Após 26 meses de bandeira verde, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou que a bandeira tarifária de julho será amarela, devido às condições menos favoráveis da geração de energia no país.
Sinalização ao consumidor
A bandeira amarela significa um acréscimo de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. O objetivo é sinalizar ao consumidor sobre o uso responsável de energia elétrica, além de arrecadar recursos para pagar a diferença do preço maior da energia elétrica no curto prazo, que pode ser causada pelo acionamento de termelétricas mais caras ou pelo custo do déficit de água.
Segundo a Aneel, a piora no cenário hidrológico, com aumento do GSF, e o aumento do PLD, foram os motivos do acionamento da bandeira amarela.
Nos últimos dias, o PLD vinha ensaiando uma retomada da volatilidade e saiu do piso pela primeira vez em meses, atingindo a máxima de R$ 133,33/MWh na quarta-feira, e ontem chegou a R$ 190,39/MWh. Hoje, a volatilidade se intensificou, e o preço chegou a R$ 1.470/MWh às 18h, teto regulatório do PLD horário.
A termelétrica mais cara despachada pelo ONS tem custo de cerca de R$ 1.000/MWh, então o que pesou mais foi o custo do déficit, causado pela combinação da hidrologia ruim e de uma restrição no envio de energia pela hidrelétrica de Itaipu aos consumidores, por conta da manutenção na infraestrutura de transmissão.
Antes do estabelecimento do sistema das bandeiras tarifárias, em 2015, o repasse dos custos da operação do sistema elétrico era feito apenas nos reajustes tarifários, e o consumidor não tinha sinalização para economizar durante os períodos de maior escassez. Segundo a Aneel, ao saber, por exemplo, que a bandeira está vermelha, o consumidor pode adaptar seu consumo e reduzir assim o valor da conta de luz.
Ajustes na metodologia
Anualmente, são feitos ajustes no mecanismo das bandeiras tarifárias, sempre adaptado à realidade do setor. Em 2021, quando uma crise hídrica grave atingiu o país, foi criada uma categoria especial, a bandeira escassez hídrica, já que foi necessário acionar usinas muito caras para evitar um racionamento.
Neste ano, a Aneel alterou os preços das bandeiras. A amarela, acionada em julho, envolvia um custo adicional de R$ 2,989, e houve redução de 37%.