Mercado energético

Como o Itaú Unibanco apostou em RECs para garantir uma matriz renovável até 2022

A aquisição pelo Itaú Unibanco de 547 mil certificados de energia renovável (RECs) da francesa Voltalia, que vai garantir ao banco uma matriz 100% renovável de 2019 até 2022, faz parte de uma ampla agenda voltada para os impactos positivos no meio ambiente e sociedade. 

“Isso faz parte de uma estratégia maior e perpassa a estratégia do negócio”, disse Luciana Nicola, superintendente de relações institucionais, sustentabilidade e negócios inclusivos do Itaú Unibanco. Segundo ela, o banco também investe em energia limpa, tem linhas de crédito voltadas para financiamento de painéis solares, estímulos à mobilidade elétrica, entre outras ações. “Mas, para convencer os clientes e oferecer os produtos adequados, precisamos dar um exemplo”, afirmou.

Em 2019, sob liderança do time de sustentabilidade, o banco lançou uma agenda de compromissos com impacto positivo na sociedade, que incluía o consumo de energias renováveis.

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Cerca de 40% do consumo total da instituição está no mercado livre de energia consumindo apenas de fontes renováveis. “E aí, começamos a nos questionar sobre os RECs, por conta dos inventários de gases de efeito estufa”, contou Fabio Marmo, coordenador de gestão ambiental, energia e infraestrutura do banco.

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A aquisição dos certificados surgiu como uma opção para garantir que 100% da energia consumida tenha lastro em fontes renováveis, já que as unidades de consumo que se mantiveram no mercado cativo não tinham como escolher de quem adquirir a energia. Segundo Marmo, o banco abriu uma concorrência e teve cerca de 10 players interessados na venda dos RECs, e a Voltalia saiu vencedora. 

Os certificados são válidos do período de 2019 a 2022, e referentes à energia gerada em parques eólicos da Voltalia no Rio Grande do Norte, onde a empresa desenvolveu o Cluster Serra Branca, com potencial de até 2,4 GW.

Segundo Marmo, ainda é cedo para falar se o banco vai aproveitar a abertura gradual do mercado livre de energia para migrar outras unidades nos próximos anos. “Atingimos nosso limite hoje no mercado livre. Nessa linha de gerar impacto positivo fizemos instalação de painéis fotovoltaicos e estamos expandindo a geração distribuída nas agências, principalmente em Minas Gerais”, disse. 

Além disso, o Itaú Unibanco está investindo em ações de eficiência energética, com troca das luminárias por LED, por exemplo, e substituição de equipamentos obsoletos para reduzir o consumo de energia. “Tudo isso entra no grande chapéu ESG de compromissos de impacto positivo, com monitoramento das metas”, disse, se referindo à sigla em inglês para investimentos com preocupação ambiental, social e de governança corporativa.

Sob o chapéu ESG, o banco opera com indicadores de ecoeficiência e também considera o risco socioambiental nas análises de crédito e na formulação de produtos de investimento. Uma das frentes de atuação é no banco de atacado, onde há linhas de crédito voltadas para o impacto positivo. “Temos meta de desembolsar R$ 15 bilhões para energia renovável até 2022”, disse Ricardo Amatucci, coordenador de sustentabilidade do banco.

Para isso, o Itaú Unibanco atua com as linhas de repasse do BNDES, além da sua área de project finance de infraestrutura voltada para geração de energia. “E olhando a emissão de dívida, fomos pioneiros nos green bonds”, disse Amatucci. Esse tipo de ativo ganha um selo diferenciado, já que seguem padrões mais criteriosos de ESG e precisam reportar para a sociedade quais os benefícios sociais e ambientais.

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