(Com Natália Bezutti)
Após comunicado da russa Gazprom na última sexta-feira, 2 de setembro, sobre a paralisação total do transporte de gás pelo gasoduto Nord Stream 1, a Alemanha anunciou neste domingo (4) um novo pacote de medidas no valor de € 65 bilhões para minimizar os impactos do aumento nos custos de energia.
O pacote, de acordo com informações da agência de notícias Reuters, incluirá aumentos de benefícios para a população e um subsídio ao transporte público, a ser pago a partir do estabelecimento de um imposto sobre as empresas de eletricidade, que vêm lucrando com as altas nos preços de energia e combustíveis, e a partir da implementação de um imposto mínimo corporativo de 15%.
Além da Alemanha, a Comissão Europeia também reforçou o estabelecimento de um teto nos preços de óleo e gás russos exportados por via marítima. Segundo comunicado oficial da Comissão, “nosso anúncio é um grande passo em direção a dois objetivos: negar à Rússia os meios financeiros para sua guerra brutal contra a Ucrânia e minimizar a pressão nos preços globais de energia”.
O acordo firmado pelo grupo de países reforça o sexto pacote de sanções da União Europeia, ampliando o banimento dos mencionados produtos russos aos países do G7 ao mesmo tempo em que mantém sua venda nos mercados globais a preços baixos.
Na mesma linha, o presidente francês Emmanuel Macron realizou uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 5 de setembro, após videoconferência com o chanceler alemão Olaf Scholz, onde pediu uma economia de 10% no consumo de energia da população.
“Se nós soubermos nos comportar coletivamente de maneira mais sóbria e fizermos uma economia de energia em todos os lugares, então não haverá racionamento e nem cortes”, afirmou Macron, reiterando o acompanhamento do governo sobre a situação energética do país.
Gazprom
De acordo com dados preliminares, a Gazprom produziu 288,1 bilhões de metros cúbicos de gás de janeiro a agosto de 2022, uma de 14,6% em relação à produção no mesmo período do ano passado. A demanda doméstica também apresentou redução, de 2,9%.
Já as exportações de gás para os países fora da antiga União Soviética, totalizaram 82,2 bilhões de metros cúbicos, o que é 37,4% abaixo do montante referente ao mesmo período de 2021.
Segundo a Gazprom, “a redução do consumo de gás pela União Europeia tornou-se um fator chave para o declínio da demanda global de gás”, uma vez que os 27 países do bloco respondem por 73% da queda do consumo. Se somado ao Reino Unido, a queda é de 85%.
Dados preliminares, de acordo com a companhia, apontariam para uma redução de 40 bilhões de metros cúbicos na demanda global de gás nos primeiros oito meses de 2022.