$ 7,3 bilhão com a negociação de uma fatia de 2,3% na Petrobras. O Banco do Brasil obteve R$ 1,8 bilhão com a venda da participação de 9,3% na Neoenergia. Já a Petrobrás contribuiu com uma receita de R$ 33,1 bilhões ao se desfazer da Transportadora Associada de Gás (TAG), com mais R$ 2 bilhões com a venda da refinaria de Pasadena (EUA) e R$1,6 bilhão com a negociação de sua participação em distribuidoras de combustíveis no Paraguai.
Por que o Nordeste, que gera 88% da energia eólica, não tem conta de luz mais barata?
O site Ambiente Energia entrevistou especialistas em energia elétrica que falaram sobre os motivos de o Nordeste do país, que gera quase toda a energia que consome, por meio de parques eólicos instalados na região, não ter tarifas de eletricidade mais baratas que as das demais regiões.
Segundo eles, a explicação é que o modelo elétrico brasileiro não funciona de forma seletiva nem regionalizada. Toda a energia gerada em qualquer região do país (eólica, solar, térmica ou hídrica) é colocada no Sistema Interligado Nacional (SIN), a partir do qual ela é distribuída igualmente e com os mesmos preços para todas as regiões do país. A reportagem informa, ainda, que impostos, encargos, tributos e taxas representam 41,2% das tarifas de energia elétrica.
PANORAMA DA MÍDIA
O jornal O Globo traz, como principal destaque na edição deste domingo (14/07), uma entrevista com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em que ele fala sobre a agenda da Casa para o período seguinte à aprovação da reforma da Previdência: a reforma tributária, a reestruturação de carreiras do funcionalismo e uma reforma social para atender os mais pobres e melhorar o gasto público.
O Correio Braziliense destaca as mudanças nas regras das aposentadorias aprovadas em primeiro turno pela Câmara dos Deputados, na semana passada. O Estado de S. Paulo produziu uma reportagem sobre o programa de privatizações do governo federal (matéria resumida no início deste boletim). E a Folha de S. Paulo deu continuidade à série de reportagens que vem publicando aos domingos, sobre o vazamento de mensagens trocadas entre os procuradores da Lava-Jato e obtidas pelo site The Intercept, de forma ainda não explicada.