A comercializadora Bolt Energy assinou contrato com a estatal uruguaia Administración Nacional de Usinas y Trasmisiones Eléctricas (UTE) para exportar energia para a empresa a partir do segundo semestre. A expectativa é que sejam vendidos até 500 megawatts (MW) médios por mês ao país vizinho.
De acordo com Gustavo Ayala, CEO da Bolt, o contrato, assinado na última semana, tem duração de seis meses. Mas as duas partes avaliam a possibilidade de assinatura de um PPA (“Power Purchase Agreement”, ou contrato de fornecimento de energia de longo prazo).
O contrato será cumprido a partir de energia produzida por fontes renováveis. Para fazer frente à nova demanda, a Bolt deverá aumentar sua compra de energia no mercado livre brasileiro em cerca de 30%.
Esta é a primeira operação de exportação da Bolt desde que a empresa foi autorizada a atuar no comércio exterior de energia pelo Ministério de Minas e Energia, em agosto de 2020. A UTE é a principal companhia de eletricidade do Uruguai e atua nos segmentos de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica.
Segundo Ayala, o cenário atual está favorável para a exportação de energia. “Ano passado, o Brasil precisava de energia. Agora é o contrário”, afirmou.
A Bolt espera que os preços de energia no mercado brasileiro recuem até 75% no segundo semestre, em relação a igual período do ano passado, principalmente por causa das fortes chuvas recentes e da recuperação do nível dos reservatórios hidrelétricos do país. Por outro lado, historicamente, o consumo de eletricidade cresce no Uruguai durante os meses mais frios do ano.
De acordo com o executivo, o negócio, firmado em dólar, também contribui para a melhora da balança comercial do Brasil.
Para a Bolt, o negócio também amplia a participação da empresa no mercado, com participação além das fronteiras do país. A Bolt hoje possui cerca de 500 clientes, além de 27 milhões de megawatts-hora (MWh) comercializados e 30 mil contratos de energia negociados.
Argentina
Segundo Ayala, a Bolt também está em negociação com a Cammesa, estatal de energia da Argentina, para a exportação de energia elétrica e gás natural ao país vizinho.