Aumento da carga

Carga vai triplicar em 15 anos e visão deve ser de médio prazo, diz Tolmasquim

Aumento deve ocorrer em função da eletrificação da economia, segundo executivo

Mauricio Tolmasquim
O diretor de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim / Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil

O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, avalia que, com o aumento da eletrificação na esteira da transição energética, a demanda por eletricidade no Brasil deve triplicar em 15 anos e, por isso, a carga baixa atual não deve ser vista como “obstáculo” pelo setor.

“O mercado tem hoje tem muito mais oferta do que demanda, [mas] acho que isso não deve ser visto como um obstáculo. Tem uma projeção de que nos próximos 15 anos a demanda de energia elétrica no Brasil vai triplicar. Então, temos que ter um olhar mais de médio prazo, porque às vezes as pessoas ficam muito contaminadas com o curto prazo”, disse o diretor durante evento do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), realizado nesta sexta-feira, 28 de junho, no Rio de Janeiro.

Petrobras quer renováveis, mas vai continuar investindo em térmicas flexíveis

Tolmasquim também reforçou que a Petrobras estuda investimentos em geração eólica e solar onshore, “que já é competitivo e tem modelo de negócios estabelecido”. Mesmo assim, em função da intermitência destas fontes, a Petrobras vai continuar investindo em geração térmica flexível, que classificou como um “ativo fundamental no sistema” em função da segurança energética que proporciona.

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Segundo o diretor, as térmicas da empresa foram recentemente acionadas para gerar 1,3 GW em três horas para manutenção do sistema. “Significa mais ou menos 65% do Rio de Janeiro em três horas. Térmicas flexíveis são parte também da transição energética. Vamos investir em energia renovável e em elétron de baixo carbono que faz interação [com renováveis] e dá segurança para o sistema”, disse.

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Demanda de hidrogênio da Petrobras seria de 5 GW em renováveis

Em função da demanda no refino, a Petrobras consome 330 mil toneladas de hidrogênio cinza em seus processos. Segundo Tolmasquim, para esverdear esta demanda, a empresa precisaria de 5 GW em capacidade de hidrogênio renovável. A Petrobras pretende atingir este montante em geração renovável até 2028, segundo o Plano Estratégico da companhia.

“O Brasil tem hoje 75 GW em projetos de hidrogênio, mas a gente sabe que nem todos os projetos vão sair do papel”, avaliou.