Após a aplicação do reajuste de 39% do custo do gás natural fornecido às distribuidoras, a Petrobras aprovou novos modelos contratuais para a venda do produto às companhias, informou a petroleira nesta segunda-feira, 3 de maio. Além das modalidades existentes hoje, indexadas ao preço do petróleo tipo Brent, a estatal vai oferecer uma nova alternativa de precificação dos contratos, com menor volatilidade, atrelada aos preços do Henry Hub, referência internacional para preços de gás natural liquefeito (GNL).
Segundo a Petrobras, a nova fórmula ainda será negociada com clientes. A companhia acrescentou que não haverá mudanças na parcela de transporte no preço do gás.
De olho no processo de abertura do mercado de gás natural e do esperado aumento da concorrência no setor, a Petrobras desenvolveu novos produtos para os contratos de gás natural, a fim de oferecer mais opções aos clientes.
“O mercado de gás natural no Brasil está em processo de abertura, incentivando a competição, com a entrada e consolidação de novos atores em todos os elos da cadeia de valor. Em linha com esse movimento de abertura do mercado, a companhia oferecerá aos seus clientes a opção de fazer uma melhor gestão de portfólio de compras de gás, não apenas com relação à formação dos preços, mas também quanto aos prazos contratuais, na medida em que poderão selecionar horizontes de seis meses e de um a quatro anos, de forma mais aderente às suas necessidades”, acrescentou a empresa, em nota.
NTS
Na última sexta-feira, a Petrobras concluiu a venda da participação remanescente de 10% na Nova Transportadora do Sudeste (NTS), para a Nova Infraestrutura Gasodutos Participações S.A. (NISA), empresa que pertence à Brookfield e à Itaúsa, atuais acionistas controladores da companhia. O valor da transação foi de R$ 1,8 bilhão. Após o desconto de dividendos, e outros ajustes previstos no contrato, a petroleira recebeu R$ 1,5 bilhão.
A NTS detém uma rede de gasodutos de cerca de 2 mil km, com capacidade para transportar 158,2 milhões de m³/dia de gás natural. Os gasodutos estão localizados no Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
TBG
A Petrobras também iniciou a fase vinculante referente à venda da totalidade de suas participações de 51% na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S.A. (TBG) e de 25% na Transportadora Sulbrasileira de Gás S.A. (TSB).
Segundo a empresa, os potenciais compradores habilitados para essa fase receberão carta-convite com instruções detalhadas sobre o processo de desinvestimento, incluindo orientações para a realização de “due diligence” e para o envio das propostas vinculantes.
A TBG é a proprietária e operadora do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) em território brasileiro. Seu gasoduto tem extensão de 2.593 km, com capacidade de transporte de até 30 milhões de m3/dia de gás natural.
Já a TSB está situada no Rio Grande do Sul, com 50 km de dutos já instalados, com capacidade de transporte de até 7,68 milhões de m3/dia de gás natural e um projeto de 565 km adicionais.