Em teleconferência com analistas nesta quinta-feira, 1º de abril, a Equatorial Energia destacou os ganhos esperados com a compra da distribuidora gaúcha CEEE, bem como os planos para reduzir as dívidas e melhorar os índices de qualidade do fornecimento de energia e de perdas da sua nova concessão.
“Embora não fossemos o candidato mais obvio para a concessão, estamos avaliando o ativo desde outubro de 2020, e nossa disciplina fez com que o retorno no projeto fosse possível”, disse o diretor presidente do grupo Equatorial, Augusto Miranda.
Do total de R$ 7,5 bilhões em passivos da CEEE-D, a Equatorial ficará com R$ 4,1 bilhões, sendo que R$ 1 bilhão deve ser liquidado assim que ela assumir a nova concessão. Inserido nesse pagamento inicial, a Equatorial deve priorizar a dívida com Itaipu Binacional pela compra de sua energia, de quase R$ 500 milhões, e que tem juros valorado em dólar.
Outras dívidas que tenham juros atrelado à moeda americana, como as despesas financeiras do BID e AFD, a empresa vai buscar opções que gerem liquidez, como aplicações durante os 12 meses para o vencimento dos pagamentos.
Reversão dos indicadores
A Equatorial possui quatro distribuidoras, que atendem os estados de Maranhão, Pará, Alagoas e Piauí e, com a entrada da CEEE-D passará a ter 9,6 milhões de clientes e gerenciar um mercado com 31,1 TWh.
Diferente das demais áreas de concessão do grupo, o Rio Grande do Sul trará 72 municípios com uma maior parcela de clientes industriais, livres e comerciais. Além disso, é uma região de maior poder aquisitivo e de adensamento populacional, como reforçou Miranda, mas que possui perdas totais em 17,26%, o que deverá fazer com que seja uma das principais frentes de atuação do grupo Equatorial na nova gestão.
Para combater o nível elevado, a Equatorial fará o recadastramento de projetos de iluminação pública, regularização de clandestinos e gambiarras e implementação de balanço energético nos transformadores para redirecionar as ações de combate às perdas