A Orizon vê nos avanços da agenda regulatória os meios para nortear sua área de atuação, contribuindo para o crescimento orgânico. Para o diretor-presidente da companhia, Milton Pilão, o progresso no mercado regulado de créditos de carbono, aprovado pelo Senado, e a sanção da Lei do Combustível do Futuro são pontos essenciais para a estratégia da companhia, que realizou diversas aquisições e parcerias no último trimestre.
Em apresentação dos resultados do terceiro trimestre do ano, Pilão e Leonardo Santos, diretor Financeiro da companhia, destacaram que, uma possível sanção do mercado regulado brasileiro de créditos de carbono, pode levar a um amadurecimento do arcabouço legal de suas atividades.
Além disso, os executivos esperam que a criação de um mercado de carbono internacional, discutida durante a 29ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP29, ajude a empresa a vender créditos para diversas entidades e outros países, o que “impactará positivamente nas atividades, seja em demanda e/ou em preço”.
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A sanção do combustível do futuro também é vista como positiva pela empresa, dada a chance de incentivo ao uso do biometano e de outros combustíveis renováveis, com possibilidade de aumento na demanda dessas soluções. Isso vai “ao pleno encontro de uma das principais avenidas de crescimento orgânico da companhia nos próximos anos, quando projetos de biometano serão implantados em todos os ecoparques”.
A companhia planeja iniciar a comercialização do biometano a partir de 2025. O combustível é produzido a partir do biogás e tem maior concentração de metano, o que permite que seja um substituto ao gás natural.
Além disso, a decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter os aterros sanitários já existentes ou em vias de instalação ou ampliação em áreas de preservação permanentes (APPs) até o fim de sua vida útil, também poderá beneficiar a empresa.
Resultados da Orizon
O lucro líquido da companhia foi de R$ 37,1 milhões, quase 21 vezes superior ao R$ 1,8 milhão no mesmo período do ano anterior.
A receita líquida foi de R$ 249,1 milhões, um crescimento de 29%, com destaque para o aumento no preço médio de destinação final e crescimento no volume de resíduos, com ganho em volume quando comparado a 2023, pois o preço médio líquido de destinação final dos aterros consolidados passou de R$ 71,7/toneladas (ton) para R$ 77,9/ton, elevação de 8,8%
Impactos também foram sentidos na área de energia, biogás e créditos de carbono da empresa, com aumento de R$ 32,6 milhões (+107% em relação ao 3T23), devido principalmente a comercialização de créditos de carbono de R$ 37,4 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado, que somou R$ 104,3 milhões nos três primeiros meses do ano, alta anual de 45%. Já a margem Ebitda ajustada avançou 11,7 pontos percentuais em um ano, para 49,9%.
Os custos e despesas operacionais (ex-depreciação e provisão de fechamento de aterros) totalizaram R$ 128,1 milhões, aumento de 8%.
Dados operacionais
O volume de resíduos subiu 5% no terceiro trimestre, chegando a 2.161 k ton. Também houve crescimento de 16% nas operações de captação de biogás e de crédito de carbono, que registraram 62.271 Nm³/h e 119.966 tCO2 equivalente, respectivamente.
Por outro lado, a geração de energia caiu 5%, alcançando 94.214 MWh.